Com a carne 50% mais cara, açougueiros de Vitória alteram o cardápio pra tentar vender

Produto indispensável na dieta dos brasileiros, a carne bovina pode passar a ser artigo de luxo para os consumidores.

Em Vitória, os açougueiros afirmam que já repassam o valor do quilograma (kg) comprado aos consumidores. A expectativa é que a situação se normalize em até três meses.

“O preço subiu muito e o consumidor está um pouco inseguro. Trabalhamos com carne ‘in natura’. Eu pago R$ 6 a mais no kg. Preciso repassar para o consumidor. E isso afetou muito o comércio em geral. O fornecedor todos os dias tem um preço diferentes. Se eu compro alto, preciso repassar na tabela”, afirmou o gerente de açougue João Batista da Silva.

Consumidor e proprietário de uma hamburgueria no município da Serra, Fernando Almeida relata que foi obrigado a fazer uma alteração no cardápio por conta do aumento no preço da carne bovina.

“Estamos tendo que rodar muito atrás de quem tenha, talvez, um estoque mais antigo, pra continuar mantendo os preços. O cliente tem reclamado dos aumentos. Acham que é por conta do verão, mas são outros critérios que estão fazendo o preço aumentar. As vendas caíram. Precisamos alterar o cardápio e estamos tentando recorrer a outras alternativas de vendas. No hambúrguer bovino, colocar de frango ou carne de soja. Vai demorar de dois a três meses pra normalizar novamente”, afirmou.

Com toda essa movimentação, a alta deve continuar, pressionando os preços para as festas de fim de ano.

De acordo com dados do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), o Boi Gordo (arroba) fechou o mês de novembro em R$165,81; a Vaca Gorda (arroba) em R$ 158,64; Frango para corte (kg) em R$ 3,37; e suínos para corte (arroba) em R$ 112,47.

No entanto, nesta terça-feira (3), o valor do Boi Gordo Castrado (arroba) chegou à máxima de R$ 200,00; o Boi Gordo Inteiro (arroba) à R$ 198,00; e a Vaca Gorda (arroba) à R$ 195,00.

O preço da arroba do boi é constatado a partir de um levantamento diário, feito junto aos frigoríficos, em relação ao valor pago ao produtor pela arroba do boi.