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Economistas veem pesadelo em programa de governo de M5S e Liga na Itália

O prospecto de um governo populista formado pelo Movimento 5 Estrelas (M5S) e pela Liga na Itália, a terceira maior economia da zona do euro, assustou parceiros europeus e investidores que temem que o seu programa de euroceticismo e frouxidão orçamentária possa chacoalhar a coesão da região e enfraquecer seu crescimento.

Se aprovadas pelo presidente italiano, Sergio Mattarella, as propostas da aliança de centro-direita seriam a planta baixa para o futuro governo. Elas incluem projetos para criar uma renda básica para cidadãos em situação vulnerável e um imposto único com duas alíquotas fixas. Os partidos também querem cancelar elevações programadas do imposto sobre vendas e eliminar alguns impostos cobrados na bomba de gasolina. Mas o mais preocupante é o plano de reverter reformas previdenciárias aprovadas a duras custas pelo último parlamento do país.

Analistas estimam que todas essas medidas poderiam custar 170 bilhões de euros, ou 10% do Produto Interno Bruto (PIB) italiano. A cifra seria acrescida à dívida perigosamente grande de 2,1 trilhões de euros, ou 132% do PIB.

O economista da IHS Markit Raj Badiani comenta que, quando combinada com os planos de deportar centenas de milhares de imigrantes, a reversão da reforma das aposentadorias poderia corroer a capacidade da Itália de pagar pelo seu massivo sistema previdenciário, que atualmente custa por ano 15% do PIB.

Um rascunho inicial do programa de governo do M5S e da Liga incluía uma reivindicação do cancelamento de 250 bilhões de euros em dívida pública italiana, postura que afronta tratados da União Europeia e seria praticamente inviável, dizem analistas. Esse chamado foi removido da proposta final, mas deixou investidores em alerta sobre até onde os dois partidos estão dispostos a avançar com políticas econômicas heterodoxas.

Até agora, os temores nos mercados financeiros, medidos principalmente no mercado de bônus, têm ficado relativamente contidos. Mas isso se deve amplamente ao massivo programa de estímulo do Banco Central Europeu (BCE), que segue comprando títulos de dívida pública, inclusive os italianos.

O rendimento dos BTPs (como são conhecidos os bônus italianos) de 10 anos, medida comum de preocupações de investidores em relação à probabilidade de um calote da dívida de um país, subiu de cerca de 1,74% em abril para até 2,29%. Analistas ponderam que, graças ao programa do BCE, essa taxa ainda é baixa. Quando mercados financeiros realmente ficaram preocupados que a Itália pudesse deixar a zona do euro em 2011, o yield desse título bateu 7%. (Associated Press)

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