Cerca de 500 famílias foram retiradas da área conhecida como “Fazendinha” por Policiais da Companhia Independente de Missões Especiais (Cimesp), antigo BME, para cumprir uma ordem judicial de reintegração de posse do local, na manhã desta terça (25). O local fica entre os bairros Grande Vitória e Universitário, na região da Grande São Pedro, em Vitória, foi invadido há aproximadamente um mês, é particular e considerado área de preservação.
De acordo com uma das integrantes da ocupação, Cristiana Viana, a população que está no local quer ser inserida em uma projeto da prefeitura, mas querem ter certeza de que vão receber algum apoio, já que segundo ela, algumas famílias estão participando, mas não estão recebendo auxilio.
“As famílias que estão aqui realmente precisam. Elas querem ser ouvidas e inseridas em ações sociais. Tem famílias com crianças, com idosos que querem dar uma moradia para eles. Estamos pensando no nosso futuro também. Eles não tem como pagar aluguel, então querem ser ouvidas”, explica Cristiana.
Uma das lideranças do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Vicente Mendes Filho, diz que o prazo que deram a eles para desocupar o local era até o dia 02, mas que foi adiantando e não deram satisfação. “Não queremos enfrentamento e nem conflito. Estamos saindo de maneira pacifica, mas queremos saber para onde vão essas pessoas. O município não mandou ninguém para cadastrar essas famílias, então tiraram a gente daqui de uma maneira bruta, ignorante. Eu fico triste de ver os nossos governantes não dar atenção que a população precisa”, questiona. Ele diz ainda que o espaço está ocioso há muitos anos e as pessoas começaram a ocupar ciente que não tinha documentos e as pessoas foram ficando.
A integrante Cláudia Costa Fernandes diz que estão no local porque precisam. “Não temos moradias, não temos emprego. Queria pedir para o governo não aparecer na nossa portar para pedir voto. Tem gente que não quer descer, muitos não querem descer, e eu não sei o que vai dar. Estou preocupada porque eu tenho filho, nora o meu neto que estão lá em cima”, aponta.
Além do Cimesp, policiais da tropa montada e o secretário estadual de Direitos Humanos, Júlio César Pompeu, também estão na região para negociar a saída das famílias. O secretário preferiu não se manifestar e disse que quando houver uma decisão se pronunciará.
Entenda
Há aproximadamente um mês cerca de 500 famílias que não possuem casa própria invadiram uma grande área de mata que fica entre os bairros Grande Vitória e Universitário, na capital do Espírito Santo. O espaço foi dividido em lotes de 150 metros quadrados. As pessoas passavam dia e noite no local. Para demarcar os lotes, arames e cordas foram utilizados.
