Dólar Em alta
5,016
28 de março de 2024
quinta-feira, 28 de março de 2024

Vitória
26ºC

Dólar Em alta
5,016

Coronavírus: lideranças políticas do ES defendem adiamento das eleições 2020

Coronavírus: lideranças políticas do ES defendem adiamento das eleições 2020Diante da pandemia do novo coronavírus, que tem feito vítimas fatais e acometido milhões de pessoas em todo o planeta, a agenda das nações tem mudado. Eventos de proporção global, como é o caso das Olimpíadas de Tóquio 2020, já foram adiados. Não tem sido diferente no Brasil.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sugeriu o adiamento das eleições, cujo primeiro turno acontece em 4 de outubro, em conversa com políticos em função da pandemia. Alguns apoiam mas há resistência de outros. No Congresso Nacional, há um racha sobre o assunto.

Apesar do adiamento não ser consenso entre as principais lideranças partidárias estaduais e municipais, todos consideram a possibilidade do acontecimento. Presidente do MDB-ES, Marcelino Fraga defende não só o adiamento das eleições 2020, mas aproveitar o acontecimento e abolir as eleições de dois em dois anos no Brasil, no intuito de que haja uma eleição única, municipal e estadual.

“Eu acho que é prudente adiar, porque até mesmo os trabalhos da Justiça Eleitoral estão prejudicados e os cartórios estão fechados, prejudicando os prazos de filiação. Ninguém faz política sem se reunir e isso é um complicador grande. Acho prudente passar pro ano que vem. Até as Olimpíadas adiaram, por que eleição não? Política se faz com reunião e conversa, sem isso, a discussão fica capenga”, afirma o emedebista.

E emenda, a favor da realização de “mandato tampão” e de eleições unificadas: “Poderia propor um ano de prorrogação, o mandato do próximo seria de três anos e voltaria à normalidade. Ou, de uma forma ou outra acabar com a reeleição e propor o mandato de cinco anos. Isso criaria esse ambiente para a eleição única de cinco em cinco anos – a opinião pública torce por isso – sendo uma grande oportunidade para fazer essa reforma. Precisamos reduzir as despesas é seria uma grande economia do Fundo Partidário”.

Coronavírus: lideranças políticas do ES defendem adiamento das eleições 2020Dependendo das circunstâncias

Presidente do Avante-ES, Ademar Rocha acha que ainda é prematuro falar sobre adiamento das eleições, mas “se, faltando três, dois meses [para as eleições] ainda tiver essa crise, concordo em não haver [as eleições]”. Ele falou que o partido tem seguido dos trabalhos utilizando-se dos meios online e, na própria terça-feira (24), havia fechado candidatura majoritária em um município capixaba. Ele não é favorável ao “mandato tampão”, mas considera que os próximos prefeitos eleitos possam cumprir dois anos de mandato a fim de adequar-se a uma reforma que vise eleições únicas com mandatos de cinco anos.

“Quando votei para prefeito e vereador, votei para o cara ter um mandato de quatro anos, e não de seis. Isso é muito ruim, principalmente para quem está arrependido da pessoa em quem votou. O que seria possível é fazer uma eleição agora de dois anos e unificar as eleições daqui a dois anos com mandato de cinco anos, fazendo a regra do jogo e jogando a partir dela”, afirmou Ademar Rocha. 

Dividir eleições entre executivas e legislativas

Juarez Vieira, presidente do PSB de Vitória, ainda não bateu o martelo sobre isso, mas avalia que o calendário eleitoral prévio deve ser alterado. “Todo o processo de filiação do calendário partidário tem que ser alterado. Estamos chegando em 4 de abril (limite para os partidos interessados em disputar a eleição terem os registros aprovados pelo TSE) e os partidos enclausurados, sem a possibilidade de articulação, de conversar. Esse negócio [coronavírus] não vai passar em uma semana ou dias. Isso é um mínimo de 60, 90 dias. Tudo está sendo adiado. Se não mudar a eleição para o próximo ano, o calendário eleitoral tem que mudar. Sinceramente, tenho vontade de que muita coisa seja mudada na política para ontem. Mas o momento que passamos é extremo e não dá para vacilar”, pondera.

