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Capixaba doa medula óssea e salva vida de paciente de São Paulo

Foto: Divulgação
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Bastou chegar ao Hemocentro do Espírito Santo (Hemoes) para fazer uma doação de sangue rotineira que o técnico de Enfermagem Michel Ângelo Silva de Sousa, 34 anos, decidiu se tornar também doador de medula óssea. O caso aconteceu há cerca de quatro anos, mas há sete meses o cadastro de Michel apontou que ele era compatível com um paciente que necessitava de um transplante em São Paulo.

Michel Ângelo contou que tomou conhecimento da possibilidade de ser um doador de medula ao ver cartazes explicando sobre o processo espalhados no Hemoes. Apesar de ser um doador regular de sangue, ele nunca tinha percebido a necessidade de também ser um doador de medula óssea. Imediatamente ele buscou informações, fez seu cadastro e retirou uma pequena quantidade de sangue para ser analisado e guardado no banco de dados. Todas as suas informações foram incluídas no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), órgão que reúne informações de pessoas dispostas a doar medula óssea para quem precisa de transplante.

No final de 2016 Michel foi surpreendido pelo contato do Redome, informando que ele era compatível com um paciente, e foi questionado se ainda desejava realizar a doação. Após a confirmação, o técnico em Enfermagem passou por uma série de exames no Hospital Estadual Dório Silva, na Serra, para confirmar a compatibilidade e checar se a sua saúde estava em boas condições para realizar o transplante, que seria realizado no Hospital de Base, em São José do Rio Preto, interior de São Paulo. “Comecei o ano de 2017 fazendo uma série de exames para confirmar a compatibilidade e as minhas condições de saúde. Fiquei muito feliz quando me ligaram dizendo que eu poderia salvar a vida de uma pessoa. Fiquei sem acreditar, mas foi uma sensação maravilhosa”, disse.

No entanto, durante a preparação para o procedimento, Michel contraiu uma virose e precisou recuperar a saúde antes de realizar o procedimento, o que poderia comprometer a saúde do paciente paulista. Mas a história teve um final feliz e tudo deu certo. Em junho Michel conseguiu viajar e realizar o procedimento. “Não tive contato com o receptor. Não sei se é homem ou mulher. A única informação que tenho é que o paciente tinha leucemia e que a família ficou muito feliz e grata com a minha doação. Viajei com alegria pois sempre tive certeza que daria tudo certo. E deu. Tenho um grande desejo em conhecer o meu receptor e dar um abraço nessa pessoa. Aos meus filhos eu ensino sobre a importância de cuidar da saúde e de ajudar o próximo”, disse.

A história de Michel Ângelo é um caso com final feliz para o paciente de São Paulo, principalmente pelo fato de que quando o técnico de Enfermagem decidiu ser doador, não ter conhecimento sobre a importância do assunto. E é justamente a falta de conhecimento sobre a importância da doação de medula óssea que pode ser um dos motivos para a queda no número de cadastro de doadores no Redome. Dados do Hemoes apontam que nos últimos cinco anos, o número de cadastro de doadores de medula óssea no Espírito Santo caiu 18,82%, passando de 11.050 em 2013, para 8.971 no ano passado.

Mesmo com a redução no número de cadastros por ano, o diretor-geral do Hemoes, Marcus Vinícius Souza Coelho, destacou que em 2017 sete doadores efetivos de medula óssea cadastrados no Hemoes realizaram o transplante. Ele explicou, no entanto, que mesmo o Estado tendo um total de 135.126 doadores cadastrados, de um total de 4.494.407 de cadastros no Brasil (até o último dia 15 de janeiro), e o número de transplantes realizados no ano ter sido de sete, o número de doadores cadastrados de fato precisa ser muito maior que o número de pacientes, para aumentar a chance de se encontrar um doador compatível, quando este não está no seio familiar.

