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Chuvas não garantem abastecimento da Grande Vitória a partir de novembro

O mês de outubro compreende o que os meteorologistas do Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural (Incaper) chamam de período pré-chuvoso que, como o próprio nome diz, precede a estação chuvosa, que se estende de novembro a março. Levando em conta as chuvas que ocorreram nos últimos dias no Espírito Santo e as que ainda estão previstas até o final do mês, espera-se que em outubro chova dentro do normal ou até um pouco mais no Estado. Entretanto, segundo os especialistas a previsão a partir de novembro é ainda incerta.
Apesar de tratar-se de estação chuvosa, há o temor de que, a exemplo dos últimos dois anos, período pelo qual o Estado passou por uma das estiagens mais severas de sua história, chova muito abaixo da média e a seca se prolongue. Caso isso aconteça, os prejuízos socioeconômicas podem ser maiores ainda. De acordo com o meteorologista Bruce Pontes, do Incaper, o déficit de chuvas no ano de 2016 tem sido, inclusive, maior do que o do ano passado.
“Em 2014, tivemos uma anomalia de menos 340,1 milímetros de chuva. Já no ano de 2015, essa anomalia aumentou: foi de menos 501,7 milímetros, o que representou um desvio relativo de chuva de menos 45,9%. Já neste ano de 2016, analisando até o mês de setembro, temos um desvio de menos 48,33%, mesmo com alguns alívios em janeiro, com chuvas acima da média e em junho. Agora nessa estação pré-chuvosa dá uma intercalada. Está chovendo agora, mas nada garante que vá continuar assim. Em novembro, o normal é 200 milímetros, mas ainda é complicado fazer alguma previsão”, explicou o meteorologista.
Racionamento
Em função da imprevisibilidade das chuvas, alguns especialistas analisaram como precipitada a decisão do Governo do Estado de interromper o racionamento de água nos bairros da Grande Vitória banhados pelo Rio Jucu – os abastecidos pelo Rio Santa Maria da Vitória, que continua com vazão muito abaixo da crítica, continuam em racionamento. Para o professor de Ecologia e Recursos Naturais da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Luiz Fernando Schettino, muito mais do que o fato de poupar água, o racionamento tem um efeito pedagógico.
“Particularmente acho que foi precipitada a suspensão do racionamento. Acima de tudo, ele tem um efeito pedagógico de ensinar as pessoas a adquirir a cultura de poupar água. Deveria dar mais um tempo, pelo menos uns 45 dias, ser trabalhado e gradualmente e ser mudado aos poucos, e não da forma que foi. Para mim, foi um erro. Nessa dúvida em relação ao volume de chuva, não era o momento”, analisou o professor.
Plano é urgência
Para o professor Antônio Sérgio Mendonça, pós-doutor em Engenharia de Recursos Hídricos e professor da UFES, é urgente que o Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERH) – que está previsto desde a Lei 5.818/1998, que dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos – seja colocado em prática. Quase 20 anos depois, em agosto deste ano, a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), lançou edital para contratar empresa que irá elaborar o PERH.
“Não é só no Espírito Santo. É urgente a elaboração e conclusão do Planos de Recursos Hídricos. Aumento da reserva hídrica através de reservatórios. O que ocorreu no Jucu e Santa Maria é que nunca ocorreu uma seca dessa nos últimos anos. Reservatório não resolve problema, mas ajuda”, explicou Mendonça.
Além das medidas de redução do consumo de água e de fiscalização dessa redução na indústria e agricultura, que respondem juntas por 92% do total do consumo de água, ele analisa algumas soluções domésticas que foram implantadas em outras cidades, como Nova Iorque, e que ajudaram na redução do desperdício. “Trocar válvula de descarga defeituosas, evitar chuveiros de grande vasão, utilizar reservatórios para armazenagens de água de chuva, instalação de hidrômetros individuais nos condomínios. Conseguimos viver com muito menos água”.

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