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Coronel Ferreira: “Eles querem holofote! É briga pelo poder.”

Afirmou que tudo o que aconteceu, acontece e acontecerá no Estado se resume na briga pelo poder. “Esse pessoal, quando perde a chave do cofre, fica perdido igual a cachorro quando cai da mudança”. Contou sua versão dos fatos e atestou que não é culpado pela morte do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, nem pelas mortes de Manoel Correia, Antônio Costa e, “muito menos” pelo assassinato de seu compadre, José Maurício Cabral. Abaixo, suas posições divididas em cada caso. Maurício Cabral A morte de Maurício Cabral foi uma desagradável surpresa.

Além de ser meu compadre e amigo, Maurício estava resistindo a todo tipo de pressão na cadeia (promessas de liberdade para me acusar). Mesmo assim, sempre manteve seus depoimentos baseados na verdade. Ou seja, um sujeito homem. Maurício foi assassinado porque ligou para o delegado e se ofereceu para falar tudo o que sabia sobre o crime organizado do Estado. Ora, qualquer pessoa que tenha um relacionamento comigo, acene para um representante da lei que tinha resolvido denunciar como funciona o famigerado crime organizado, seria ouvido imediatamente, nem que fosse às duas da manhã de um domingo. Por que, então, este ilustre representante da lei não mandou recolher o homem e pegou seu depoimento? Perder um prato deste? Conta outra… Pois bem, como a polícia/justiça poderia ignorar, na época, o relacionamento de Mauricio Cabral com os executores do juiz Alexandre, se é que havia algum? Por que isto só foi comentado agora? Como aconteceu o relacionamento entre eles? Quando e como a polícia descobriu isso? Se o fato fosse verdade, seria uma bomba muito maior do que os foguetes paraguaios soltados até agora pelo Secretário de Segurança Pública e Defesa Social. “Eles” me mandaram para o Acre e me deixaram um ano e meio lá para montar toda a farsa da morte do Alexandre. Pois, se eu estivesse aqui, não ia deixar que fosse assim. E com o assassinato do Maurício, eles tentaram fazer a mesma coisa, mas eu não deixei.

Um homem, Wallace Gonçalves, confessou o assassinato do meu compadre e disse que o motivo foi a venda de carros. Por que eles não deixaram a imprensa ter contato com ele? Tem caroço nesse angu… Eu descobri os assassinos logo depois do ocorrido, pois liguei para um amigo de Colatina e perguntei quem tinha sido preso (em lugar pequeno se sabe de tudo), e ele falou os nomes do Wallace – que mexe com carro enrolado – e do pai dele, Almiro – que está metido com roubo de gado. Os dois são enrolados. Assim que soube de tudo, eu liguei para o delegado e me ofereci como testemunha. Porque eu tinha falado com o Maurício na segunda-feira (16) e ele tinha me contado que estava indo pegar dois carros – uma Montana e um Strada – que ele até me ofereceu. Mas eu disse que não compro carro roubado. Então, eu tinha subsídios para falar. O próprio secretário, Rodney Miranda, me disse que eu sou vigiado 24 horas por dia, que meus telefones e o da minha família toda são grampeados. Então, como eles querem me ligar à morte do meu compadre? Se eu estou vigiado, como poderia fazer isso? Além disso, em todos os seus depoimentos, o Maurício me defendeu. Ele sempre foi meu companheiro e amigo.

Antônio Costa O Maurício apareceu envolvido com a morte de Antonio Costa, no primeiro instante, como um pistoleiro ou intermediário a ser contratado pela filha do Antonio para vingar a sua morte e eupoderia garantir o serviço dele. Em um telefonema direto dos Estados Unidos, ela conversou comigo sobre a venda de uns bois e pergunta se Maurício seria pessoa de confiança, tendo uma resposta positiva. Não poderia ser outra a minha resposta.

Nós éramos compadres. Mas, utilizando-se de uma gravação deste telefonema, eu e Maurício fomos acusados peloMinistério Público de tramar a morte do assassino de Antonio Costa. Crime muito leve, pois apossível encomenda nem foi concretizada. Então, nada mais natural do que, já que é para esculachar, me transformar no mandante. Arrumar um caso meu com a viúva e, como ninguém dos jornais, vai perguntar nada mesmo, estaria tudo certo. Um parêntese: o delegado Aéliston tentou “namorar” com a viúva, Vilma Tesche. Como ela o rejeitou, ele a acusou de ter mandado matar o marido.