Marcus Coelho explicou que o transplante de medula óssea é uma modalidade de tratamento indicada para doenças relacionadas com a fabricação de células do sangue e com deficiências no sistema imunológico, ou seja, é voltado para pacientes com leucemias originárias das células da medula óssea, linfomas, doenças originadas do sistema imune em geral, dos gânglios e do baço, e anemias graves (adquiridas ou congênitas). “Outras doenças, não tão frequentes, também podem ser tratadas com transplante de medula, como as mielodisplasias, doenças do metabolismo, doenças autoimunes e vários tipos de tumores. Como a probabilidade de ser compatível com alguém de fora da família é extramente pequena, a quantidade de doadores cadastrados não só apenas no Estado, mas também no Brasil, precisa ser bem maior para que seja possível encontrar um doador compatível para o maior número de pacientes”, explicou.

Ele destacou, ainda, que no caso de haver um paciente compatível, é necessário que ele seja contatado o mais depressa possível. “Por isso é fundamental que os doadores mantenham seus dados sempre atualizados, principalmente os números de telefone e endereço”, ressaltou.

A atualização do cadastro pode ser feita pelo site http://redome.inca.gov.br/site/doador-atualize-seu-cadastro/.

Saiba mais

– Medula óssea é um tecido líquido-gelatinoso que fica no interior do osso, popularmente conhecido como “tutano”. Ela tem importante função no desenvolvimento das células sanguíneas, isso porque é nela que são produzidos os leucócitos (glóbulos brancos), as hemácias (glóbulos vermelhos) e as plaquetas. Os leucócitos defendem o organismo humano contra infecções. As hemácias transportam o oxigênio dos pulmões para todas as células do organismo e devolvem o gás carbônico para os pulmões para ser expirado. E as plaquetas compõem o sistema de coagulação do sangue.

– Para ser um doador, basta ir ao Hemoes. Lá, a pessoa assina um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), e preenche uma ficha com informações pessoais. Também será retirado uma pequena quantidade de sangue (5ml). Esse material será analisado por exame de histocompatibilidade (HLA), um teste de laboratório para identificar as características genéticas que vão ser cruzadas com os dados de pacientes que necessitam de transplantes para determinar a compatibilidade.

– Os dados pessoais e o tipo de HLA serão incluídos no REDOME e quando houver um paciente com possível compatibilidade, o doador será consultado para decidir quanto à doação. Para seguir com o processo de doação serão necessários outros exames para confirmar a compatibilidade e uma avaliação clínica de saúde.

Somente após todas estas etapas concluídas o doador poderá ser considerado apto e realizar a doação.

– Para ser doador de medula óssea é necessário ter entre 18 e 55 anos de idade, estar em bom estado geral de saúde, não ter doença infecciosa ou incapacitante, não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico.

Onde cadastrar:

Hemocentro do Estado do Espírito Santo (Hemoes)

Tel. 3636-7900/7920/7921- Avenida Marechal Campos, 1.468, Maruípe, Vitória. Funciona de segunda-feira a sábado, das 7h às 19h, com cadastro de doadores até 18h.

Unidade de Coleta a Distância da Serra

Tel. 3218-9429/ 3218-9242. Avenida Eudes Scherrer Souza, s/nº (anexo ao Hospital Estadual Dório Silva). Funciona de segunda-feira a sexta-feira, das 7h às 16h.

Hemocentro de Linhares

Tel. (27) 3264-6000/ 3264-6019 – Avenida João Felipe Calmon, 1.305, Centro (ao lado do Hospital Rio Doce). Funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h, com cadastro até 12h30.

Hemocentro Regional de Colatina

Tel. (27) 3717-2800 – Rua Cassiano Castelo, s/n, Centro. Funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h, com cadastro até 12h30.

Hemocentro Regional de São Mateus

Tel. (27) 3767-7954 – Rodovia Othovarino Duarte Santos, Km 02, Parque Washington. Funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h, com cadastro até 12h.

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Comentários
  1. Agradeço a todos que apoiam essa causa,eu doei e doaria denovo,e afirmo que não há risco algum de não dar certo.Faça a diferença,seja um doador de medula óssea você também.
    Michel Ângelo Silva De Sousa

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