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CineSesc Glória realiza pré-estreia  de “A Loucura entre nós” neste sábado (29)

O CineSesc Glória realizará sessão de pré-estreia do longa-metragem “Uma loucura entre nós” de Fernanda Fontes Vareille, no sábado (29), às 14 horas. O documentário com 76 minutos de duração reflete sobre as fronteiras do que é considerado “normal” ao dar voz a pessoas que lutam para resgatar suas conexões sociais após experiências no hospital psiquiátrico. Ao final da exibição, haverá um bate-papo sobre o filme com Marcelo Veras. A sessão será a aberta ao público e terá entrada franca.

Chaves, grades, olhares, preconceitos, tudo nos separa do que não consideramos “normal”. E numa época onde é cada vez mais difícil lidar com as diferenças, o documentário “Uma loucura entre nós” nos tira da zona de conforto ao quebrar o isolamento de pessoas que vivem nos limites de ruptura com a realidade para fazer um sensível mergulho nos paradoxos da reinserção da loucura no mundo em geral. Ao mesmo tempo, desata nós de personagens e histórias que exalam as contradições da razão, nos fazendo refletir sobre nossos próprios conflitos, desejos e trajetórias.

A loucura entre nós é o primeiro longa-metragem da diretora Fernanda Fontes Vareille e terá sua estreia nacional no dia 04 de agosto de 2016 em Salvador, Rio de janeiro e São Paulo, seguindo para mais dez cidades nas semanas seguintes: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Niterói, Porto Alegre, Recife e São Luiz.

O documentário tem patrocínio da Petrobahia e a Carbocloro, através do artigo 1° da Lei 8685/93, Lei do Audiovisual. Produzido pela Águas de Março Filmes, ele foi livremente inspirado no livro homônimo do médico psiquiatra Marcelo Veras, sobre sua experiência com o Hospital Juliano Moreira, na Bahia, e a ONG Criamundo, de reinserção na sociedade da pessoa em estado de sofrimento mental. Tanto o dia a dia da Criamundo quanto o do Hospital Juliano Moreira são o ponto de partida para o encontro com personagens singulares, cujos depoimentos, histórias e relações, retratados sem filtros ou julgamentos, nos leva a pensar nos caminhos, ganhos e perdas que cada um de nós vive na busca por uma possível “normalidade”.

“Encontrei uma realidade que provoca reflexões profundas sobre como a sociedade brasileira pode lidar de uma maneira mais humanizada com a questão da Saúde Mental”, afirma Fernanda Fontes Vareille. A diretora lembra que “A loucura entre nós não” é um filme sobre essas instituições, mas sobre sujeitos e suas histórias. Revela, principalmente, a subjetividade de duas personagens em especial: Leonor e Elisângela, duas mulheres de realidades sociais bem distintas, mas que se encontram em trajetórias e questionamentos comuns.

Ao dar voz àqueles que, muitas vezes, compõem uma parcela da população negligenciada, a obra abre ao público um universo novo e cheio de contradições. Cabe, então, à humanidade retratada pela câmera da diretora subverter qualquer tentativa de reduzir as personagens a marionetes da Saúde Mental. O documentário, portanto, não se propõe a discutir questões envolvendo a possível validade dos dispositivos de atendimento e assistência da pessoa em estado de sofrimento mental, mas prefere questionar: Quais os limites da nossa sanidade? O que nos define como “normais”?

O filme divide suas cenas entre as ruas da capital baiana e a realidade entre muros, salas e portões do Hospital Juliano Moreira. Neste último, uma equipe enxuta de quatro pessoas filmou em clima de imersão. Esse processo foi fundamental para o amadurecimento no olhar que é dividido ao longo do documentário. A realidade se impõe com os momentos de surto, aparente normalidade e apatia por parte das duas personagens principais. Extremamente generosas com a câmera, elas têm muito a dizer e despem-se completamente para o olhar do público, revelando muitas coisas que, ainda hoje, permanece como tabu quando se fala de questões envolvendo o sofrimento mental.

Ao mostrar o exato momento em que um grupo de pessoas sai do hospital para conquistar autonomia nas suas relações com suas famílias – e com a própria cidade – o filme dialoga também com questões absolutamente contemporâneas em relação à Reforma Psiquiátrica e a Luta Antimanicomial no Brasil. Nesse sentido, a voz dada aos pacientes reforça o ideal de um futuro onde não existam manicômios, mas sim processos capazes de extinguir para sempre qualquer lógica de cidadãos de primeira e de segunda classe no tratamento de pessoas com sofrimento mental.

Após a sessão haverá um bate-papo sobre o filme com o médico, psiquiatra, psicanalista, membro da Escola Brasileira de Psicanálise e da Associação Mundial de Psicanálise e doutor em psicologia pela UFRJ, Marcelo Veras.

A exibição do documentário é resultado de uma parceria da Delegação do Espírito Santo da Escola Brasileira de Psicanálise com o Centro Cultural Sesc Glória.

FESTIVAIS E PRÊMIO

A primeira exibição de A loucura entre nós aconteceu no dia 16 de julho de 2015 na 4 ª edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. Depois participou da primeira edição do Pirenópolis.Doc, que aconteceu no início de agosto de 2015 na cidade de Pirenópolis, em Goiás, de onde saiu com o prêmio de melhor longa-metragem da Mostra Competitiva Nacional (júri popular). Em 2015, o documentário foi exibido ainda no Ateliers Varan, prestigiada escola de cinema francesa em Paris (numa sessão especial para professores e estudantes de cinema), além de participar da 6ª edição do CachoeiraDoc – Festival de Documentários de Cachoeira, na Bahia, do Indie Festival, em Belo Horizonte, e da 13ª edição do VLAFF – Vancouver Latin American Film Festival, no Canadá. Em 2016, participou (no dia 7 de abril) do Festival du Cinéma Brésilien em Paris, no Cinéma L’Arlequin, do Festim Lisboa e do Madeira Film Festival, ambos em Portugal, na Mostra do Filme Livre do Centro Cultural Banco do Brasil e no David Rockefeller Center de Harvard, nos Estados Unidos.

Serviço:

Pré-estreia “A loucura entre nós”, de Fernanda Fontes Vareille

Documentário I 76 minI corI DCPI Brasil I 2015

Data: Sábado (29), às 14 horas

Local: Cine Sesc Glória, no Centro Cultural Sesc Glória, em Vitória

Duração: 76 minutos

Entrada franca

 

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