O assassino de Antônio Costa foi preso, processado e condenado. Não confessou o nome do mandante durante muito tempo e só veio confessar, não só o nome de Pedro Vitali como o mandante, como também a motivação do crime – desentendimentos havidos entre o filho de Pedro e os filhos de certo fazendeiro, sendo que a vítima foi contra os Vitali. O assassino, Elias Costa Vila Real, confessou tudo após a sua conversão religiosa. Ele disse que não conseguia viver com a consciência tranquila, com vários amigos de cela, que também são meus amigos, sabendo da verdade, e eu – preso no mesmo quartel, apesar de isolado dosdemais presos, sendo acusado injustamente. Não podia ser diferente. Foi lá, confessou tudo e deu os caminhos para a justiça comprovar o que ele estava falando.

Alexandre Martins de Castro Filho Tudo começou quando Geraldo Correa Lima era o presidente do Tribunal de Justiça do ES. Seu substituto era o juiz Antônio Leopoldo, que, consequentemente, seria um virtual candidato a desembargador. Só que ele é filho de “Pedro”, de uma servente de escola”. Ele não tempedigree. É igual ao William Silva. Você acha que ele vai chegar a desembargador? Filho de empregada doméstica? Nunca! Todos os desembargadores do Estado têm nome e sobrenome. Assim, ele “ganhou” o comando Vara de Execuções Penais de Vitória. E, depois, a companhia de Alexandre Martins, Carlos Eduardo Lemos e Rubens da Cruz. Bem, os três começaram a descobrir que Leopoldo tinha concedido benefícios, liberou, transferiu e diminuiu penas. E disseram que ele estava levando dinheiro para isso. O que não era verdade, pois Antônio morava de favor na casados outros. Mas depois de levar o sistema de presídios, feito pelo Pedro Valls Feu Rosa, para o Belline e o Xyco Pneus, ele foi levado para um hotel e pressionado por seguranças. Lembra do depoimento da esposa dele no Fantástico? Bom, Leopoldo aceitou o jogo do TJ, teve a sua aposentadoria antecipada e está quieto desde então. O Alexandre e o Carlos Eduardo começaram a crescer e chegaram ao Thor do Império, nas denúncias da CPI da Lama. Aliás, as tais fitas que Alexandre distribuiu são os depoimentos da CPI, que até os cachorros sabem. Por causa dela o Denadai foi morto.

E quem arquivou a CPI da Lama foi o Álvaro Bourguignon, que hoje preside interinamente o Tribunal. Por tudo isso, eu pedi a federalização do Caso Alexandre ao procurador geral da República, Claudio Fonteles, que me respondeu que já havia esse pedido protocolado lá (mostra o documento). Mas isso nunca aconteceu por pressão política.

A Polícia Militar sabe que eu não tenho participação na morte do juiz. Nem o Valêncio, nem o Calu, nem o Ranilson e nem o Leopoldo. Eles transformaram um latrocínio vergonhoso num crime de mando.

O Alexandre só morreu porque reagiu ao assalto. Ele atirou primeiro e errou. Aliás, ele estava com uma pistola da polícia de forma irregular. Aliás, o Coronel Aurich, que era o chefe da Casa Militar na época, foi ao governador às 11 horas daquele dia 24 de março de 2003, para avisá-lo que tinha sido latrocínio, que os assassinos queriam a caminhonete do juiz. Mas, depois que ele saiu, entrou a “turma” da Polícia Civil, liderada pelo Danilo Bahiense, e foi armada a versão de que eu tinha sido o mandante. Manoel Correa Manoel Correa da Silva Filho foi preso quando estava em um lixão da grande Vitória, armado até os dentes, me esperando para um acerto de contas. Eu estava intermediando a venda de um terreno do Manoel, ele tinha me dado uma comissão e não concordava que eu recebesse também da empresa compradora. Durante a sua prisão, o agricultor, pistoleiro, maluco de pedra, Manoel, prestou depoimentos informando ser justiceiro e que já tinha matado mais de duzentas pessoas a meu mando. Ele foi entrevistado pelo jornal A Tribuna, onde apareceu em uma foto de meia página, vestindo terno e gravata e fazendo as mesmas denúncias contra mim.

No depoimento prestado a membros do MP ele confessou ter sido convidado a assassinar a mulher do delegado Gilson Rocha. Disse que não aceitou a empreitada, pois achou que o plano não ia dar certo, mas, outra pessoa aceitou e a mulher acabou sendo morta em uma simulação de acidente de carro.

