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Desmistificando o multinível

Negócios exponenciais, venda direta, marketing de relacionamento, marketing de rede, marketing multinível e os escândalo das pirâmides financeiras. Afinal, o que é lícito ou não nesta atividade de indicar pessoas para participarem de uma rede de negócios, que promete ganhos elevadíssimos?

Como advogado de Franchising há algum tempo, sempre me interessei sobre negócios em rede. Entendo que faz muito sentido que numa economia virtual e conectiva, em que grandes empresas não mais significam grandes e pesadas estruturas de custo, e que tudo é transmissão de conhecimento, que tenhamos negócios baseados na conexão de demanda e oferta.

Aliás, é o que revela o sucesso de empresas como “Airbnb” que embora tenha mais quartos para alugar do que a maior rede de hotéis do mundo, e inclusive tenha um valor maior do que qualquer rede de hotéis, é somente um marketplace, um facilitador de anúncios e negociação.

O que o Marketing Multinível se propõe a fazer é reduzir os custos de venda, normalmente constituídos de locação de espaço, energia elétrica, headcount e folha de pagamento, tributação e seguridade social, obras, estoque; distribuindo esses gastos em forma de comissão por cada venda operada, porém, para toda a rede que se esforçou para que a venda ocorresse.

Mas como ficam as fraudes e ilicitudes que vemos todo o tempo no mercado? Primeiro é importante destacar que as Pirâmides Financeiras são crimes previstos em lei. Sempre pesquise se a empresa é associada à ABEVD (Associação Brasileira de Empresas de Venda Direta), que regulamenta o mercado há mais de 30 anos e o Ministério da Justiça.

Apesar de aplicarem conceitos e bonificações previstas nos modelos internacionais de marketing multinível – que são aplicados em empresas sérias como a Amway Global, com faturamento de mais de 8 bilhões de dólares anuais, fundada na década de 50 nos EUA, Herbalife International fundada em 1980 com faturamento de 3,825 bilhões anuais. E no Brasil, mais recentemente a Polishop, com faturamento superior a 1,2 bi, que embora datada de 1999, abriu canal de venda direta por Marketing Multinível em 2011 – os esquemas Pirâmides não distribuem comissões de vendas de produtos e não se destinam a ser um canal de venda de produtos, mas tão somente uma rede de captar e distribuir dinheiro.

O Multinível é essencialmente um modelo de vendas diretas que distribui produtos e/ ou serviços por meio de empreendedores independentes,  comissionados em diferentes níveis (multiníveis) de acordo com a equipe de vendas que ele construiu. Uma empresa de Marketing Multinível deve apresentar: produtos inovadores, um plano de bonificação que gera comissões para revenda, comissões sobre formação de equipe de vendas e um plano de bonificação que não seja alimentado somente pelos novos cadastros. O cadastro não deve ser remunerado, o mais correto é que esse cadastro se dê mediante a aquisição de produtos que chegarão com emissão de Nota Fiscal e todo o processo normal de compra e venda que se observa numa operação. Esta empresa deverá apresentar um sistema que permita que um empreendedor que começou hoje no negócio possa ganhar até mais do que alguém que começou antes. E por fim, o modelo de negócio não deve iludir os empreendedores com a garantia de riqueza fácil.

Caio Kuster
Caio Kuster
Caio Kuster, proprietário do Kuster e de Angeli Advocacia. Especialista em Direito Empresarial e Trabalhista, é diretor jurídico da Associação Brasileira de Recursos Humanos, desde 2012. Participa do Programa de Desenvolvimento de Dirigentes da Fundação Dom Cabral no ES.

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Comentários
  1. Trabalhar com marketing multinível realmente não é sinônimo de riqueza fácil. Trabalho com uma empresa séria e premiada pela ABEVD, mas o simples fato de se tornar um consultor não é garantia de sucesso.
    Se uma palavra traduz o sucesso nesse negócio é foco!

  2. Parabéns pelo artigo. Muito esclarecedor à aquelas pessoas que colocam empresas sérias e “empresas” fraudulentas num mesmo pacote. Em marketing multinivel não existe dinheiro fácil, é necessário trabalho, foco, capacitação e principalmente resiliência.

  3. Mesmo conhecendo o multinível desde 1996,sei que é tão desafiador quanto um negócio tradicional.porém,inovador e descomplicado.
    Não existe concorrência. embora novas pessoas considerem por sua paixão ao negócio.
    sabemos quebainda está na maternidade e vai crescer bastante.
    cada ano sonhamos mais e somos diamantes por uma decisão!
    http://www.amway.com.br
    parabéns e ingressem neste sonho real!

  4. Boa Marcelo!

    Advogado de franchising? Então você já sabe que o REI DAS FRANQUIAS acaba de entrar para o Marketing Multinivel com a empresa Aloha – só mais uma demonstração de como esse segmento é promissor, afinal um bilionário conhecido como ele nem precisaria abrir uma empresa do tipo e também nem precisa provar nada para ninguém.

    Independente de empresa, te desejo toda sorte que precisa!

  5. Excelente texto. Sou administradora, empresária e estou no ramo do MMN há 10 meses, posso dizer que não tem modo mais fácil de se ter sucesso financeiro do que esse modelo de negócio, mas é necessário dedicação como qualquer outro trabalho. E temos que ajudar os outros a ganhar dinheiro. Isso é o melhor. Transformar a vida das pessoas.

  6. Será mesmo que vale a pena trabalhar com esse tipo de negócio? Quero entrar no multinivel mas tenho medo de me laskar. Investindo e não tendo retorno

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