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Clemilda: minha filha saiu de casa há dois meses e agora estou levando no saco

ClemildaChega ao fim a triste busca de uma mãe pela filha. Clemilda de Jesus encontrou a filha Thayná Andressa de Jesus Prado, desaparecida desde 17 de outubro. E já terá que se despedir da menina, encontrada morta em 10 de novembro num brejo localizado em Areinha, Viana. “Está tudo ruim, minha filha saiu de casa tem dois meses e agora eu estou levando embora dentre de um saco. Está ruim, está muito ruim”, afirmou aos prantos Clemilda na porta do Instituto Médico Legal (IML), em Vitória no início da tarde desta terça-feira (5).

Após uma busca incessante, marcada por protesto, fechamento de vias e muito barulho, a mãe movimentou a sociedade capixaba e as forças de segurança. Um dia após encontrarem a ossada da menina, anunciaram a prisão do autor desta morte, Ademir Lúcio Ferreira Araújo. Ele foi preso no centro de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e está em carceragem capixaba.

Thayná CarroThayná foi sequestrada por Ademir quando seguia para um supermercado, onde buscaria caixas para ajudar a mãe que organizava a mudança de casa. A última imagem da menina, de apenas 12 anos, foi de ela em uma calçada com um guarda-chuvas, sendo abordada por uma pessoa dentro de um carro. Após breve conversa, a vítima entrou no carro e nunca mais vista.

Os restos mortais dela foram entregues à família após passar por exame de DNA, concluído nesta segunda-feira (4). A ossada, entregue à sua mãe e será velada em uma igreja evangélica do bairro Flexal II, em Cariacica, e o enterro ainda não está definido por Clemilda.

Veja a entrevista concedida por Clemilda à reportagem de ESHOJE, na porta do IML:

Thayna de JesusESHOJE: Como foi ter a confirmação de que você encontrou a sua filha desta maneira?
Clemilda:
Está tudo ruim, minha filha saiu de casa tem dois meses e agora eu estou levando embora dentre de um saco. Está ruim, está muito ruim. (aos prantos)

A senhora foi a primeira a saber que o resultado do DNA tinha saído?
Não. Soube por um repórter que me ligou.

Onde Thayná será velada e enterrada?
Vamos velar minha filha na Igreja Assembleia de Deus, em Flexal II, hoje, logo que a funerária liberar. Quero olhar no banco para ver quanto que eu tenho, porque eu quero enterrar minha filha no Cemitério Parque da Paz (Ponta da Fruta, VV), senão vou decidir.

Como era Thayná?
A minha filha era a coisa mais linda do mundo, a melhor filha. Cuidadosa, carinhosa, caprichosa, estudiosa. E esse monstro tirou ela de mim. (muito choro)

Como foi seu último dia com Thayná?
Ela estava feliz… feliz… a gente tinha encapado os cadernos, ela tinha ganhado boas notas, a gente ia mudar, eu ia colocar ela no contorcionismo que ela tanto gostava… Acabou, acabou… agora é só eu e a minha dor.

Como era sua filha?
Thayná ia para o quinto ano, estudava à tarde, ela era muito querida e tinha muitos amigos.

Quais serão as lembranças?
São poucas, porque a gente teve pouco tempo dela comigo, só 12 anos, mas ela vai ficar guardada no meu coração enquanto eu viver. E ela sabe que eu vou ficar aqui e eu não vou deixar esse Ademir em paz enquanto ele não pagar por isso. Ela me conhece, ela sabe que eu não ia ficar quieta, ela sabe e ela faria por mim, eu sei que faria. A melhor filha do mundo.

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