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Crise hídrica: 28 localidades com cursos de água vazios no Estado

Redação Multimídia ESHOJE com Hanna Carolina

rio_sao_mateus-199279Vivendo a pior crise hídrica da história do Espírito Santo nos últimos 80 anos, sendo motivo para o racionamento em de água em 14 municípios do interior e pela primeira vez nas cidades da Grande Vitória. Os principais fatores para esse acontecimento foi à falta de chuva e o alto consumo de água, levando a queda na vazão dos principais rios que abastecem o Estado.
A Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) divulgou em agosto um quadro das localidades em situações extremamente críticas. Nele, 23 cursos de água entre rios, ribeirões e córregos de 19 cidades estavam praticamente vazios. Este número aumentou no quadro divulgado este mês. São 28 cursos de água em estado extremamente crítico no Estado e desta vez as bacias dos rios Santa Maria da Vitória e Jucu entraram na lista.
Em Santa Maria quase todo o sistema está prejudicado pela falta de água principalmente nas cidades de Cariacica, Serra, Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá. No Rio Jucu, apesar do rodízio de água ter sido interrompido, o sistema ainda enfrenta dificuldades, e o seu curso nas cidades de Vila Velha, Viana, Marechal Floriano, Domingos Martins e Cariacica, têm pouca água.
Algumas das localidades do interior incluídas no quadro a situação é tão complicada que o abastecimento é feito exclusivamente com o carro pipa, como em Nova da Serra (Serra) e Imburana (Distrito de Ecoporanga). Em outros como em São Roque do Canaã recebem água durante 1 dia e ficam 3 dias sem abastecimento.
Na Grande Vitória o rio Santa Maria ainda apresenta vazão muito abaixo do estado considerado crítico. Na ultima semana as cidades de Serra, parte de Cariacica, região continental de Vitória e de Praia Grande, em Fundão, tiveram o abastecimento interrompido. No boletim divulgado pela Agerh no ultimo dia 21, a vazão era de 2.339 litros por segundo. Por isso, o rodízio de água permanece nesses municípios.
Já os bairros atendidos pelo rio Jucu, tiveram o racionamento de água interrompido no ultimo dia 7 de outubro. No entanto a vazão do rio no boletim da Agerh do dia 21 registrou queda. Ele estava marcando uma vazão de 3.937 l/s, enquanto o estado crítico é de 5.292 l/s. Essa situação tem feito os especialistas questionarem o racionamento. “Acho que o rio Jucu não tem condição de sair do estado de alerta. Não deve sair do estado de alerta de racionamento até que tenhamos uma chuva que regularize a vazão” alertou o presidente do Instituto Jacarenema e pesquisador do rio Jucu, Petrus Lopes.
A falta de água chegou a um estado em que o que desce no rio é somente esgoto da cidade, isso segundo Petrus causa a diminuição de oxigênio no estuário do rio. “O rio tem um consumo de oxigênio gigante pelas bactérias, a água apodrece. Não tem vida marinha que resista por isso milhares de peixes apareceram mortos no rio Jucu hoje”.
O Instituto Jacarenema enviou ao governo em 2013 uma pesquisa para diagnóstico de bacias hidrográficas. Nela foram identificadas algumas soluções emergenciais para manter a saúde do rio Jucu. Como o aumento da cobertura vegetal na área rural e urbana da bacia hidrográfica, um programa de ligação de esgoto das famílias menos favorecidas, programa de investimento e aumento do índice de desenvolvimento humano (IDH) da região da bacia.
Além da utilização de espécies bandeiras (animais que representam a qualidade do ambiente) como meio de mobilização e conservação ambiental. A capacitação de membros do sistema estadual de recursos hídricos com inserção de um programa de educação como gestão de recursos hídricos. E ainda a aplicação do plano tático de gestão integrada de fragmentos hidrográficos.
Contudo, destas soluções a única implantada pelo Governo segundo o presidente do Instituto, foi à instalação da rede coletora de esgoto. Sendo de responsabilidade da sociedade a ligação nessa rede, o que é importante para a manutenção da vida nos rios.
Em muitos anos estudando da bacia do rio Jucu, Petrus destacou que os impactos nas outras bacias capixabas afetadas pela crise são praticamente similares. “O que aumenta os impactos são os níveis do que agrava essa situação. São, por exemplo, as atividades que são promovidas em cada rio. Mas a solução é praticamente a mesma de todas as bacias”, salientou.
Ações de combate a crise hídrica
Desde que o racionamento chegou a Grande Vitória o Governo anunciou um conjunto de ações de curto e longo prazo para amenizar os efeitos da crise. Entre elas estão o reforço e impermeabilização do entroncamento (blocos de pedras colocados uns sobre os outros) localizado no Rio Jucu para acumular mais água na área de captação da estação de tratamento de Caçaroca.
No Rio Santa Maria da Vitória, a água represada na barragem de Rio Bonito serve para regular a vazão do rio e dando condições para captar o suficiente para o abastecimento.
Uma outra medida de curto prazo é que o Sistema de Abastecimento de Água de Reis Magos, que está com 61% das obras concluídas, deve entrar em operação até o fim do ano.
No Rio Jucu, Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) está realizando o projeto básico para construção de uma represa que irá armazenar 21 bilhões de litros de água, garantindo abastecimento por quatro meses sem chuva. O investimento no projeto básico é de R$ 480 mil.
A abertura de dez poços profundos que vão beneficiar moradores das cidades de Santa Teresa, Conceição da Barra, Ecoporanga, Mucurici, São Roque do Canaã, Serra, Vila Pavão, Muqui e Pinheiros.
Economizando água
Apesar de ter conseguido economizar 1,65 bilhão de litros de água em um mês após o início do plano de contingência no abastecimento de água para a Grande Vitória, o aviso da Cesan para a população ainda é o de economizar água. Esse número foi suficiente para abastecer a cidade de Serra por 37,5 dias, ou 90 mil residências por um mês segundo o boletim divulgado pela companhia no ultimo dia 20 de outubro. No boletim a Cesan também destacou que obteve uma redução de 18% no consumo de água no sistema Santa Maria da Vitória.

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