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Diabetes pode ser agravada por doenças bucais

doença bucalO diabetes é uma doença que afeta mais de 400 milhões de pessoas no mundo e é caracterizada pela deficiência na produção e ação da insulina no corpo. Se não for controlada, a doença pode causar diversas alterações sistêmicas e ocasionar uma série de problemas, entre eles a doença periodontal, considerada a sexta complicação mais grave do diabetes.

A cirurgiã-dentista Marlei Bonella, especialista em Periodontia, destaca que existem grupos de risco que precisam realizar visitas ao dentista com uma frequência maior para frear qualquer primeiro sinal de doença periodontal e o diabético está incluso nesse grupo. “Pacientes diabéticos, fumantes, que sofrem de estresse, e pacientes com AIDS estão mais predispostos a contraírem a doença periodontal. No caso do paciente diabético, ainda há um agravamento. A inflamação na gengiva altera os níveis de glicose predispondo o paciente a desenvolver a diabetes ou quem já possui, tornar-se mais severa. E na mesma linha, pacientes diabéticos, apresentam menor taxa de defesa no organismo, sendo assim, estão mais predispostos para desenvolverem a gengivite e doença periodontal”, afirma.

Doença Periodontal

A doença periodontal é uma das principais causas de perdas dentária e atinge 90% da população mundial, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A patologia consiste na inflamação e destruição dos tecidos de proteção e suporte dos dentes (gengiva, ossos e ligamentos periodontais) e é causada, principalmente, pela falta de higiene bucal ou higienização errada, que acarreta lesões à gengiva e permite o surgimento do ambiente propício para as bactérias se instalarem. Além disso, fatores genéticos também deixam pacientes mais predispostos à formação de placa bacteriana e cálculo, aumentando os riscos de aparecimento de doença periodontal.

Marlei alerta que um dos primeiros sinais de que há algo errado é o sangramento gengival. “Gengiva que sangra nunca é normal. Ele pode ser o primeiro sintoma e é considerada a fase inicial da doença. Se ela sangra durante a escovação ou alimentação, é sinal de que está fragilizada por algum motivo, e precisa ser investigada”, aponta. Outros sintomas importantes são inflamação da gengiva, presença de cálculos, mobilidade dos dentes, mau hálito e até sensibilidade são sinais que não devem ser negligenciados.

O tratamento da doença periodontal varia conforme o grau de progressão da doença e a resposta do organismo de cada paciente aos procedimentos. A raspagem e o alisamento radicular são métodos comumente utilizados para tratar a patologia. A raspagem remove a placa e o cálculo abaixo da gengiva. Em seguida, o dentista alisa a superfície da raiz do dente, permitindo que a gengiva cicatrize e dificultando o acúmulo de novas placas.

A dentista ainda alerta que a melhor forma de tratar a doença periodontal é por meio da prevenção e da correta higiene bucal. “Parece uma situação fantasiosa, mas uma parte considerável da população não sabe escovar os dentes e usar o fio dental de forma correta. E isso é um dos principais agravantes de muitas doenças bucais. Escovar os dentes e utilizar o fio dental corretamente e após as refeições são os métodos de prevenção mais eficazes para evitar não somente doenças periodontais, mas também diversas outras patologias que nascem na boca”, finaliza.

Outras complicações

Os problemas podem chegar até no coração, se a doença periodontal não for combatida. A gengivite, um dos primeiros estágios da doença periodontal, abre portas para a entrada de bactérias na corrente sanguínea. Uma vez dentro do organismo, essas bactérias são transportadas para diversas partes do corpo. Dessa forma, elas podem se alojar em diferentes órgãos, inclusive no coração, causando uma inflamação muscular chamada endocardite. Segundo dados do Instituto do Coração (Incor), a taxa de mortalidade de pacientes diagnosticados com endocardite é de 25%.

Outra complicação decorrente de bactérias na corrente sanguínea está relacionada à gravidez. Infecções no período gestacional podem causar abortos, partos prematuros e nascimento de bebês com baixo peso. “Estatísticas afirmam que o percentual de gestantes com gengivite é de cerca de 75%. As alterações hormonais nessa fase são naturais e, por isso é importante fazer o acompanhamento durante toda a gravidez, sendo que o primeiro trimestre e depois do 7º mês de gestação, normalmente as alterações hormonais estão mais frequentes. Essas alterações hormonais levam a maior sangramento gengival, aumento do biofilme bacteriano, levando ao risco de desenvolvimento da doença periodontal, o que pode resultar em riscos de nascimento de bebes com baixo peso e prematuros”, alerta a dentista.

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