A decisão do governo federal de aumentar impostos sobre combustíveis a partir da majoração das alíquotas do PIS/Cofins sobra gasolina, etanol e diesel é absolutamente legal.
Mas escandalosamente imoral.
Imoral porquanto adotada por um presidente que não tem legitimidade ética, política ou de qualquer outra natureza para conduzir os destinos do País.
Imoral porquanto a sociedade não sabe se o dinheiro será usado para cobrir o rombo nas contas públicas ou se para ser agregado a patrimônios privados.
O certo é que com uma canetada que prima pelo deboche, o presidente Michel Temer vai aumentar em mais de R$ 10 bilhões a arrecadação da União.
O mais escandaloso de tudo isso é que o aumento da carga tributária ocorre exatamente no mesmo momento em que o dublê Conde Drácula libera muitos milhões de reais em emendas parlamentares para tentar garantir sua permanência no Palácio do Planalto.
Qual seja: de um lado mete a mão no bolso do contribuinte sob a alegação de que é necessário cobrir o rombo nas contas governamentais. De outro, mete a mão no bolso do contribuinte para comprar deputados e garantir o encerramento da investigação por atos de corrupção no exercício do mandato.
O brasileiro está rigorosamente cheio de tanto cinismo.
No mesmo momento em que Michel Temer assalta o contribuinte de forma desumana, o ex-presidente Lula da Silva tem R$ 600 mil bloqueados pela Justiça.
Hipocritamente, vai às redes sociais pedir aos militantes do PT que façam uma “vaquinha” para ajudá-lo a pagar a conta.
Ato contínuo, a Justiça bloqueia mais R$ 9 milhões (9.000.000,000 – e não vejo tanto zero assim desde o segundo ano ginasial) de Lula da Silva que, cinicamente como sempre, declara publicamente que esse pequena soma será capaz de comprometer sua própria subsistência.
É muito bandido para um País só.
Mas o que mais me espanta é ver gente de boa formação acadêmica, intelectuais, artistas, enfim, pessoas supostamente inteligentes, insistindo no discurso de que Lula da Silva é vítima da perseguição da Justiça.
Lula já foi condenado por corrupção. É dono do sítio de Atibaia, do tríplex do Guarujá, de um plano de previdência de R$ 9 milhões e sabe-se lá do que mais, já que sua capacidade de subtrair patrimônios públicos parece ilimitada.
Algumas novas delações, como as de Antônio Palocci, Geddel Vieira Lima, Rocha Loures e, sobretudo, Marcos Valério, vão fazer o Brasil viver momentos de profundas angústias e incertezas.
Mas como disse Millôr Fernandes, numa guerra entre esqueletos não há sangue, mas toda fratura é exposta.