O Festival Nacional de Teatro de Curitiba é o maior da América Latina e está indo para a 27ª Edição. Desde 1992 o festival é um espaço de trocas e uma vitrine para grupos de todo o país. As peças vão desde as grandes produções da seleção oficial até a avalanche experimental da Mostra FRINGE, onde, neste ano, temos dez peças do Espírito Santo.
Dentre elas, quatro são criadas dentro do curso de Artes Cênicas da Universidade Vila Velha em projetos de pesquisa do “Núcleo de Investigação em Teatro Colaborativo” e da “Companhia Poéticas da Cena Contemporânea”.
A “Companhia Poéticas da Cena Contemporânea”, sediada na UVV desde 2014, dirigida pela atriz e encenadora Rejane Arruda, apresenta-se pela terceira vez no FRINGE, desta vez, com os espetáculos “Peter Pan” e “Love Fair”.
Tematização do desejo na boca dos atores, “Love Fair” alcança um tratamento estético através de folhas secas e o jogo cênico com corações de carne (de verdade). Já o infanto-juvenil “Peter Pan”, regado a Beatles e canções populares, todo sonorizado ao vivo, utiliza-se de “achados cênicos” e cenas de plateia para contar a história de Wendy na Terra do Nunca.
O “Nucleo de Investigação de Teatro Colaborativo”, sediado na UVV desde 2015 com direção de Lara Couto, em parceria com a companhia “Os Suspeitos” apresenta uma versão de rua de “Casa de Bonecas”. O texto de Ibsen é o primeiro a trazer o viés feminista para a dramaturgia moderna.
O “Núcleo” também apresenta “Vértices, Sobre Hamlet”. Em parceria com o “Avessos Núcleo”, os icônicos personagens Hamlet e Ofélia são reconstruídos em meio a uma miscelânea de diversas referências, para abordar temas como o suicídio, o papel da mulher na sociedade, a loucura cotidiana e os desencontros do amor.
A ida dos grupos capixabas para Curitiba revela uma fértil produção, jovem e experimental que, exposta para todo o Brasil, fortalece a nossa cena teatral e coloca o Espírito Santo dentre os polos de produção cultural.
