Terminou nesta segunda-feira (24) o oitavário a Nossa Senhora da Penha, Padroeira do estado do Espírito Santo. Nesses oito dias após a Páscoa, os devotos de Maria, lotaram as missas e as demais celebrações e diversas formas de homenagem à santa. E não foi diferente na missa de encerramento, que, mesmo com o tempo fechado, reuniu milhares de devotos, após das 16 horas na Prainha de Vila Velha, aos “pés” do Convento da Penha.
A celebração foi presidida pelo arcebispo de Vitória, Dom Luiz Mancilha Vilela, que levou como mensagem a fé e a esperança. Ele destacou o sofrimento dos brasileiros com o enorme desemprego, que já prejudicam mais de 13 milhões em todo Brasil. Ressaltou a falta de compromisso com a pessoa humana dos governantes e políticos que discutem e voltam reformas e leis. “O nosso povo está sofrendo com o desemprego e recorremos à Maria, que venha ao nosso socorro e que nos console e nos ampare. O país precisa de reformas política, econômica e diversas outras como afirmam os entendidos. Mas todas têm que ser a serviço da população, de todos e não de alguns. As pessoas dizem que estas reformas são necessárias, mas o centro delas têm que ser a pessoa humana. Nosso povo precisa ser amparado. Que os brasileiros sejam amparados, fortalecidos e tenham salários dignos para viver”, clamou Dom Luiz em trecho de sua homilia.
O religioso criticou leis que autorizam aborto ou a morte, afirmando que este é um poder apenas de Deus. E que esse tipo de discussão tem feito aumentar a falta de respeito à vida. “Há muitas pessoas que perderam o respeito à vida e até leis para matar. As reformas têm que estar a serviço da vida, mas o egoísmo está imperando e por isso a gente vê e vive sob muita injustiça social. Só Deus é o Senhor da vida e não há licença para matar. Cristão nenhum pode assumir esta lei”.
Diante da crise política que vive o Brasil e do envolvimento de nomes de políticos capixabas, o líder da igreja católica capixaba não deixou o tema passar. Contudo, falou sem mencionar nomes. Segundo Dom Luiz, a roubalheira nacional está matando a população. Convidou os cristãos do Espírito Santo, que sejam força contrária, para combater o mal com o bem e paz. “Diante da vergonha de tanto desvio de dinheiro, que deveria estar sendo investido em diversas áreas, como a saúde, que está uma vergonha, nos voltemos a Deus e sejamos, juntos, construtores da paz e do amor. Nossa Senhora é a Senhora da esperança. Nós sofremos, mas não vamos perder a esperança. Carreguemos a paz e a verdade. Longe de nós a trapaça, sobretudo a quem nos governa”, clamou durante a celebração.
Diferente dos últimos 445 anos, a Festa da Penha 2017 não teve um tema específico. O evento mariano, que já é o terceiro do país, falou de Nossa Senhora como mãe, mulher, intercessora e seus diversos títulos, para acompanhar um movimento nacional em homenagem aos 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Segundo o arcebispo, a igreja católica convida a todos a venerarem a mãe que Jesus deu a todo mundo. “Nesses anos todos, em todo o mundo, foram atribuídos nomes e títulos àquela que acompanhou seu filho no momento de sofrimento e em todos os seus passos. Na cruz Jesus disse a Maria que ela é a mãe de todos nós. E temos gratidão ao afeto filial a ela que está unida a nós e nos trata e nos ama como seus filhos diletos, como fez com Jesus. Nós capixabas aprendemos a ama-la como Virgem da Penha, e Senhora das Alegrias”.
Para a igreja católica do Brasil, 2017 é o ano mariano e todas as manifestações e festejos em homenagem à Maria, seguirão esta linha, como forma de universalizar a Mãe de Jesus e de todos que nela acreditam. A missa terminou por volta das 18 horas e a 446ª Festa da Penha terminou com show do Padre Anderson Gomes.