Detalhe, a mulher do delegado continua viva até hoje. Mesmo após a entrevista bombástica ao jornal e toda a repercussão do caso; Manoel que estava preso na sede da PF foi transferido por solicitação dos federais para o presídio de Cachoeiro de Itapemirim, onde acabou sendo espancado até a morte. Agora, eu pergunto: Manoel confessa mais de 200 mortes em meu nome e nenhum osso dessas vítimas é encontrado? Nenhuma família apareceu para reclamar apuração sobre estas mortes?  Por que o depoimento de Manoel sobre a morte da mulher do delegado nunca foi levado em consideração? Perguntem ao delegado o que ele tem a dizer sobre o Manoel. Este delegado foi o primeiro a ser escolhido para apurar a morte do Alexandre, mesmo estando lotado na Serra e o crime em Vila Velha. Como? Seria ele frágil? Fácil de manobrar? Eu fui transferido para o Acre por causa dessa morte. E como ficam os meus “comparsas”, a Polícia Federal que o transferiu, mesmo sabendo que ele se declarou justiceiro na entrevista já citada, e o diretor do presídio que o aceitou?  Fato importante é que esta transferência aconteceu justamente no momento em que o delegado federal Luna Pinto declarava estar concluindo o “caso Denadai” e apresentaria o mando e a motivação em uma semana. O superintendente da PF na época, delegado Tito Caetano, tentou desconversar, alegando que o colega estaria na pista errada e etc.

O Luna Pinto afirmou suas convicções e surgiu o nome do Sebastião Pagotto e a CPI da Lama. Pois bem, o “caso Denadai” que ocupava as principais manchetes dos jornais capixabas (mais de 50 manchetes principais em A Gazeta), exatamente quando se apresentou o mandante e a motivação do crime, ficou relegado a segundo plano com a morte de Manoel e a minha transferência para o Acre, que passaram a ocupar o espaço que era destinado às noticias da morte do advogado. Um crime que chegou até a derrubar o Ministro da Justiça, Miguel Reali, por causa de um pedido de intervenção federal no ES. Coincidência né? Uma leitura isenta dos processos envolvendo Ferreira que são baseados em acusações do Manoel vai lhe dar uma exata noção do que é este folhetim. Rodney Miranda O Rodney Miranda tem duas fases no Estado.

A primeira terminou com o caso do grampo. O delegado indicado por ele não descobriu nada. E o grampo foi descoberto por acaso. Um advogado, vendo aquele monte de fitas, resolveu ver o que era e chegou ali. O grampo “escapuliu”. Pois bem, a denúncia, as fitas, enfim, as provas do grampo, foram encaminhadas ao diretor da rede no dia do julgamento do Lumbrigão (assassino do juiz Alexandre). Ia detonar todo o processo. Mas o diretor resolveu não publicar e procurou o governo do Estado. Assim, o grampo só vei à público porque a denúncia foi parar em Brasília, na Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), através da Suzana Tatagiba, então presidente do Sindicato dos Jornalistas do ES. O Congresso em Foco foi quem deu a notícia primeiro. Eles foram ao ministro da Justiça, que encaminhou o caso à Polícia Federal. Era uma denúncia muito grave. Imagine! Grampear uma rede inteira… Com a pressão, Paulo Hartung tirou o Rodney. Para deixar as coisas esfriarem. E ele voltou porque tem todo mundo na mão. Documentos contra muitos políticos. Ele sabe de tudo. As fitas do Alexandre estão na mão dele. Ele segurou. Rodney tem raiva de mim porque, quando eu estava no Acre, eu o desafiei a provar (e não forjar) meu envolvimento na morte do juiz. Mas ele não é o articulador, apenas aceitou fazer o jogo. Rodney é a mão do governador. Quando Hartung começou a sua campanha para o governo, eu fui o trampolim. Depois ele caiu em cima do José Carlos Gratz porque ele era o presidente da Assembleia e tinha muita força. Ultimamente eles andavam meio por baixo porque a segurança está péssima, está entregue. Quando o secretário soltou o livro, eu “bati” nele e contestei as informações, pois em nenhum momento eu conversei com o Alexandre e também não fui algemado. É só você ir aos arquivos e olhar as imagens. Eu fui incisivo quanto ao livro. E os coronéis só se rebelaram agora porque o que está escrito ali os atingiu em suas honras.

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