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Com aparelhagens eletrônicas, emprego de porteiro está com os dias contados

porteiro“A questão central em 2025 será: para que servem as pessoas em um mundo que não precisa do seu trabalho?”. A sentença que trata sobre os efeitos da tecnologia no mercado de trabalho é do pesquisador-chefe da GigaOM Research, Stowe Boyd. Mas não precisa avançar tanto tempo para constatar isso. Trabalhadores já sentem na pele a situação. A função de porteiro há muito vem sendo, progressivamente, substituída pela tecnologia, a ponto de se contestarem se a profissão estaria com os dias contados.

“Estou pensando em vender peixe agora. Estão acabando com a portaria de pessoas humanas. Estão colocando esse negócio eletrônico para todo o lado, tirando emprego de muito chefe de família”, lamenta Cinézio de Oliveira que durante 16 dos seus 59 anos trabalhou em um prédio na Praia do Canto, em Vitória. Há dois meses ele, junto com outros dois porteiros, foram demitidos para dar lugar a uma portaria virtual, interligada a uma central de monitoramento.

“Eram quatro porteiros: dois de dia e dois de noite. Ficou somente um durante a semana toda”, relatou o porteiro, que foi demitido restando seis anos para aposentadoria. A situação de Cinézio ilustra o panorama da categoria. Quem não foi demitido, em virtude da implantação de portaria eletrônica ou virtual, anda preocupado com a estabilidade e receoso com o futuro da profissão.

O presidente do Sindicato dos Empregados de Edifícios e Condomínios (Sindicondomínios) Zequiel Rodrigues disse que até o fim de 2017, 30% dos porteiros filiados ao sindicato haviam feito homologação de demissão. Após a nova lei trabalhista, com a não obrigatoriedade da homologação, não há dados concretos.

“A tecnologia está tomando nossos postos de trabalho. Avaliamos que, sem o porteiro, a segurança do condomínio fica mais frágil, os próprios condôminos colocam sua vida em risco, porque a portaria virtual não inibe furto, roubo no condomínio. O porteiro físico pode inibir. O condomínio perde com isso. Lamentamos”,  ressaltou Zequel.

nobreak-portaria-eletronica-01Virtual ou eletrônica
O presidente do Sindicato Patronal de Condomínios (Sipces) Cyro Monteiro afirma que a tendência é que a quantidade de portarias virtuais (que são ligada a centrais de monitoramento) ou eletrônicas (controladas pelos próprios moradores) só aumente. O principal fator atrativo é a economia, que pode chegar a 60% do valor pago no condomínio.

“Há tendência porque o custo de pessoal eleva 60% do valor da arrecadação do condomínio. Mas se o condomínio decidir por isso, o projeto tem que ser bem feito, com infraestrutura correta, cercando todos os pontos de acesso”, frisou Monteiro. Ele informou que são cerca de 4.600 prédios e condomínios na Grande Vitória, mas não tem estatísticas sobre a quantidade que já conta com portaria eletrônica ou virtual. Mas reconhece que é a maioria.

“Estamos percebendo uma maior adesão à portaria eletrônica. Virtualizar é importante porque alguém vai estar atento em qualquer situação. Tem mais segurança, mas tem também um custo mensal. Já a portaria eletrônica representa mais economia com investimento único e depois somente manutenção”, explicou.

Economia de R$ 700 mensais
O aposentado Cláudio Allemand, 72, morador de um prédio na Praia do Canto relatou que de três anos para cá, os quatro porteiros que lá trabalhavam foram demitidos – o último há quatro meses – para a instalação de portaria eletrônica. Ele, que já foi síndico do prédio, conhece bem a realidade do imóvel. Os condôminos orçaram colocar portaria virtual, mas ficaram com a eletrônica, pela economia. “O grande positivo é o valor do condomínio, que despenca. E cai a taxa de inadimplência também. O meu valor agora foi de R$ 1.200 para 500 reais. Até agora não tivemos nada de negativo”, disse o aposentado.

Com os quatro porteiros, Cláudio Allemand informou que os moradores gastavam em torno de R$ 9 mil. Ele disse que os moradores passaram a seguir uma série de recomendações e instruções para lidar com o sistema, mas que até o momento nenhum problema ocorreu.

O porteiro Marcus Salles, que ainda mantém seu trabalho, destaca as desvantagens desta modernidade: “O convidado chega e toca o interfone, o morador abre e o criminoso entra no prédio com o convidado sem ele saber. E nessa questão acabam roubando bicicleta, por exemplo. Como tem muitas pessoas idosas, acabam entrando muitos nessas condições, resultando em arrombamento de apartamentos e outros delitos”, exemplifica em defesa da categoria.

Cláudio Allemand também avalia que, quanto à segurança, com ou sem porteiro, o fator é indiferente. “É indiferente. Se o bandido quiser entrar, vai entrar rendendo o morador ou o próprio porteiro”.

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Comentários
  1. Cada um quer vender o seu peixe , e falar que é melhor que a presença de uma pessoa na portaria , conheço prédios que mandaram seus funcionários embora , entraram no prédio e agrediram moradores por 2 vezes , arrombaram as portas dos aptos roubaram e bateram , as câmeras e seguranças eletrônicas , só enchem o bolso de quem vendem os equipamentos , segurança não tem nenhuma , as câmeras não chamam um técnico de elevador quando tem alguém preso dentro e nem acalma as pessoas que ficam nervosas lá dentro do elevador , os seguranças eletrônico não recebe e nem entrega mercadorias de moradores e se quer resolvem algumas questões quando o morador não está no prédio , a presença de um funcionário bem treinado no prédio , evita vários problemas e desconforto em um condomínio , até mesmo ajudando seus familiares e visitantes , e agindo pelo vem estar de todos , e a presença do funcionário no condomínio não é só pra abrir e fechar os portões, vai muito além disso.

  2. As câmeras no prédio é pra auxiliar o funcionário que ali trabalha , é mais uma ferramenta na segurança do condomínio e não pra tirar o emprego do funcionário que tem a confiança dos moradores, assim o funcionário pode anteceder qualquer situação de suspeitas e acionar a segurança pública

  3. Bom dia.
    Torcemos sempre para que dê errado esses sistemas eletrônicos,ou virtuais como queiram chamar, tudo bem que se o bandido quiser entrar ,ele entra porém a segurança pessoal aínda é sem dúvida a melhor pois tem mas ação, quero ver se um sistema eletrônico intimida alguém , o bandido é capaz até de cortar o dedo de um morador para ter acesso ao condomínio, não pode os duvidar deles, uma vez que o nosso país tá enfrentando uma onda de violência que parece não ter fim. E mesmo assim as pessoas ainda estão facilitando.

  4. Boa tarde eu me chamo Adriano eu sou porteiro a 33 anos esse sistema eletrônico nunca vai dar certo primeiramente no condomínio tem muito idosa sempre precisa da ajuda dos Porteiro e entre outras coisas mais

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