A partir deste fim de semana o Espírito Santo iniciará uma nova fase de testes no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Nas primeiras horas desta quinta-feira (9) chegam da China 50 mil testes. De acordo com o governador Renato Casagrande, a intenção é intensificar a testagem em pessoas assintomáticas.
“Em dois ou três dias teremos 50 mil testes, e vamos testar assintomáticos para fazer mapa de risco no Espírito Santo”, explicou.
O centro de comando e controle da sala de situação instalada no Estado para definir as medidas adotadas em território capixaba para o controle da pandemia, vai usar os testes como base de dados de um mapeamento de municípios, micro e macrorregiões. E deles serão definidas áreas de risco baixo, moderado e extremos, para adoções de medidas menos e mais duras.
“Os testes nos darão base para esse trabalho e também para o caso de aumento dos leitos à medida que o estado for necessitando. Pedi para testar positiva ou negativamente por bairro, para que, assim, as pessoas tomarão mais cuidado pelo bairro. O boletim também será por bairro. Isso orienta as pessoas pelo comportamento do vírus. Infelizmente a maior facilidade de propagação é nos bairros de regiões mais vulneráveis”.
Casagrande explicou, ainda, que com o mapeamento será possível medir a participação do estado, orientando ou determinando medidas. “Numa região ou município onde o risco é leve, podemos dar orientação sobre reduzir interação, mobilidade, distanciamento social, isolar pessoas de risco, em formato de orientação. Em situação extrema vamos determinar”.
O governador comemorou o fato de o ES conseguir superar a média de testagem do Brasil, realizando 581 testes por milhão de habitantes. “O dobro do que o Brasil testa. Não tem teste em espera. O fluxo é grande que permite avanço na testagem e no mapa do ES”.
Distanciamento seletivo
A partir da próxima segunda-feira (13), os municípios e estados do país que não tiveram ultrapassado o percentual de 50% de ocupação dos serviços de saúde, após a pandemia de coronavírus, podem iniciar uma transição para um formato onde apenas alguns grupos ficam em isolamento. A medida é recomendada desde que haja oferta de leitos e respiradores, Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para o trabalho de profissionais de saúde e testes de diagnóstico.
A recomendação está no Boletim Epidemiológico Especial sobre Coronavírus, publicado na segunda-feira (6) pelo Ministério da Saúde. Mas não será adotada no Espírito Santo. O governador capixaba questiona a medida e diz que não atende a realidade do Estado.
“O Ministério da Saúde está com base de dados atrasada e a nossa equipe técnica analisou os dados e as projeções que eles estão fazendo não estão dentro da realidade do ES. É preciso que possamos conversar com o Ministério, porque os dados deles não batem com os nossos e não temos segurança para seguir esse caminho”, disse Renato Casagrande. “Estamos trabalhando em sintonia com eles, mas que eles estejam atualizados com os números do ES. Estamos crescendo o numero de contagiados e podemos colocar mais risco a vida das pessoa. Vamos errar pelo excesso para proteger vidas”, acrescentou.
Na avaliação dos sanitaristas que atuam na sala de situação do ES apontam que o pico da pandemia em território capixaba será da segunda quinzena de abril com a tendencia de crescer e se manter assim por mais dois meses. Por isso, o governo acredita que as medidas de isolamento, higiene e contenção de aglomerações deverá ser mantida por tempo ainda indefinido. “Os hábitos deverão ser mantidos por muito, muito tempo. Ainda não temos tratamento e nem vacina”, finalizou