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Das cavernas às cidades: onde está a ética?

Desde os primórdios o ser humano procura melhores formas de viver em sociedade. Ainda nômade formava grupos. Ao passar viver nas cavernas, começando sua vida sedentária, inicia-se também um novo estilo de vida, não tardando a aparecer as primeiras comunidades. Espalhadas pelo mundo desenvolveram características próprias dando origem às suas culturas.

Entre os gregos, surgem as primeiras preocupações que envolvem as relações sociais. Ao afirmar que o ser humano é um animal político, o filósofo Aristóteles propõe uma reflexão sobre as nossas formas de conviver. Para ele a ética deveria ser o princípio básico dos relacionamentos, “pode ser definida como uma busca da felicidade dentro do âmbito do ser humano se este homem se esforçar a atingir sua excelência, isto é, se tornar uma pessoa virtuosa”. Virtude significa cuidar dos nossos hábitos, pois ele determina o nosso comportamento como bom ou ruim, há um ditado popular que ilustra bem este pensamento, mostrando a força do hábito “o uso do cachimbo deixa a boca torta”; a virtude pode ser entendida também como cuidar da nossa intelectualidade, alimentando-a com conhecimentos significativos para a nossa existência. Já diria um outro ditado, “mente vazia é oficina do diabo”

No século XV Maquiavel escreve “O Príncipe”. Nela trata das questões políticas e propaga a ideia que “os fins justificam os meios”. Não interessa o que você vai fazer para atingir o seu objetivo, o que importa é o objetivo cumprido. Assim, começamos a perpetuar uma nova forma de pensar e agir. E desde então o livro “O Príncipe” vem sendo o livro de cabeceira de muitos estadistas que o utilizam como forma de aprender a dominar a todos aqueles que se afastam da virtude, da forma pensada por Aristóteles. Talvez agora, começamos a entender porque nossos dirigentes políticos preferem um povo intelectualmente falido, pois assim, geramos um povo desvirtuado. E um povo sem virtudes é mais fácil de ser controlado, encabrestado, enganado, iludido, enfim, manipulado.

No terceiro milênio a ética volta à cena novamente. Queremos ser éticos! Mas que tipo de ética queremos, a proposta por Aristóteles ou Maquiavel? A resposta parece óbvia, mas na prática não é. Se há virtude nos hábitos, não há outro caminho a não ser mudarmos os nossos hábitos. Se queremos construir uma cidade digna, bacana e justa para viver é preciso ter a coragem de corrigimos os nossos hábitos. Lembrando que hábitos são coisas rotineiras que fazemos constantemente, a todo o instante.

Se não tivermos a coragem de revermos nossas posturas, nossos hábitos, pois eles já estão dando sinais claros que estamos caminhando em direções tenebrosas, de pouco ou quase nada adiantará discussões em prol de um conceito, de uma palavra. Ética é comportamento, é atitude, é consequência do hábito humanamente digno e justo.

Walber Gonçalves de Souza é professor

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