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Com muita cautela, investidores encontram nos pequenos negócios saída para desemprego

Caio1A crise financeira que tomou conta da realidade brasileira nos anos de 2015 e 2016 resultaram no grande fechamento de empresas e, como consequência, demissões. O desemprego atingiu 12 milhões de pessoas até setembro do ano passado, o que estimulou o aumento do trabalho autônomo. Algumas pessoas, após muita pesquisa, optaram pela abertura de micro e pequenas empresas.
O primeiro semestre de 2016 foi histórico: pela primeira vez, mais de 1 milhão de pessoas fizeram registro de CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) num período de seis meses. Esse movimento é impulsionado pelos chamados MEIs (Microempreendedores Individuais), modalidade criada em 2010 para quem tem rendimento anual de até R$ 60 mil. A cada ano, mais de 1 milhão de pessoas entram nessa categoria, que inclui manicures, cabeleireiros, jardineiros, motoristas, entre outros.

Para especialistas, no entanto, muitas decisões estão sendo tomadas no desespero e sem planejamento, o que aumenta as chances de fracasso. Segundo Caio Kuster, especialista em franquias, existem alguns caminhos para abrir um negócio de baixo investimento e ficar distante da quebradeira.

Proprietário do Kuster e De Angeli Advocacia e especialista em Franquia, Kuster, afirma que a afinidade pelo segmento escolhido é o principal fator de sucesso ou fracasso dos empreendimentos. “O grande erro hoje é a pessoa escolher a franquia pelo valor do investimento, e não pelo segmento. Isso pode levar ao prejuízo.”

Segundo o advogado, a vantagem imediata de se abrir um pequeno negócio é que o investimento inicial é mais baixo. Mesmo assim, um planejamento mínimo é necessário. “É interessante primeiro, fazer uma autoavaliação, uma reflexão pessoal sobre o segmento que se deseja trabalhar. Em seguida, é preciso realizar uma avaliação de mercado, ou seja, uma análise de consumidores, concorrentes e fornecedores. Após as duas etapas, é hora de fazer contas: há dinheiro para isso? Quanto vai custar a operação? Há necessidade de contratar funcionários e pagar aluguel? Qual a perspectiva de faturamento? Nesse momento, quem puder manter uma reserva técnica de seis meses para o funcionamento da empresa já larga na frente”, afirma.

IMG-20170328-WA0086 Franquias
O contador Rodrigo Oliveira, 29, era coordenador administrativo em uma empresa de ônibus há dois anos. Mas em setembro de 2016 ficou desempregado e encontrou como saída uma extensa pesquisa de campo. “Nas minhas pesquisas vi que Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo tem muitos quiosques de salgados e sucos. Acabei descobrindo uma franquia de empadas, chamada Empanda. Abri três lojas: no Supemercado Ok, Shopping Vitória e Vila Velha”.

Ele foi ainda mais longe e quis expandir o negócio. Foi quando conheceu a Parada de Ibiraçu. “Vi que eles estavam estendendo bastante no Estado, e abri uma loja em Itaparica, Vila Velha. Sempre quis abrir alguma coisa e não trabalhar para ninguém. Foi um baque ficar desempregado, e nós precisamos correr atrás de algo. Sempre achei que precisamos mudar os rumos para ser feliz. Não me arrependo”, afirmou.

Atualmente, eles empregam oito funcionários (dois em cada loja), vão inaugurar mais uma loja no dia 7 de abril, no Shopping Mestre Alvaro, na Serra, e tem previsão de abrir mais duas até o fim do ano (Serra e Vila Velha). “É preciso saber investir, porque amanhã pode não ter dinheiro. Mas o principal é, de início, pesquisar o campo. Veja onde você vai instalar, se o local é movimentado para o ramo que pretende mexer. Se for um bom ponto, não tem o que dar errado”, concluiu.

José Rubens Oliva Rodrigues, diretor de microfranquias da ABF (Associação Brasileira de Franchising), destaca o crescimento do setor de franquias mesmo nos anos recentes de crise econômica, em especial o dos pequenos negócios, que costumam crescer mais. Em 2015, o faturamento geral das franquias superou em 8,3% o montante gerado no ano anterior, totalizando R$ 139,5 bilhões. Este ano também haverá crescimento, mas num ritmo menor.

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