Conheça os sintomas do câncer de mama e fique atento sobre a doença

O mês dez chegou e com ele a campanha Outubro Rosa, que tem como principal objetivo conscientizar a população, principalmente a feminina, sobre a importância da detecção precoce do câncer de mama para que o tratamento seja mais eficaz. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), esse tipo de tumor é o mais incidente nesse grupo, depois do de pele não-melanoma.

Sheila Silva Rodrigues, de 54 anos, em 2014, sentiu um caroço no seio, procurou o ginecologista, que pediu uma mamografia e uma ultrassonografia das mamas. Os exames acusaram um nódulo de gordura, que naquele momento era benigno. Mas Sheila, num descuido com a sua saúde, acabou por negligenciar e “engavetou” os resultados, não levando os exames para avaliação do seu médico. E passou dois anos sem voltar ao consultório. Foi quando, no início deste ano, ao voltar ao seu ginecologista para exames de rotina, recebeu o diagnóstico que nenhuma mulher gostaria de receber: câncer de mama.

Apesar do choque inicial com o diagnóstico, Sheila não desanimou, fez a cirurgia de retirada da mama (mastectomia) e está fazendo seu tratamento quimioterápico. Mudou sua alimentação por orientação da nutricionista e do médico oncologista da Unimed Oncologia e mantém sua fé e alto-astral, fundamental para a cura, mas sabe que tivesse procurado um médico assim que fez sua primeira mamografia, lá em 2014, talvez o câncer pudesse ter sido evitado.

Histórias como as de Sheila não são incomuns. Muitas mulheres “deixam para depois” e, com isso, correm riscos que poderiam ser evitados. E para lembrar que o cuidado, a prevenção e o diagnóstico precoce salvam vidas como se trata de câncer de mama, o mês de outubro chega e com ele chega também a cor rosa, o rosa da prevenção.

Atualmente, orienta-se que toda mulher observe a sua mama e realize o autoexame (ato de tocar os seios à procura de texturas anormais) sempre que possível e quando se sentir mais confortável. Ou seja, pode ser na hora do banho, ao trocar de roupa ou em algum outro momento do dia, pelo menos uma vez por mês.

Depois dos 50 anos de idade, entra em cena a mamografia, que deve ser feita anualmente. Estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que mulheres que fazem o exame a cada dois anos podem reduzir em até 40% o risco de morte por câncer de mama.

De acordo com a rádio-oncologista Anne Karina Kiister Leon, do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV), existem tumores mais agressivos e que se desenvolvem rapidamente. “Nesses casos, até aquelas que fazem mamografia regularmente podem descobrir a doença já em estágio mais avançado”, destacou.

O coordenador médico da Unimed Oncologia, Vinicius Lucas Campos, explica ainda que a detecção precoce e o tratamento oportuno são capazes de reduzir o número de casos da doença em estágios avançados e a mortalidade.  “O ideal é fazer o exame preventivo, de acordo com o histórico e a idade do paciente, e mostrar para o médico para que ele avalie e, em caso de suspeita ou confirmação da doença, faça a conduta adequada”, conta.

Fatores de risco
A prevenção do câncer de mama significa diminuir ou eliminar a exposição da mulher aos fatores de risco a fim de reduzir a possibilidade da ocorrência da doença ao longo da vida. Diversos fatores de risco estão relacionados, tais como: idade, fatores endócrinos/história reprodutiva, fatores genéticos/hereditários e fatores comportamentais/ambientais também podem levar à doença.

O consumo excessivo de álcool, excesso de peso, sedentarismo, fumo, alimentação inadequada e terapias de reposição hormonal podem aumentar o risco do câncer de mama. Ficar bem longe disso pode reduzir em 30% os casos da doença.

Outro fator importante que o médico ressalta é o emocional, que está relacionado com a questão imunológica. “O câncer tem um fundo imunológico. Nossas defesas podem destruir as células cancerígena, mas se estão fracas, elas não conseguem trabalhar. E o que baixa imunidade? A depressão. Não é infrequente o aparecimento de câncer de mama após um grande trauma”, avalia Vinicius Lucas Campos.

Fique atenta a estes cinco sinais de um tumor na mama e procure um médico caso identifique algum deles:

1 – Presença de caroço fixo e geralmente indolor: É a principal manifestação da doença e está presente em cerca de 90% dos casos em que o câncer é notado pela própria mulher por meio de toque.

2 – Alterações na pele dos seios: A pele que cobre a mama pode ficar avermelhada, retraída ou parecida com uma casca de laranja, como se tivesse celulite.

3 – Anormalidades no bico do peito (mamilo): Retração ou afundamento de um ou dos dois mamilos são sintomas de tumores nas mamas.

4 – Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço: Pequenas estruturas que funcionam como filtros para substâncias nocivas, os gânglios linfáticos (linfonodos), podem inchar ou aumentar de tamanho quando algo não está certo.

5 – Saída de líquido incomum das mamas: A secreção tem como características a coloração transparente, branca ou amarelada, e que muitas vezes libera odor desagradável. É mais comum em fases avançadas da doença.