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Da cintura pra baixo

“Política, religião e futebol não se discute”.
Todos nós, que somos jovens há muitas décadas, já ouvimos essa expressão muitas vezes ao longo da vida longa.
Religião não era objeto de discussão porque havia basicamente duas categorias: os católicos e os crentes ou protestantes – definição que, por si só, já indicava a dificuldade de convivência harmoniosa.
Com o passar do tempo foi sendo implantada e Teoria da Prosperidade, que transformou a religião num dos mais lucrativos empreendimentos da história da humanidade.
Hoje, mais do que na Idade Média, em nome de deus ou deuses são praticadas as mais severas atrocidades. O fanatismo levado a extremos, e o charlatanismo prosperando com a venda de ingressos para o céu.
Futebol também não era tema pacífico. Brigas e discussões acirradíssimas e algumas centenas ou milhares de mortes resultantes de discussão entre torcedores.
O futebol já foi chamado de “a Pátria de chuteiras” e ainda hoje, apesar dos escândalos disseminados e patrocinados pela Fifa, o futebol ainda é o campeão dos esportes, levando multidões aos estádios e envolvendo bilhões de reais em ações de marketing e compra de resultados.
Mas hoje como ontem, o futebol é movido a paixão. E não há argumentos contra o passionalismo.
Por último não era recomendado discutir a política, porquanto a sociedade era dividida (como hoje), entre as oligarquias e os mortais, massa de manobras do coronelismo e da manipulação inescrupulosa da vontade popular.
E a partir dessas premissas passei o me ocupar (e preocupar) da busca compreensão do atual momento político brasileiro. E não vamos falar dos 90% do eleitorado que querem o afastamento da presidente Dilma Rousseff e o extermínio do Partido dos Trabalhadores.
Vamos falar dos 10% que caminham na contramão da história, e defendem ardorosamente Dilma Rousseff e o PT.
Sem qualquer preocupação em abordar questões envolvendo os detentores do poder, os que vêm utilizando os cofres públicos para aumento de patrimônios privados e os que são remunerados com dinheiro subtraído do erário para defender o governo nos meios de comunicação – de forma especial nas redes sociais – a realidade é que 10% dos brasileiros acreditam em Lula da Silva, em Dilma Rousseff e no Partido dos Trabalhadores.
Tenho inúmeros amigos, de algumas décadas, pessoas de reputação ilibada, de bom nível educacional e cultural, que acreditam efetivamente na lisura da atual administração (Dilma/Lula).
Gente séria que se recusa a acreditar, por exemplo, que o petrolão é o segundo maior escândalo de corrupção da história da humanidade, e que a dupla sertaneja Dilma/Lula é vítima da mídia corporativa (materializada sob o manto demoníaco da Rede Globo) e do capital internacional.
Movidos pela paixão, e só por isso, acreditam de fato que o PT é perseguido pela Justiça, pelo Ministério Público, e que Lula é de fato o homem mais honesto do Brasil.
Movidos pela paixão, se recusam a acreditar no injustificável e deplorável aumento patrimonial da família Lula da Silva, apesar de todas as provas e evidências.
Gente de boa fé que participou da “vaquinha” para tirar José Genoíno e José Dirceu da cadeia, e que se recusa a acreditar que ambos são hoje milionários.
Como convencer um vascaíno de que o Vasco da Gama é time de segunda divisão. Ele vai contestar, discutir, partir para as vias de fato, e argumentar que o clube foi rebaixado três vezes nos últimos oito anos por conta de uma conspiração patrocinada pela CBF e pela Rede Globo.
Como a fé move montanhas, a paixão move corações e mentes.
“Somente os tolos acreditam que a política e a religião não se discutem. Por isso os ladrões permanecem no poder e os falsos profetas continuam a pregar”.
E o futebol? Hoje ninguém perde tempo encarando discussão com torcedores do Vasco da Gama.
E se pedir a qualquer vascaíno que explique o que levou o time a ser rebaixado pela terceira vez em oito anos, a resposta já está na ponta de língua:
– Eu não sei de nada!

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