O tom de insatisfação na Casa de Leis do Espírito Santo (Ales) dominou, praticamente, a sessão desta segunda-feira (11), o que pode ter deixado a relação entre o Legislativo Estadual e Municipal estremecida. A situação foi gerada na última quinta-feira (7), a partir de críticas aos deputados tecida pelo presidente da Câmara de Vitória, Fabrício Gandini (PPS), sobre a violência no Estado.
O vereador Gandini questionou, no plenário da Câmara, a atuação dos deputados, além da pasta de Segurança Pública. Inclusive, chegou a levar um bolo para “comemorar” o fechamento do Destacamento da Polícia Militar do bairro Jardim Camburi, há cerca de um ano. E discursou: “temos uma Assembleia muda, calada diante dos nossos irmãos caídos no chão. Deputados, onde vocês estão? Estão discutindo tíquete!”.
Alguns deputados da Ales não gostaram da atitude do vereador e rebateram as críticas. “Ele (Gandini) é um rapaz bom, mas deveria cobrar do prefeito (Luciano Rezende, PPS)”, alfinetou o deputado Euclério Sampaio (PDT).
Já o peemedebista, Dr. Hércules, disse: “se ele (Gandini) quiser nos ensinar como fazer melhor, a gente vai estar aqui esperando o presidente da Câmara de Vitória”.
“Não podemos dar moral a esse jovem que está ingressando na política”, retrucou o presidente da Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado, Gilsinho Lopes (PR). Ele lamentou a atitude e sugeriu uma reunião com o vereador para esclarecer os fatos.
A Comissão de Segurança irá marcar nos próximos dias uma audiência entre a Secretária de Segurança Pública (Sesp), vereadores, deputados e a sociedade para discutir a segurança em Jardim Camburi. A data ainda não foi definida.
Repercussão foi positiva, disse Gandini
Para o vereador Fabricio Gandini, a repercussão dos seus questionamentos foi boa, uma vez que ganhou destaque na sessão desta segunda-feira.
“Fiz críticas a situação da segurança e cobrei maior agilidade. Não foi nada além do meu papel”, disse. Ele se diz satisfeito com a repercussão do assunto e negou mal estar entre os poderes e pontuou que defende a “união” no combate a violência.
Por Dóris Fernandes