Às vésperas do Dia das Crianças, a divulgação do estudo realizado pelo Unicef, Secretaria dos Direitos Humanos, o Observatório das Favelas e o Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) traz uma notícia estarrecedora: em sete anos, 43 mil adolescentes devem ser vítimas de homicídio no País, uma média diária de 16 jovens com idades entre 12 e 18 anos.
A perspectiva prevê as mortes no período entre 2015 e 2021 se mantidos os atuais índices de violência. Segundo as estatísticas, homens têm 13,5 vezes mais risco de serem vítimas do que as mulheres. O perigo para os jovens negros é 2,8 vezes maior na comparação com os brancos.
A pesquisa é baseada no Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), que cruza dados oficiais e considera mortes de jovens por homicídio em 300 municípios com população acima de 100 mil habitantes. E os números mostram que o Espírito Santo está no topo desta triste estatística. Em todo o país, o município da Serra tem a maior taxa de adolescentes mortos: 12,71 por 100 mil. Vila Velha, Vitória e Cariacica também figuram entre as 20 cidades com as maiores taxas – 10.28, 7.68 e 7.27, respectivamente.
O estudo aponta ainda o crescimento da violência contra os jovens na Região Metropolitana. “É fundamental apontar o destaque negativo da Grande Vitória, que apresenta um crescimento quase constante desde 2005 e ultrapassa o elevadíssimo patamar de nove adolescentes perdidos a cada 1.000 em 2013 e 2014”.