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Contra a precarização do trabalho do professor

Jonas Rodrigues de Paula

Mais uma vez, o Sindicato dos Professores da Rede Privada de Ensino – Sinpro/ES, representando o interesse dos professores, está conduzindo as negociações da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) de 2017. E, assim como em todos os anos, as reivindicações da categoria se pautam em um tema recorrente: a luta contra a precarização do trabalho do professor. Em 2017, as escolas particulares fizeram reajustes em suas mensalidades que giraram entre 13% e 15%. O gasto com pessoal entra na equação que determina o percentual de aumento, mas esse valor não é repassado para os professores, profissionais sem os quais as instituições de ensino não existiriam e que tem papel fundamental na nossa sociedade.

Entre nossas reivindicações, está o reajuste baseado no Índice Nacional de Preços do Consumidor (INPC), além de melhorias nos valores do tíquete-alimentação e do plano de saúde. Há ainda o pedido no aumento do valor pago pelo planejamento. Afinal, professores não tem tempo durante o período em que estão na escola para elaborar aulas e provas e fazer as correções necessárias. A forma de compensação precisa ser financeira.

Hoje, um profissional com curso de magistério tem piso salarial de R$ 1.451,00 para trabalhar 40 horas semanais. O valor é bem abaixo da média recebida pelos profissionais de nível técnico no Brasil, que é de R$ 2.085,47. Por conta dos salários cada vez mais defasados, professores precisam de dois ou até três empregos para terem mínimas condições de manterem suas casas em ordem. Isso acarreta em uma sobrecarga grande, física e psicologicamente, e ainda prejudica o aprimoramento do profissional, que não tem condições de investir em leituras e cursos, bem como de se preparar melhor para suas aulas.

Mas este ano, nossas lutas vão além das questões salariais. Precisamos estar atentos às reformas pretendidas pelo governo Temer. A reforma trabalhista, aprovada pela Câmara dos Deputados, dará aos empresários mais poder, já que flexibiliza cargas horárias, chegando ao absurdo de 12 horas diárias, ou 220 horas por mês, além de possibilitar a divisão das férias em até três períodos por ano. Em tempos de desemprego em alta, muitos professores vão acabar cedendo a pressões para trabalhar mais por menos apenas para se manter no trabalho.

Já a reforma da Previdência trouxe uma pequena esperança com a manutenção da aposentadoria especial para professores. Achávamos que estava tudo perdido e agora temos a chance de manter nossos direitos. No entanto, precisamos estar atentos, pois nada está ganho. É preciso manter a mobilização.

Jonas Rodrigues de Paula é presidente do Sindicato dos Professores no Estado do Espírito Santo (Sinpro/ES)

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