Dois escaladores estão desaparecidos há quatro dias, após tentarem subir o monte Fitz Roy, na fronteira do Chile com a Argentina, região da Patagônia. O capixaba Fabrício Amaral, de 42 anos, estava acompanhado pelo mineiro Leandro Iannota, o “Mr Ben”.
Segundo o escalador José Márcio Dorigueto, que é amigo de Fabrício Amaral, ele e Leandro Iannota foram para a Patagônia, para escalar a via Franco-Argentina, em dezembro. O retorno seria dia 20 de janeiro. Os dois foram vistos pela última vez na sexta-feira (18).
“Fiz contato com ele antes da subida. Nos falamos muito e nos encontramos antes da viagem. Ele mandou noticias de lá. Desistiu mais de uma vez durante a subida. É um cara bom e experiente, assim como o Leandro, mas tiveram azar pelo mau tempo e tipo de escalada, que é de alto risco”.
Dorigueto disse que Fabrício Amaral escala há 20 anos e já foi outras vezes a mesma região, na Patagônia. Tudo estava dentro do previsto para a subida, mas o cálculo de janela de bom tempo durou menos que o esperado e surpreendeu os escaladores.
A esperança dos amigos e da família é que Fabrício Amaral e Leandro Iannota tenham conseguido chegar a um ponto, antes do cume, onde possam ter armado e uma barraca e estarem aguardando por resgate. Uma equipe formada por 16 pessoas subiu o Fitz Roy as 23h de segunda (21) – horário de Brasília – mas o mal tempo prejudica as buscas.
“São pessoas com experiência, que estão tentando encontra-los. Há grande possibilidade de eles estarem em uma barraca, antes do fim da montanha. Se eles conseguiram, estão esperando o tempo melhorar para voltar. Nosso medo é que eles estejam na parede, e ai as condições são muito severas”, disse Dorigueto.
Fabrício Amaral é natural de Cachoeiro, mas mora atualmente em Vila Velha. Ele é professor do Ifes de Venda Nova do Imigrante e montou uma parede de escalada na região para fomentar o esporte.