Por Paulo Cesar Dutra
A Lava Jato se aproxima cada vez mais do Diretório Regional do Partido dos Trabalhadores no Espírito Santo. O diretório estadual do PT recebeu no dia 17 de outubro, após o 1º turno das eleições de 2014, uma doação de R$ 200 mil da JBS. A informação consta na prestação de contas do partido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No entanto, segundo a delação do diretor de relações institucionais e governo da J&F Investimentos (uma holding do grupo JBS), Ricardo Saud, o montante era “propina dissimulada como doação oficial”. Segundo uma fonte essa grana foi desviada para outras coisas, como dizem os “fofoqueiros”, inclusive para a “compra” de uma fazenda no Norte do Estado, para ser loteada e distribuída para o Movimento dos Sem Terras no Estado.
Pelos registros do TSE, o único candidato a governo do estado, que recebeu doação da JBS, naquele ano, foi Roberto Carlos (PT). Mas o professor e ex-deputado estadual disse que a grana veio da executiva nacional e que nunca recebeu dinheiro direto da empresa. Hoje em dia político brasileiro vai dizer que nem come carne da Friboi.
O presidente do PT capixaba é o ex-prefeito de Vitória, Joao Coser, que garantiu para a imprensa, que foi comprovado o uso do dinheiro na campanha do PT, na prestação de contas do partido em 2014. Então não existe crime eleitoral e nem de corrupção investigada pela Lava Jato.
Mas tem os “fofoqueiros de plantão” dos calçadões do Triangulo das Bermudas, na Praia do Canto, em Vitória, de que este caso já virou “chicotinho queimado da Lava Jato”. Ou seja, não é brincadeira de criança e está cada vez mais quente. Onde foi parar, de verdade, essa verba?
Liberdade
Tribunal Regional Federal da 2ª Região determinou a soltura do advogado Rodrigo Stefenoni, ex-chefe de gabinete do ex-governador José Ignácio. Ele, o ex-presidente da Assembleia Legislativa José Carlos Gratz e o ex-tesoureiro da campanha de José Ignácio, Raimundo Benedito de Souza Filho, o Bené, foram presos pela Polícia Federal no dia 26 de abril. Stefenoni e Gratz foram condenados pelo crime de peculato, que é a apropriação de recursos públicos.
Na cozinha da presidência
Foi preso na manhã de terça-feira (23) o assessor especial de Michel Temer e ex-vice-governador do DF, Tadeu Filippelli. Ele atuava ao lado do deputado Rocha Loures nas negociações com o Congresso Nacional. Até aquele dia, dizia-se que quem queria ser nomeado em algum tribunal, tinha que pedir a benção ao sr. Filippelli. Que maravilha.
Malando é malandro e mané é Mané
Ainda no bojo da levada de ontem, terça-feira (23), a PF prendeu dois ex-governadores do DF, José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz. Os mandados de prisão temporária foram expedidos no âmbito da operação Panatenaico, que investiga desvios nas obras de reforma do estádio Mané Garrincha na Copa de 2014. As medidas judiciais foram determinadas pela 10ª vara da JF/DF.
Só + 1
Acerca dos assessores especiais de Temer, é bom lembrar que outros dois, Yunes e Geddel, também caíram em desgraça. E, entre os mais próximos de S. Exa, Padilha e Moreira Franco estão citados em delações. Ou seja, o poder pode não ser tão bom assim…
Medidas excepcionais
Em recurso interposto ontem, Janot pede novamente a prisão preventiva de Aécio Neves e Rodrigo Rocha Loures. O agravo pede a reconsideração da decisão do ministro Fachin e, em caso de negativa, que o recurso seja submetido ao plenário do Supremo. Para Janot, a prisão é imprescindível para a garantia da ordem pública e da instrução criminal, diante dos fatos gravíssimos imputados aos congressistas e do flagrante por crime inafiançável. (AC 4.327 e AC 4.329)
Falar é prata, calar é diamante
Alguns personagens, expansivos outrora, estão em obsequioso silêncio estes dias. Por que será?
Ele fica no poder
A base aliada vê saída de Michel Temer e já negocia eleição indireta. Para PSDB, PSD e DEM, presidente deve ser cassado em julgamento do TSE. O ex-ministro Nelson Jobim e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) são opções da defesa de Temer, no poder.
Procurador-geral na ALES
Em sessão extraordinária na última segunda-feira (22), foi aprovada, em segundo turno, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 3/2017, da Mesa Diretora da Casa, que suprime trecho da Constituição Estadual para permitir a livre nomeação do procurador-geral da Assembleia Legislativa. Atualmente, assim como ocorre com o chefe da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), este deve ser escolhido dentre os integrantes ativos da carreira. Como a matéria foi aprovada em dois turnos de votação, ela segue, agora, para promulgação pela Mesa Diretora.
Estranhas férias, para ver Santa Joana Darc
Após tirar oito dias de férias, o governador licenciado Paulo Hartung reassume nesta quinta-feira (25), o comando do Poder Executivo Estadual. Na próxima sexta-feira (26), ele será internado no hospital Meridional para iniciar a aplicação de BCG, que faz parte da imunoterapia após a cirurgia a que foi submetido para retirada de um câncer na bexiga. O governador deve ter alta no mesmo dia ou no dia seguinte ao procedimento, a depender das reações ao tratamento. Será que ele foi pedir ajuda à Santa Joana Darc! As estranhas férias!
Ferraço quase apanha
O senador Ricardo Ferraço (PSDB) insistiu em prosseguir com o andamento da Reforma Trabalhista, mas a oposição fez o que faz melhor: tumulto. Lindberg Farias (PT) que briga com todo mundo, liderou a obstrução da sessão terça-feira (23), quase agrediu Ricardo que ficou pedindo calma. O grupo partiu pra cima do presidente da comissão, gritou tanto e suspendeu a sessão. Como sempre, porém, esse barulho todo só deu manchete na imprensa. O relatório entregue por Ferraço foi registrado como lido e os trabalhos prosseguem.
Situação da JBS no EUA
A mudança do empresário Joesley Batista para os Estados Unidos não garante a imunidade que conseguiram no Brasil. Lá, a Justiça é severa na punição de empresas que, operando no país, pagam propina ou suborno no exterior. A JBS USA, em Greeley, sede de 56 unidades de produção de Joesley nos EUA, está sujeita ao rigor da Lei de Práticas Corruptas no Exterior (FCPA, sigla em inglês). A JBS USA responde por mais de 50% do faturamento de R$170 bilhões do grupo JBS.
No Paraná o buraco é mais embaixo
Enquanto a bancada capixaba no Congresso Nacional fica esperando não sei o que, lá no Estado do Paraná a conversa é outra a respeito dos pedágios nas rodovias privatizadas. Representantes de entidades empresariais, lideranças políticas e comunitárias, sindicalistas e moradores de Apucarana e municípios da região participam amanhã, quinta-feira (25), às 19h30, na Câmara Municipal, pela nona vez, de audiência pública da Frente Parlamentar contra Renovação dos Contratos de Pedágio no Paraná. Diversos deputados estaduais estarão presentes para ouvir a comunidade e reforçar a mobilização para impedir a prorrogação das concessões de rodovias do Anel de Integração. Aqui no Estado não fazem nem reuniões com as entidades. Os parlamentares capixabas fazem reuniões, deles, sós.