Em caso de adiamento, o socialista defende uma reforma eleitoral que divida as eleições entre os poderes Executivo e Legislativo. “Já passamos da hora de termos eleições diferenciadas no Brasil, como existe em muitos países, fazer uma eleição do Executivo diferente do Legislativo. No sistema presidencialista, ninguém debate o parlamento, debatem o Executivo e esquecem o parlamento, que tem tanta força quanto e Executivo. Pode ser o momento de começar a estabelecer esse parâmetro nas eleições brasileiras”.

Coronavírus: lideranças políticas do ES defendem adiamento das eleições 2020“Pra quem está organizado, não muda nada”

Marcos Delmaestro, presidente do Progressista em Vitória, afirma que a pandemia influenciará na eleição, sobretudo nas candidaturas proporcionais. Ele considera o adiamento, mas afirma que o partido está organizado.

“Se o TSE achar que a melhor opção é o cancelamento ou adiamento, estamos preparados. Para quem está organizado não muda nada, não vejo diferença nisso. Mas candidatos que vão estar na rua, com a população, tendo contato físico, conversa, aglomeração… tudo isso são ingredientes da política, e se não tiver isso, vai perder a qualidade. Os majoritários vão ficar mais em evidência e os proporcionais vão ter mais problema. Pode acontecer da candidatura proporcional ser mais distrital, regional, por falta de visibilidade e contato”, analisa o progressista, que é favorável à unificação de eleições, sobretudo pela questão econômica. “As pessoas querem é que seja uma eleição só para economia do processo. Acho que é justo pela economia que o país vai fazer”.

A presidente do PT capixaba, Jackeline Rocha, acredita que é cedo para definir. “Esperamos que a situação melhore, mas falar sobre adiamento é um pouco precoce. Tem gente que vai levantar a bandeira do adiamento, talvez como uma coisa de agenda, algo mais populista. Caso haja o adiamento, será uma decisão coletiva e não apenas ideológica partidária. Independente da decisão, o mais importante no momento é se conectar com a solidariedade e as ações políticas que temos que realizar neste momento”, diz ela, e afirma que o partido está usando a tecnologia para seguir os prazos do calendário eleitoral.

Coronavírus: lideranças políticas do ES defendem adiamento das eleições 2020Governador: manutenção das eleições

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) afirma que o momento não é o de discutir o adiamento ou não das eleições. “Neste momento sou contra [o adiamento], mas não tenho que debater esse assunto agora. Agora é trabalhar para controlar a pandemia e não podemos gastar tempo para debater outro assunto. As eleições são em seis meses ainda. Precisamos trabalhar para que ela mantenha o seu calendário”, afirmou.

Já o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) defende o adiamento das eleições, mas, tão logo passe a crise, entende que o país deve realizar as eleições municipais em vista de previsões constitucionais e legais. “Há propostas que querem unificar as eleições em 2022. Contarato discorda delas”, informa assessoria do senador.

Você por dentro

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Escolha onde deseja receber nossas notícias em primeira mão e fique por dentro de tudo que está acontecendo!

Comentários
  1. Defendo, não somente agora, mas há muito tempo, a unificação das eleições. Isso permite uma maior renovação política, sem a repetição das figurinhas políticas tradicionais a cada dois anos, o que daria oportunidade a novos nomes, e principalmente, pelo fator econômico.
    O custo de uma eleição chega próximo dos R$ 5 bilhões. Imagina esse dinheiro aplicado em políticas sociais. E em especial neste ano, no combate ao coronavírus.
    Defendo eleições gerais, com mandato de 5 anos, e para o Executivo sem direito a reeleição. É a melhor opção para o Brasil no momento.
    É democrático e econômico.

    Prof. Nilson Teixeira

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Mais Lidas

Notícias Relacionadas