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Casagrande volta a concorrer ao cargo e destaca maiores diferenças entre as eleições de 2014 e 2018

Mais maduro, seguro e com o controle nas mãos. É assim que se apresenta Renato Casagrande (PSB), ex-governador do Espírito Santo entre 2010 e 2014 e candidato a voltar ao Palácio Anchieta. Candidato pela coligação ‘ES mais igual’, ele tem o apoio de 18 partidos, mas garante que essa aliança não está sob compromisso de cargos.

O candidato também aponta as diferenças entre as eleições de 2014 – quando não conseguiu se reeleger e foi derrotado em primeiro turno para o atual governador Paulo Hartung – e a que acontecerá em 7 de outubro. E destaca: “aqui eu construí a aliança. Todos que vieram para apoiar a minha candidatura fizeram parceria com um projeto que eu discuti com a sociedade, uma obra que eu liderei”.

Sobre seus projetos, caso eleito governador, ele ressalta que comandará o enfrentamento à violência no Estado e reativará setores da Polícia Militar, como Rotam. “O método de trabalho será mantido, com reuniões das equipes de segurança para avaliar e planejar. Mas o governador vai liderar a política de enfrentamento ao crime”.

Leia a entrevista na íntegra

Renato casagrande_ConvençãoESHOJE: O senhor nos concedeu uma entrevista em 31 de dezembro de 2014 e falou de traição, se referindo a Paulo Hartung, com quem fez uma espécie de gestão compartilhada. Não existe risco de sofrer novas traições tendo unido em torno de sua candidatura 18 partidos?
Renato Casagrande:
A eleição de 2018 é totalmente diferente da eleição de 2010, pois lá eu assumi o papel de candidato a governador e, para falar a verdade, nem meu amigo Givaldo Vieira, que veio a ser meu vice-governador fui eu que escolhi.  Depois criamos uma relação extraordinária com ele e estamos juntos. Assumi a função sem ter feito parte da construção da aliança pela força que eu tinha como senador da República com boa aprovação da população. Nesta eleição de 2018, não: aqui eu construí a aliança. Todos que vieram para apoiar a minha candidatura fizeram parceria com um projeto que eu discuti com a sociedade, uma obra que eu liderei. Uma aliança que me dá segurança de que terei, sendo eleito, apoio na Ales, apoio no Congresso e na sociedade.

Como alocar quadros de todos os partidos na sua gestão?
Não alocarei. Não tenho nenhum compromisso de alocar nada. Mas é lógico que buscarei dirigentes técnicos e políticos com capacidade de colaborar no governo, nos partidos. Mas buscarei na sociedade pessoas sem partidos para que o governo seja composto por nome com capacidade de realizar tanto e até mais que já fizemos. Em nossa gestão desenvolvemos o maior planos de investimento em programa social na história desse estado. Entre 2011 e 2014 fizemos uma gestão compartilhada com o grupo do atual governador e mesmo assim, a gente fez muito. E agora, com composição de pessoas muito envolvidas em nosso projeto vamos produzir ainda mais.

O Casagrande de 2018 é o mesmo de 2010?
Ah, todo dia a gente muda muito e passar pelo governo e depois ficar sem mandato a gente pode conhecer mais as pessoas de perto e saber quem é amigo do Casagrande e amigo do governador Casagrande. Isso nos dá uma condição de conviver melhor, saber com quem estamos lidando. Sou uma pessoa que não carrego mágoa no meu coração e nem rancor, mas é bom saber, ter a radiografia e o retrato dos que militam na vida publica porque nos dá mais clareza na hora de fazer nosso entendimento e ações. Mais segurança.

Lá atrás te perguntei se o senhor chegou a passar um “pente fino” na gestão anterior, e na ocasião respondeu que não foi eleito para isso. Hoje, se for eleito, fará essa análise minuciosa?
Depende do que nós conceituamos de “pente fino”. Se a pessoa estiver produzindo muito, sem vinculo politico, estiver trabalhando com dedicação, não tenho nenhuma razão para não utilizar o serviço dela. Vou analisar pessoa a pessoa das que podem contribuir com o programa. Tenho necessidade de compor equipe comprometida.

