Marcia Almeida
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Uma alegria total! Assim o humorista Eduardo Sterblitch define o seu novo espetáculo – Eduardo Sterblitch Não Tem um Talkshow – que será apresentado pela primeira vez no Estado, nos dias 03 e 04 de junho, no Teatro Universitário da Ufes. Nele o ator faz piada com o gênero corrente na TV, em uma estrutura básica que se adapta completamente a cada lugar, fazendo com que o personagem principal da noite seja a cidade, representada pela plateia ali presente.
O público capixaba será convocado a ajudar na montagem do show em Vitória com pedidos, sugestões, dicas e informações, antecipadamente, através da internet. Apesar de não ter um talkshow, Eduardo Sterblitch é um dos comediantes mais bem sucedidos da sua geração. Recentemente esteve no elenco do programa Amor & Sexo, e antes integrou a trupe do Pânico, onde fez sucesso com personagens como o César Polvilho e Freddie Mercury Prateado.
“O Pânico foi um divisor de águas na minha carreira, mas eu senti que era a hora de parar quando acabei a faculdade. Eu queria mais. Já entendi que sei fazer comédia e queria fazer coisas que não sei. Queria arriscar em desafios, em projetos que eu tenha dificuldade, sair da zona de conforto, esse é meu objetivo”, declara o artista.
No programa global não ofereceu à Eduardo espaço para o humor escrachado que o público estava acostumado a vê-lo, mas isso não foi uma preocupação para o humorista. “Não acredito que a imagem de “cara engraçado tenha mudado”, na verdade nem perco tempo pensando nisso. Perco meu tempo com coisas criativas e o que eu tenho para propor como artista. Talvez tenha agregado mais, com um publico feminino, porque o programa é mais para elas. Mas o Pânico é um programa de humor, e o Amor & Sexo não. Eu não sou um representante do humor, sou representante de mim mesmo – e me represento muito mal, aliás”, diz!
Na conversa com o artista, fica explícita a sua vontade de evoluir como profissional. “Estou aberto para ideias que me emocionem, que façam diferença para mim, e não coisas que serei ‘mais um’. Meu maior desafio é proporcionar coisas diferentes do que já fiz. Enquanto eu puder estudar pra ser melhor, vou fazer. Quero me sentir um artista, sei que tenho potencial, mas hoje ainda sou apenas um realizador cultural e independente no Brasil. Quero lutar para chegar a algum lugar que eu mesmo me respeite, mas sei que tenho que trabalhar muito”, defende.
Muito esforço por boas gargalhadas
Por onde passa, Eduardo Sterblitch arranca gargalhadas do público, seja pelos personagens que interpreta ou pela agilidade e inteligência para a comédia. E a reação do público acaba sendo um desafio para o artista, apesar de sentir que tem boa relação com sua plateia. “Existem plateias diferentes, umas mais quentes e outras mais frias, mas na maioria das vezes é o artista que tem que provocar algum sentimento. Um público apático te deixa contar a piada de uma forma mais tranquila, já o muito animado pode dificultar. São duas situações desafiadoras”, afirma.
Apesar de ter sucesso quando o quesito é fazer ri, Eduardo leva isso muito à sério. E diz que é uma missão nada fácil para o artista. “Esse é um grande desafio, é muito mais difícil do que o drama. Atualmente é mais difícil ver a pessoa rindo do que chorando… A tristeza é mais comum, fazer rir, genuinamente, eu acho muito difícil e louvável nos tempo atuais”, acredita Sterblitch.
Eduardo defende que uma piada para ser boa precisa ter senso. “Eu acho que dá para fazer tragédia e dá para rir da tragédia, mas tirar sarro do que estamos vivendo hoje não é gracioso. A gente tem que rir para não chorar. Não acho pertinente fazer piada onde não tem”, afirma.
Sterblitch garante estar muito animado para se apresentar em Vitória. “Eu acho a cidade muito bonita, gostaria que o Rio fosse igual a Vitória, porque é mais bonita, mais organizada, os valores praticados são mais justos. Eu vou para Vitória com a empolgação como se fosse a primeira vez. Não ficarei muito tempo, mas se me convidarem para um barzinho, vou aproveitar tudo o que eu puder”. Opa, já está convidado!
Serviço
Eduardo Sterblitch Não Tem um Talkshow
Data: 03/06, às 21 h e 04/06, às 18 h
Local: Teatro Universitário – UFES
Ingressos (meia): Térreo Setor A R$ 40/ Térreo Setor B R$ R$ 35/ Mezanino R$ 30, à venda na bilheteria do Teatro (de 15 às 20h) ou no site www.tudus.com.br
Classificação: 14 anos
