Na sociedade atual os padrões estéticos são bem delimitados e até mesmo exigentes. A pele faz parte dos órgãos que possuímos e é o maior deles, pois cobre praticamente todo nosso corpo. Manter a saúde da pele é fundamental, mas quando o indivíduo possui alguma doença dermatológica, pode comprometer não só a saúde física, mas também a saúde mental.
De acordo com a dermatologista Krishna Sandoval, por estarem visíveis, as doenças dermatológicas podem prejudicas as relações sociais e a capacidade produtiva. “Por estarmos em uma sociedade que valoriza conceitos de estética e beleza, as afecções dermatológicas, principalmente quando ocorrem em áreas expostas, levam a maior constrangimento social, causando alguns estigmas que afetam negativamente a produtividade no trabalho”, disse Sandoval.
A maioria dos pacientes portadores de psicodermatoses já vivenciou situações desagradáveis, quando tiveram que lidar com algum tipo de discriminação ou rejeição em locais de circulação social. “Muitas vezes, o que incomoda os pacientes é a reação de outras pessoas frente à doença, e por isso as doenças de pele “doem” a partir do olhar do outro”, explicou a médica.
Doenças crônicas e desfigurastes como a psoríase e o vitiligo atingem juntas cerca de 3% da população e seus impactos psicossocial podem servir como motivos de estresses por si só, podendo causar um grande estresse diário e estar associadas a um intenso sofrimento psíquico devido a “rejeição” da sociedade.
Confira abaixo as doenças listadas pela dermatologista que mais abalam a autoestima
Acne: é uma das doenças mais facilmente reconhecíveis na face, que ocorre com maior frequência na adolescência, de causa multifatorial (hormonal, bacteriana – Propioni bacterium acnes, hiperceratinização folicular, genética). Evidencia-se sob a forma de comedões, pápula pústulas e cistos na face, que podem, pela intensa inflamação da unidade pilosebácea, deixar cicatrizes escavadas, deprimidas ou hipertróficas. Vários estudos demonstram ser fator de isolamento social, depressão e baixa autoestima principalmente entre os adolescentes.
Melasma: caracterizado por manchas acastanhadas em áreas de exposição solar, principalmente na face e em mulheres; por aumento dos depósitos de melanina na epiderme. O sol é um fator desencadeante e agravante, além da participação hormonal e predisposição genética na maioria dos casos.
Vitiligo: acomete aproximadamente 1% da população, caracterizado por manchas brancas (acrômicas), geralmente bilaterais e simétricas, de etologia desconhecida, sendo comum o acometimento familial (20%). Mais frequente na 2ª e 3ª década de vida, decorre de uma diminuição ou inexistência de melanócitos de causa autoimune. Embora o vitiligo e o melasma causem prejuízos apenas estéticos, podem desencadear distúrbios psicossociais de grande importância.
Doenças alérgicas (urticárias, dermatite atópica e dermatite alérgica de contato): formam um grupo de doenças que além de causarem impacto visual negativo aos pacientes, com lesões vermelhas, em alguns casos com edema da pele e outros com formação de vesículas e descamação, levam a grande desconforto e absenteísmo do trabalho pelo intenso prurido e irritabilidade que geram.
Psoríase: doença que afeta 1,5% a 2% da população ocidental, é uma doença inflamatória crônica de caráter genético e imunológico, mas que pode também ser desencadeada por fatores ambientais como trauma cutâneo, infecções e estresse. A forma mais comum é a psoríase vulgar, sob a forma de pápulas e placas vermelhas, descamativas, com escamas prateadas causando vergonha e constrangimento a seus portadores.
