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Cinco agentes de trânsito de Vitória serão investigados pela CPI dos Guinchos

Laureen Bessa – [email protected]

{'nm_midia_inter_thumb1':'http://www.eshoje.jor.br/_midias/jpg/2015/01/26/1_transito_serra-110444.jpg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'54c625816c06e', 'cd_midia':110439, 'ds_midia_link': 'http://www.eshoje.jor.br/_midias/jpg/2015/01/26/transito_serra-110439.jpg', 'ds_midia': '', 'ds_midia_credi': ' Divulgação/Foto Ilustrativa', 'ds_midia_titlo': '', 'cd_tetag': '3', 'cd_midia_w': '350', 'cd_midia_h': '525', 'align': 'Left'}A Guarda de Trânsito de Vitória entraram de vez na mira da CPI dos Guinchos da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales). Cinco agentes serão investigados pela Comissão que investiga uma suposta máfia relacionada à remoção de veículos no Estado.
Nesta segunda-feira (25), foi realizada mais uma sessão da CPI, quando foram ouvidos o secretário Municipal de Segurança Urbana de Vitória, Fronzio Calheira Mota, e cidadãos que se dizem vítimas da ação dos guinchos na capital. O prefeito, Luciano Rezende (PPS), foi convidado, mas não compareceu.
O secretário, informou que foi aberta sindicância para verificar a situação das autuações feitas pelos agentes. Durante a apuração, foi descoberto que cinco funcionários se destacaram com altos números de notificações e remoções feitas. Ao cumprir o pedido da comissão, Mota apontou quem são os agentes: Victor (já afastado de suas funções) está em primeiro com 1.650, Bertollo fez 688 autuações e Escobar 580, os outros dois não tiveram os números revelados: Vilmes e Henrique.
Além disso, na última sexta (22), foi instituído decreto que revoga a autonomia do agente municipal de trânsito para solicitar a remoção do veículo. A partir de agora, quem fará esse pedido é o chefe de equipe, que terá que ir até o local da infração para analisar se há a necessidade de chamar o guincho.
Janete de Sá (PMN), solicitou a convocação dos cinco agentes da guarda de trânsito de Vitória, que tem o maior número de multas aplicadas, com remoção de veículos na capital. “Nós queremos com isso, verificar se existem evidencias concretas nas denúncias que estamos recebendo com relação a existência de uma máfia dos guinchos e pagamento de propina a agentes de trânsito. Dessa maneira teremos a possibilidade de verificar se existe enriquecimento ilícito por parte de algum servidor público municipal”, destacou a parlamentar.
A relatora da Comissão, deputada Janete de Sá (PMN) questionou o contrato entre a prefeitura de Vitória e as empresas de guinchos. “Nós queremos saber o que estabelece o contrato vigente na prefeitura no que diz respeito a remoção dos carros que não efetuam o pagamento nas áreas que tem parquímetros. Não é possível fazer um pré-julgamento sem ter conhecimento do contrato mas, com a implantação do estacionamento rotativo, o problema de falta de vagas de estacionamento acabou. Então se existem vagas sobrando, não existe motivo para guinchar os veículos irregulares, que já são multados pela guarda municipal. Não vamos ser coniventes com motoristas que cometem crimes e atrapalham o trânsito, estacionando em portas de garagens, em frente de hidrantes e outras situações previstas em lei mas não podemos admitir que existam abusos praticados contra a população”, afirmou a deputada.
Fronzio informou que através de convênio com o Detran-ES os pátios para onde os carros são levados estão credenciados pelo Departamento de Trânsito, e que as multas e os rotativos são dinheiro que vão para o município e revertidos em benfeitorias aos munícipes. Abrimos sindicância para averiguar possíveis desvios”, explicou.
Outros dados fornecidos pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES), é que na cidade de Vitória só tem crescido o número de autuações e apreensões de veículos. Em 2013, foram 2.421, no ano passado, 3.974 e até abril deste ano, já foram executadas 1.515. A relatora da CPI fez ainda um comparativo com a cidade de Vila Velha, em 2014, foram 1.383, enquanto na capital, foram 3.510 veículos rebocados. Nestes primeiros meses do ano, o município canela-verde registrou 117, já Vitória, 2.237.
Mota tentou explicar que essa situação está sendo provocada pelo movimento classista do Sindicato dos Servidores das Guardas Civis Municipais e dos Agentes Municipais de Trânsito do Estado (Sigmates), que tem forçado a administração municipal entrar em um acordo com a categoria, usando a população como forma de negligente. O que não foi bem aceito pelos parlamentares da CPI.
Insatisfação popular
Os depoimentos – que serão inclusos no processo – foram de pessoas que tiveram os veículos removidos em situações duvidosas. Moradora do bairro Praia do Canto, Marlene dos Santos disse aos deputados que no dia 28 de junho de 2013 precisou desembolsar R$ 300 para tirar seu carro de frente da sua própria casa, após ser abordada por agentes. Ela afirmou que no local nunca teve qualquer sinalização que a proibisse de estacionar.
Já Nayara Gonçalves contou que foi vítima de agentes, mesmo tendo feito uso do parquímetro. Ela relatou que estacionou seu carro para ir ao médico, pagou R$ 1,50 e colocou o cartão no painel como é o procedimento correto. Contudo, ao sair da consulta assistiu seu carro sendo removido, bem como outros. “Não há informação no parquímetro sobre remoção”, reclamou.
Na próxima sessão, a ser realizada na segunda-feira (1°), a CPI dos Guinchos, quer ouvir os cinco agentes campeões de autuação e remoção de veículos e o presidente do Sigmates. A mesa da CPI foi composta pelos deputados, o presidente Enivaldo dos Anjos (PSD), o vice Marcelo Santos (PMDB), a relatora Janete de Sá (PMN) e Raquel Lessa (SD).
Já prestaram depoimentos na CPI, o diretor do Detran, Fabiano Contarato, o comandante do Batalhão de Trânsito da PM, Cel. Marcelo Luiz Bermudes Rangel, o diretor do Ciodes, ten. Cel. Reinaldo Brezinski, o funcionário do Detran responsável pela coordenação dos de pátios, Jadir Tosta Júnior e a responsável pelo credenciamento desses pátios junto ao Detran, Jaqueline de Miranda Kieser.

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