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Dois dias após confronto, 7 corpos são achados na Urca

Sete corpos de supostos traficantes foram encontrados ontem na Urca, bairro de classe média alta do Rio e zona militar. Na sexta-feira, a região foi palco de um intenso tiroteio entre bandidos e a Polícia Militar, que paralisou por duas horas a circulação do bondinho do Pão de Açúcar, um dos principais pontos turísticos do País. Até o funcionamento do Aeroporto Santos Dumont foi afetado.

Seis corpos estavam em pedras em uma área próxima da Praia Vermelha e outro foi localizado na mata que liga a Urca ao bairro vizinho do Leme. Familiares identificaram os corpos como sendo de traficantes que atuavam no Morro Chapéu Mangueira, no Leme, e acusam a Polícia Militar de ter matado os homens após se renderem. A polícia informou que ainda investiga se os corpos são dos bandidos que participaram do tiroteio da semana passada.

Em busca dos desaparecidos no confronto, neste domingo, familiares dos supostos traficantes fizeram uma caminhada de aproximadamente duas horas por trilhas na mata até a Urca, refazendo o trajeto percorrido pelos fugitivos na sexta-feira. Durante o percurso, no fim da manhã, conseguiram localizar seis corpos em pedras, à beira do mar, em uma região de difícil acesso conhecida como Pedra do Anel. O sétimo corpo foi localizado à tarde, na mata.

Os familiares informaram aos bombeiros sobre os corpos e peritos da Polícia Civil foram ao local para examiná-los. No fim da tarde, acabaram removidos para o Instituto Médico-Legal (IML). Até a noite de domingo não havia nenhuma identificação oficial dos corpos, mas algumas pessoas já haviam sido identificadas pelo primeiro nome ou pelos apelidos: Ernani, o Boldinho; Ângelo, apelidado de Foca; Tinaia; Da Coreia; Nathan da Vila Aliança e HB.

O corpo encontrado na mata seria de Franklin Miranda, de 29 anos, que segundo familiares morava no complexo de favelas da Maré, na zona norte, mas estava participando de uma disputa entre facções que ocorre no Leme desde fevereiro e se acirrou nos últimos dias.

Parentes dos mortos encontrados neste domingo acusam a Polícia Militar de ter matado os seis traficantes quando eles já tinham se rendido, na mata do morro da Urca. Depois os PMs teriam abandonado os corpos entre as pedras. Essa versão que aponta execução foi contada aos parentes dos mortos por traficantes que conseguiram fugir.

Questionada pela reportagem, a Polícia Militar informou apenas que os corpos serão submetidos a perícia para identificar a causa das mortes. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios do Rio.

Até fevereiro, os morros da Babilônia e Chapéu Mangueira, embora vizinhos, eram controlados por facções rivais: o Comando Vermelho (CV) dominava o primeiro e o Terceiro Comando Puro (TCP) controlava o segundo.

O traficante do TCP Paulo Roberto da Silva Taveira, conhecido como Cara Preta, chefe do tráfico no Chapéu Mangueira, estava preso desde 2009, mas conseguiu autorização judicial para visitar a família em julho de 2017. Ele saiu e nunca mais voltou à prisão. Passou a reunir armas e comparsas para tomar o controle do tráfico no Morro da Babilônia, o que ocorreu em fevereiro. Na sequência, o Comando Vermelho tentou retomar a favela, o que tem levado a tiroteios frequentes. Há uma semana, houve mais uma tentativa de retomada: cerca de 30 criminosos do CV chegaram à Babilônia e iniciaram um confronto com os rivais do TCP.

A Polícia Militar interveio às 5h30. Os confrontos continuaram ao longo do dia e dois supostos traficantes morreram baleados. Os criminosos começaram a fugir pela mata, e a polícia iniciou uma busca, que continuou nos dias seguintes e culminou com o tiroteio de sexta-feira.

Fábio Grellet
Estadao Conteudo
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