Crédito: Dayana Souza
Crédito: Dayana Souza

Ainda sobre nossa conversa em 2014, quando te perguntei se tiraria férias, disse que não. “Vou entregar a faixa e ficar vigilante, de plantão porque se alguém quiser cometer alguma injustiça com o meu governo eu tenho que está aqui”. Precisou reagir em muitos momentos?
Precisei ficar atento todos os dias nesses últimos quatro anos. Porque a tentativa de quem chegou ao governo foi destruir o meu trabalho. O legado do que produzi para a sociedade foi muito grande e fiquei atento, me defendendo e colocando a verdade em seu devido lugar para impedir que qualquer desmonte ou destruição da minha história política, que é minha história de vida. Precisei ter vigilância permanente e precisei de contar com aliados na Assembleia, por exemplo, que puderam impedir um massacre do período e resultados do meu governo e da minha liderança política.

Nesses anos fora de mandato o senhor fez política, o que encontrou pelo ES?
Fiquei dois anos muito focado na política nacional porque assumi a presidência da Fundação João Mangabeira e andei muito pouco pelo estado nos anos de 2015 e 2016. Não cheguei a rodar o estado como eu gosto. A partir de abril de 2017 até março de 2018 percorri todos os 78 municípios do Estado, fiz reuniões nas 78 Câmaras de Vereadores. A partir de lá, quando assumi a condição de pré-candidato ao Governo, até 15 de agosto, eu compus em 40 reuniões o nosso programa de governo que registrei no TRE. Então essa foi a minha agenda nesses últimos anos.

‘Estado Presente’ foi sua grande marca e que rendeu um livro, ele volta de que maneira?
Vamos reimplantar com o conceito de o “governador lidera política de enfrentamento ao crime”. Não será o secretário de Segurança, porque segurança publica é a política mais transversal, pois tem a ver com as polícias, saúde, cultura, lazer, desenvolvimento urbano, educação. Então é o governador que tem que liderar e se eu for eleito, vou liderar. O método de trabalho será mantido, com reuniões das equipes de segurança para avaliar e planejar. Vamos enfrentar dificuldades, pois a atual gestão não contratou e tem desmotivação dos policiais. O Estado Presente terá que integrar ação das polícias Civil e Militar para que haja um aproveitamento da ação de cada e vamos trabalhar com metas internas, pois houve um descontrole e ainda hoje o que há é fruto dos investimentos que fizemos lá atrás. São policia9is, viaturas, tecnologia, busca de aprisionamento dos homicidas. Perdeu-se o controle do crime contra o patrimônio. Então patrulha da comunidade é fundamental, câmara de videomonitoramento é fundamental, voltar com o BME, voltar com a Rotam, corrigir injustiças, montar lei de promoção e motivar nossas policias para que ela possa proteger a nossa sociedade.

protesto_pmes_mulheres-217266A segurança pública é um problema sério e enfrentamos em 2017 a greve da PMES. Onde a gestão errou, como o senhor agiria e o que fará pelas polícias?
O erro do governo foi fazer cortes lineares nas áreas estratégicas, então cortou muito na segurança pública, nas condições de trabalho dos policiais e isso desanimou os policiais. Aquele momento foi muito ruim para a sociedade. Faltou diálogo antes e depois. O saldo foi muito ruim para todos os lados, tanto no movimento da polícia que não poderia acontecer e do comportamento do governo produziu muitas mortes e um prejuízo econômico. E até hoje a gente ainda está colhendo frutos malditos daquela manifestação.

Como avalia a atual gestão?
Sou suspeito para avaliar a atual gestão, mas perdeu o time da prestação de serviço para a sociedade, na minha avaliação. Era preciso, certamente reduzir ritmo porque nós enfrentamos uma crise profunda. Mas a pratica da politica de tentar destruir adversários fez perder o time da gestão e ele conseguiu produzir muito pouco, ou quase nada, para a sociedade capixaba. E a falta de diálogo com o servidor criou ambiente ruim com o servidor, que precisa ser revisto pela próxima gestão. Precisamos radicalizar na conversa com a sociedade e com os servidores para que a gente tenha um governo que tenha a confiança da população capixaba.

O Escola Viva vai continuar?
A escola de tempo integral continuará sim, nós a temos no plano estadual de educação. O plano nacional de educação estabelece que até 2024 50% dos alunos estejam estudando em escola de tempo integral. Então temos que avançar nelas e, ao mesmo tempo temos que dar apoio as escolas de tempo normal. Temos que levar laboratório, estrutura esportiva, reabrir escolas no campo que foram fechadas, reabrir ensino noturno e é necessário que a gente de as condições para que a educação seja de qualidade em todas as escolas. E vamos fazer um programa permanente de formação dos professores, através de parceria com Ifes e Ufes.

