(por Keslley Siqueira – [email protected])
O mal de Parkinson é uma doença que atinge cerca de 300 mil pessoas da população brasileira. Os dados são da Academia Brasileira de Neurologia (ANB). O Parkinson é uma doença neurológica que se tornou comum no Brasil e atinge em grande escala tanto homens como mulheres. A doença tem quatro sintomas: tremor, lentidão de movimento, enrijecimento muscular, alteração na postura e equilíbrio. Os sintomas geralmente começam a aparecer em pessoas com mais de 50 anos de idade, algumas pessoas podem manifestar os indícios da doença a partir dos 40 anos.
Seu José Pereira tem a doença e há três anos se trata no Hospital Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), um dos únicos do Estado a oferecer tratamento para o mal de Parkinson. José tem enfrentado dificuldades no tratamento da doença. “Os remédios que estou tomando não estão fazendo efeito. Creio que os médicos precisam rever o meu tipo de tratamento ou passar outros medicamentos que tenham uma eficácia maior”, disse.
O neurologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e membro da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Henrique Ballalai Ferraz, apontou os principais sintomas do mal de Parkinson. “A doença tem quatro sintomas: tremor, lentidão de movimento, enrijecimento muscular, alteração na postura e equilíbrio”.
Henrique explicou como é feito o tratamento de pacientes que possuem o mal de Parkinson. “O tratamento é feito com base em remédios e fisioterapia. Em casos especiais é necessário tratamento cirúrgico (cirurgia cerebral), que é feito nos casos em que os remédios não estão apresentando os efeitos necessários no paciente”, esclareceu.
O neurologista explicou que os remédios para o tratamento são gratuitos e a maioria estão disponíveis na rede pública de saúde. Porém a maior dificuldade do cidadão é ter acesso a um neurologista do SUS. “Não são todos os hospitais da Rede Pública de Saúde que possuem um neurologista no seu quadro de funcionários. Por isso o cidadão enfrenta mais dificuldades para que doença seja diagnostica, do que para ter acesso aos medicamentos para o tratamento”.
Henrique ressaltou que é importante estar sempre atento ao estado de saúde. “O ideal é ficar atento com a saúde em geral. Se sentir os sintomas do mal de Parkinson a pessoa deve procurar o quanto antes um neurologista para realizar os exames necessários. Desta forma se a doença for diagnosticada o paciente terá mais chances de receber o tratamento adequado”, finalizou. O tratamento da pessoa diagnosticada com o mal de Parkinson é contínuo e dura o resto da vida.
Sesa não responde sobre assunto
A reportagem do ESHOJE entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) para saber se o Estado presta atendimento às pessoas que possuem o mal de Parkinson, e em quais hospitais a população poderia buscar atendimento, bem como a questão do fornecimento de remédios para o tratamento. A Sesa não deu retorno sobre o assunto.
Lançamento da Campanha “Viva bem com Parkinson”
A Academia Brasileira de Neurologia (ABN) e a Associação Brasileira de Parkinson lançaram na última terça-feira (9) a campanha “Viva Bem com Parkinson”. A campanha foi criada para que os pacientes, seus familiares, cuidadores e amigos possam ter maior acesso à informação em um site de referência sobre Parkinson (www.vivabemcomparkinson.com.br), podendo compartilhar essas informações de forma aberta com outras pessoas que vivem experiências parecidas. O projeto acredita na ideia de que é possível viver bem com a doença e não viver a doença.
O site da campanha “Viva bem com o Parkinson” traz uma série de questões a respeito da doença, entre elas: o que é a doença, sintomas, o que causa a doença, epidemiologia da doença, tratamento, transtornos cognitivos e demências, dentre outros aspectos.
O que é a doença?
A síndrome Parkinsoniana é resultado da deficiência do sistema dopaminérgico nigroestriatal que é o conjunto de células responsáveis pelos movimentos do corpo humano.
A síndrome parkinsoniana ou parkinsonismo se define pela presença de quatro sinais cardinais: tremor de repouso, rigidez, lentificação dos movimentos e alteração do equilíbrio. São necessários pelo menos dois sinais para se diagnosticar uma síndrome parkinsoniana.
Sintomas
– Tremor
– Rigidez
– Bradicinesia (lentificação dos movimentos)
– Alteração do equilíbrio
Tratamento gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS)
O Ministério da Saúde através de suas políticas de saúde disponibiliza no Sistema Único de Saúde (SUS) medicamentos para a Doença de Parkinson. Estes medicamentos estão divididos em dois grupos. O primeiro grupo são medicamentos disponibilizados pelas Farmácias de Alto Custo das Secretarias Estaduais de Saúde sendo eles:
-Amantadina 100 mg
-Bromocriptina 2,5 mg e 5 mg
-Cabergolina 0,5 mg
-Entacapona 200 mg
-Pramipexol 0,125 mg, 0,25 mg e 1 mg
-Selegilina 5 mg e 10 mg
-Tolcapona 100 mg
O segundo grupo de medicamentos é disponibilizado através dos postos municipais de saúde, sendo eles:
-Biperideno 2 mg
-Biperideno 4 mg
– Levodopa + benserazida 200/50 mg
-Levodopa + benserazida 100/25 mg
-Levodopa + carbidopa 250/25 mg
-Levodopa + carbidopa 200/50 mg