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Custo de um sonho: preconceito não foi barreira para bailarino de 10 anos

Por  Pedro Permuy

bale_menino_posando_pedro_permuy__-156870Tudo começou quando o jovem tinha apenas dois anos. O gosto por balé se manifestava na televisão, em desenhos que tinham a música clássica como tema. A preferida do menino era a Cinderela. Mesmo tendo sofrido agressão física, o difícil não foi vencer o preconceito. Enzo, 10 anos, diz que o maior obstáculo foi a prova da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, que fica em Joinville, Santa Catarina. É para lá que o menino irá se mudar de vez com a família no início do ano que vem.
A mãe de Enzo, a doméstica Norma Santos de Jesus, diz que há pouco mais de seis meses o menino foi alvo de agressão física numa rua que fica próxima à casa em que mora, no bairro Jardim Carapina, em Serra. “Mas nada nunca me fez pensar em desistir. Eu tracei uma meta e vou cumpri-la até o final”, garante Enzo.
Na ocasião, o menino foi seguido por dois colegas mais velhos e agredido com socos no abdômen. “Ele ficou todo roxo”, lamenta a mãe. Ela diz que a sociedade não aceita um bailarino por associar a dança clássica à homossexualidade. Enzo diz que sempre teve apoio da família e que o pai ainda é o “coronel”. O menino esclarece que recebe orientações do pai, de como dançar mais bonito, que serve como mais um incentivo para dedicação.
bale_menino_voando_pedro_permuy__-156871De acordo com Norma, o filho é batizado com apelidos pejorativos, mas a personalidade forte não deixa com que ele desista do eterno sonho. Sonho do qual a diretora da escola de balé Studio Allegro, em Jardim Camburi, na capital, Cristiane Silveira, faz parte.
“Ele tem o sonho de ir para o Bolshoi, e conseguiu. Eu tenho o sonho de um dia, bem velinha, vê-lo numa grande companhia e ouvir da boca dele eu me lembro de você, tia Cris”, conta a diretora. Ela cedeu uma bolsa para Enzo há um ano e oito meses, período em que ele se dedicou aos estudos técnicos e práticos da dança.
Segundo Cristiane, ela sequer sabia que o aluno havia se inscrito para a prova da escola russa e foi pega de surpresa. Ela explica que antes de ir para a instituição de balé em Vitória, Enzo participou de um projeto na cidade em que mora de dança e que as coordenadoras de lá é que ficaram responsáveis por incentivar o menino a ir à audição, como é chamada, em Joinville.
Custo X Sonho
Filho de ajudante de pedreiro e doméstica, Enzo, agora que está aprovado para executar o curso, que dura oito anos, na Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, considerada patrimônio da humanidade pela ONU e UNESCO, precisa levantar fundos para arcar com as despesas que os estudos trarão.
A bolsa engloba alimentação no período da manhã, em que o menino estará nas dependências da escola russa, os ensinos do balé e transporte de casa até a sede do teatro. Os gastos com aluguel, alimentação da família e demais custos não estão inseridos na bolsa.
Por isso, a diretora da escola de balé na qual Enzo ganhou bolsa em Jardim Camburi, Vitória, Cristiane Silveira, está fazendo campanha para doação para que a família se estabeleça, ao menos no primeiro momento, na cidade da Região Sul. “Está sendo difícil, a escola também dará um pouco, mas não podemos ceder muito dinheiro porque também lutamos com dificuldade”, destaca.
Quem quiser colaborar deve procurar o Studio Allegro, que fica em Vitória, por meio dos telefones (27) 3337-6734 ou (27) 98178-2662.

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