ES ainda sofre com a estiagem, em diversas cidades do norte, nordeste e noroeste. Como o governo atuará?
Temos que armazenar água, então obras de infraestrutura, que são barragens que precisarão serem construídas vamos fazer. Vamos dar sequencia em obras de infraestrutura de preservação de água, mas também temos que fortalecer o programa Reflorestar, porque só pode armazenar o que você tem e quem produz água é a floresta. Então vamos trabalhar na ampliação da cobertura florestal para dar condições da água ser produzida e aí, então armazenada.

As organizações sociais continuarão gerindo hospitais em sua gestão? Qual a prioridade na saúde?
Vamos fazer um estudo dos atuais contratos e os que tiverem bem poderão continuar sim. Mas temos muitas reclamações de algumas e então precisaremos fazer uma analise profunda e quem sabe até uma auditoria para ver se o serviço está sendo prestado adequadamente. Na saúde a nossa prioridade é a descentralização e regionalização para que consolide os hospitais regionais que possa atender a média complexidade na área hospitalar e em alguns locais atender a alta complexidade. Nós iremos fazer um fortalecimento da atenção primária, ajudando os municípios na construção de unidades de saúde, queremos reduzir na secundária, na parte intermediária precisamos de exames mais complexos, consultas com especialistas que precisamos reduzir o tempo de espera. Ainda vamos precisar de aprofundar as parcerias com os consórcios municipais de saúde. Nós deixamos prontos cinco centros de especialidades médicas que a atual gestão rebatizou de “Rede Cuidar” – Nova Venécia, Linhares, Santa Teresa, Domingos Martins e Guaçuí – e vamos colocar esses polos para funcionar com intensidade na parceria com os municípios e em alguns casos vamos utilizar unidades moveis para levar exames que vai complementar essa ação do estado com os municípios.

Foto: Dayana Souza
Foto: Dayana Souza

O Cais das Artes e a Leitão da Silva serão concluídos?
O cais das Artes nós vamos definir qual é o papel dele. Qual a função: a que servirá o cais das artes. Após isso vamos concluir a obra. Temos que ver a que atenderá, se vai ser apenas cultural para fazer um investimento que poderá ser ainda bem grande para concluir. O atual governo não deu sequencia porque não definiu com clareza qual será a função dele. Já a Leitão da Silva, foi uma obra que começamos e já deveria estar pronta há muito tempo. Não sabemos o motivo de não estar pronta. Trocaram o projeto, paralisaram a obra, mas se o atual governo não concluir e eu for eleito, concluiremos. Será prioridade finalizar. Além da Leitão da Silva, outras obras de mobilidade ficaram paradas e quero retomar.

A Terceira Ponte, em seu governo, teve pedágio reduzido e até suspenso. Com relação a essa via, no tocante segurança vistos casos de suicídio, e mobilidade urbana, como agirá?
Primeiro vamos falar da questão das tentativas de suicídio: aumentou muito nos últimos anos e não tem como fugir de uma proteção. Se o governo atual iniciar, vamos concluir. Lógico que precisaremos reavaliar, porque, se não está no contrato, como foi anunciado, é o governo que terá que pagar. Mas isso só poderei ver se eu for eleito. Mas, de qualquer maneira, esta é uma obra que precisa ser feita, seja pelo governo ou pela concessionária. Na questão da mobilidade, desapropriamos áreas do lado de Vila Velha para que lá seja feita uma grande área de pedágio, um em cada rua, porque a ponte tem os caminhos que vão para diversas regiões do município e ali o projeto é uma grande área de pedágio para dar a ponte um fluxo. O que foi adotado pelo atual governo, liberando o pedágio em um sentido e só cobrando do outro não produziu resultados, então vamos ter que fazer investimento do lado de VV para ampliar a capacidade de veículos.

Qual será o primeiro ato do Governador Casagrande?
Primeiro deixa eu enfrentar a eleição. Se eu tiver sucesso eleitoral eu já tenho um programa de governo, muito bem detalhado, analisaremos atos que tomaremos a partir de 1º de janeiro de 2019. Mas, o ato agora é convencer o eleitor que eu posso, de fato, fazer uma boa gestão junto à sociedade.

Vendo que seu nome está na frente em todas as pesquisas, o senhor tem qual estratégia de voto?
Não. Tenho andado todos os dias, de manhã-tarde-noite em campanha permanente. Como se eu estivesse ruim nas pesquisas, mantenho agenda em ritmo muito forte. Eleição só se define no dia da eleição, não é pesquisa que ganha. O retrato de hoje pode não ser o de amanhã e tenho que buscar que o resultado de hoje seja mantido até dia 7 de outubro.

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