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quarta-feira, 24 de abril de 2024

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Capixabas cobram atitude do Governo do Estado frente ao desastre da Samarco

Pedro Permuy – [email protected]

manifestcao_pedro_permuy_eshoje1-172568Se o desastre da Samarco Mineração matou 19 pessoas, devastou comunidades ribeirinhas e contaminou o rio Doce com lama de rejeito, o acordo firmado entre o Governo do Espírito Santo, Governo de Minas Gerais, Ministério Público Federal junto à mineradora e suas controladoras – Vale e BHP Billiton – pode ser ainda mais catastrófico.
Isso porque, segundo manifestantes, os interesses defendidos pelo documento, que deveria ter sido feito para beneficiar a população afetada pela lama, protege os interesses da Samarco. E é isso que denunciam os coordenadores do protesto que acontece desde esta manhã de sexta-feira (1º) em frente ao Palácio Anchieta, no Centro de Vitória.
De acordo com o secretário-geral da Organização Não Governamental (ONG) Transparência Capixaba, Edmar Camata, não é mais possível que a população aceite as desculpas que a mineradora dá. Exemplo dos absurdos que a mineradora justifica, para ele, é dizer que a contaminação dos peixes do rio Doce é natural.
samarco_pedro_permuy_eshoje3_min_fefab-172574Além disso, o secretário-geral também destaca possíveis problemas que a lama de rejeito pode trazer a longo prazo. “A população mais carente que está na área em que a lama contaminou a água, por exemplo, darão alto custo ao Sistema Único de Saúde (SUS) no futuro, porque com certeza essa água com rejeito não pode ser consumida”, justifica.
Para Edmar, o acordo entre os governos capixaba e mineiro, Ministério Público Federal e a Samarco promove um ambiente propício à promiscuidade. “As respostas às questões que o poder público não mostrou antes de firmar o documento, que estão aparecendo aos poucos, demonstram como o assunto está sendo tratado pelo Governo”, comenta.
Já o membro da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Vitória, Vitor Noronha, garante que o acordo “é desastroso”. Ele diz que os erros do documento começam no momento no qual é estabelecido apenas um teto máximo quanto ao que a Samarco deve gastar para recuperar os estragos causados pelo rompimento de sua barragem, além de, segundo Vitor, não incluir os afetados pela contaminação do rejeito.
Ele crê que foram preservados apenas os interesses da mineradora e justifica o protesto dizendo que o povo capixaba está cobrando do governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, uma posição e atitude um acordo que defenda a população e os afetados.
Vitor pondera que existem trabalhos que estão sendo feitos há seis meses, aproximadamente, e dão conta de denunciar a mineradora quanto às irregularidades. “A denúncia está sendo levada para a Organização dos Estados Americanos, que já se enquadra em âmbito internacional, com representações da Organização das Nações Unidas (ONU) e membros da diplomacia brasileira”, afirma.
Questionado, o Governo do Estado não respondeu à demanda da reportagem, bem como a Samarco Mineração, procurada, também não se manifestou até o fechamento desta matéria.

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