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Câncer infantil no Espírito Santo: são 165 casos para 19 leitos

Ajari Taeko 2 MELHORDesde julho de 2012 não existe aumento de vagas para o setor de oncologia do Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (HINSG), em Vitória. Desde aquela época – segundo o que se tem registro -, são 19 os leitos dedicados ao atendimento de crianças e adolescentes que sofrem com o câncer no Espírito Santo, apesar da crescente demanda do hospital, o único que oferece tratamento oncológico pediátrico em todo o Estado.

Atualmente, 165 pacientes fazem tratamento no Infantil, de acordo com a Secretaria de Saúde do Espírito Santo (Sesa) e, segundo informações da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope), são 156 novos casos por ano de câncer infantil no Estado. Dados do Instituto Nacional do Câncer dão conta de que são 12 mil novos casos em todo o País, sendo esta a principal causa de morte por doença na faixa etária de cinco a 19 anos de idade.

Devido à falta de vagas para tratar de tantos casos, no dia 10 de maio um adolescente, identificado como Kaiky, morreu enquanto aguardava pelo tratamento na unidade. De acordo com denúncia de um grupo de mães que fizeram abaixo-assinado visando internação para os seus filhos, as vagas só surgem quando outras crianças morrem. Elas relatam que as crianças aguardam a internação em áreas como a sala de isolamento, onde ficam os pacientes com alguma doença contagiosa, e macas que são colocadas próxima de outros pacientes e lixeiras. Além disso, elas denunciam atrasos de até 30 dias para o início da quimioterapia e até a falta de médicos oncologistas nos finais de semana.

Em visita ao HINSG, a presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope), Teresa Cristina Fonseca, declarou que o atendimento oncológico no hospital é “de calamidade” e que “não está adequada em hipótese nenhuma aos critérios mínimos”. Ela afirmou que não pode ter contaminante, como lixo, perto de uma criança que está deprimida, pois, neste caso, existe chance maior de infecção grave. A presidente frisou que é preciso ter um espaço mínimo para evitar que a infecção se espalhe. “Numa criança com leucemia, por exemplo, na maioria das vezes, ela não vai morrer por uma refratariedade da leucemia, mas pelas intercorrências, como a infecção, que é a principal”, disse Teresa Cristina.

hpm-217026Novos leitos em julho
A Secretaria de Saúde do Espírito Santo (Sesa) informou que está transferindo o Pronto Socorro do Hospital Estadual Infantil de Vitória para a área do Hospital da Polícia Militar (HPM), em Bento Ferreira, onde estava funcionando o Hospital São Lucas, antes de retornar ao seu local de origem, no Forte São João, Vitória. A Sesa informou que serão 112 leitos para o atendimento pediátrico, sendo 75 novos leitos, totalizando (com os 171 já existentes) 283 leitos.

“Na área onde hoje funciona o pronto-socorro do Infantil será ampliada a oferta de leitos de oncologia”, informou a Sesa por meio de nota, mas não especificou a quantidade de leitos para a especialidade. De acordo com a Secretaria, até a primeira quinzena de julho, o novo serviço estará disponível.

Sobre o Hospital Estadual Infantil de Vila Velha (Himaba), que foi denunciado por superlotação, atendimento improvisado nos corredores, e falta de pediatra socorrista por quatro dias seguidos pelo Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Espírito Santo (Sindsaude-ES), a Sesa reconheceu os problemas.

“A direção reconhece o desafio diário de otimizar o atendimento e destaca que a demanda vem crescendo com a saída dos usuários do plano de saúde que migraram para o SUS. (…) A Sesa vem discutindo com os municípios a organização do atendimento de urgência e emergência”. Quanto ao Hospital Geral de Cariacica, a publicação do edital está prevista para até o fim deste ano.

Acacci: transferência de pronto-socorro não é suficiente
O Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (HINSG) precisa de intervenções urgentes e que a transferência do Pronto-Socorro para o Hospital da Polícia Militar “embora necessária não é uma medida suficiente” não é suficiente. Esta é a afirmação da Associação Capixaba de Combate ao Câncer Infantil (Acacci). “Também é fundamental recuperar as condições atuais de infraestrutura daquela unidade de saúde”, disse por nota.

De acordo com a entidade, a solução definitiva passa pela construção de um novo hospital de especialidades pediátricas. “Enquanto isso não é possível, é preciso adotar soluções que permitam oferecer atendimento minimamente adequado aos pacientes do Hospital Infantil. E algumas medidas dependem apenas de gestão e reparos na infraestrutura”.

A entidade finalizou informando que a solução para a situação do Hospital Infantil precisa ser liderada pelo Estado. “Estamos vendo que a Secretaria de Estado da Saúde está empenhada na busca de melhorias. E temos também as pessoas, as empresas, os empresários, as entidades do terceiro setor, o Ministério da Saúde, os outros hospitais e clínicas capixabas, parlamentares das bancadas federal e estadual que podem ajudar, com recursos financeiros, inclusive. Precisamos de soluções urgentes para o Hospital Infantil”.

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