Dólar Em alta
5,243
18 de abril de 2024
quinta-feira, 18 de abril de 2024

Vitória
23ºC

Dólar Em alta
5,243

Desarticulada quadrilha acusada de ‘tomar’ prédio para o tráfico na Serra

operação condominio serra

As polícias Militar e Civil prenderam 14 pessoas e apreenderam três menores  na manhã desta quinta-feira (6) no bairro Ourimar, município da Serra, acusados de pelo menos quatro homicídios entre maio e junho, além de envolvimento com o tráfico de drogas na região. Segundo a denúncia, três deles integravam uma quadrilha que se instalou em um condomínio residencial, tomava apartamentos e obrigava moradores a esconder drogas e armas. Outras duas pessoas estão foragidas.

Durante a ação, foram apreendidas duas armas de fogo, sendo uma espingarda calibre 12 e um revólver calibre 32; 30 munições calibre 12 e outras 12 calibre 36. Também foram encontradas 84 buchas de maconha, 31 pacotes de cigarros contrabandeados e R$ 1.157,00 em dinheiro. A operação envolveu 220 policiais militares, 161 policiais civis e 19 delegados.

O titular da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) da Serra, Romualdo Gianordoli, informou que os três presos são Denilson da Cruz Santos, o “neguinho da 12”; João Augusto Rodrigues de Oliveira, 18; e um menor de 17 anos. Douglas Fernandes Pinto, o “drogba”, de 26 anos e Brian Lopes, 18, estão foragidos. Esse último é apontado como chefe da quadrilha e envolvido nos quatro homicídios, entre eles, o de Marcos Antônio da Silva Xavier, conhecido como “mata-rindo”, ocorrido no condomínio no início de junho.

Segundo Gianordoli, essa é a 3ª operação da polícia no local. Tudo começou em maio, quando alguns moradores começaram a chamar os traficantes do bairro Vila Nova de Colares para resolver conflitos internos da vizinhança, como brigas. Foram cerca de 50 denúncias anônimas sobre o que acontecia no condomínio.

Os traficantes foram ocupando o espaço e chegaram a expulsar síndico e porteiro. O local, que foi batizado de “Carandiru”, tem cerca de 608 apartamentos (nem todos ocupados), 38 torres com fácil visualização para ver a polícia chegar, além de área para esconder objetos ilícitos.

“Tivemos depoimentos formais de pessoas até mesmo com familiares deficientes que foram ameaçadas porque simplesmente não queriam esconder armas e drogas dentro de suas residências, até porque isso pode ter implicações criminais para elas. Elas acabaram sendo expulsas para não serem assassinadas”.

Ainda segundo ele, os acusados impunham leis, como a do silêncio. Quem denunciasse ou testemunhasse contra os acusados, morria. Outra dizia que não havia propriedade privada, e eles poderiam entrar em qualquer apartamento e esconder os objetos. Outra dizia que carros roubados não entravam no condomínio. No fim de junho, um homem identificado como Eduardo Barreto Pires foi assassinado por descumprir essa ordem.

Outros casos são o de Vagner Martins, morto na 1ª operação, em maio; um dupla tentativa de homicídio; e o de uma mulher, que ficou desaparecida por um mês. Todos tem envolvimento de Brian, “Drogba” e “Neguinho da 12”, que queriam controlar o tráfico.

O delegado José Arruda disse que as pessoas viviam com medo e nem mesmo podiam ir a praia de Manguinhos. O trabalho de três meses, em conjunto com as delegacias, é mais que pedagógico para e reestabelecer a ordem e eles voltam quantas vezes forem preciso para que os moradores possam viver com a paz que merecem. “Com certeza o impacto na região será positivo”.

O Coronel da Polícia Militar, Alexandre Ramalho, disse que a dificuldade era comprovar as denuncias entrando nos apartamentos. Com o apoio do Ministério Público e poder judiciário, foi possível coordenar e restaurar a ordem pública. “É muito importante permitir aos cidadãos seu direito de ir e vir, principalmente na casa que adquiriu com tanta dificuldade. É inadmissível impor algum tipo de regras para eles, que são humildes e trabalhadores”.

O secretario de Segurança Pública, André Garcia, disse que a complexidade do que acontecia tornava os moradores reféns de um grupo pequeno, mas que trouxe muitos transtornos. O objetivo foi restabelecer a tranquilidade deles e operações parecidas vão acontecer novamente. “Vamos continuar presentes e passando um recado duro, de que não há nenhum local, mesmo que seja um condomínio, que a polícia não possa entrar. Estamos trabalhando para devolver a população que fica refém desse tipo de situação, sua tranquilidade”.

Você por dentro

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Escolha onde deseja receber nossas notícias em primeira mão e fique por dentro de tudo que está acontecendo!

Comentários

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Mais Lidas

Notícias Relacionadas