Caminhoneiros interditam o Km 204, da BR 101, em João Neiva, na manhã desta segunda-feira (21). A categoria protesta contra os recentes aumentos dos preços dos combustíveis em todo o país.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal o protesto teve início por volta das 08 horas. O grupo ateou fogo em pneus. O trânsito está fluindo nos dois sentidos, pelos acostamentos.
Mais cedo, por volta das 06h10, o trânsito foi interditado no Km 302 da BR 101, no bairro Universal, em Viana. No entanto, o trânsito foi liberado às 07h10.
Os caminhoneiros querem a redução da carga tributária sobre o diesel. Reivindicam a zeragem da alíquota de PIS/Pasep e Cofins e a isenção da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). Os impostos representam quase a metade do valor do diesel na refinaria. Segundo eles, a carga tributária menor daria fôlego ao setor, já que o diesel representa 42% do custo da atividade.
Na manhã desta segunda-feira, são registrados atos em ao menos sete Estados: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Paraná e Rio Grande do Sul.
Em razão dos reajustes diários no diesel, os caminhoneiros autônomos dizem estar trabalhando no limite. Nos últimos 12 meses, o diesel subiu 15,9% no posto. O aumento é resultado da nova política de preços da Petrobras, que repassa para os combustíveis a variação da cotação do petróleo no mercado internacional, para cima ou para baixo.
A reivindicação dos caminhoneiros é apoiada pelos donos de postos de combustíveis, que dizem estar perdendo margens com os aumentos de preços. Segundo o presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda Soares, o setor vai sugerir ao governo a redução dos impostos sobre os combustíveis e também que a Petrobras faça o reajuste em intervalos maiores.
Sindicato divulga nota
No último domingo (20), o O TRANSCARES – Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas & Logística no Estado do Espírito Santo – divulgou uma nota em apoio aos caminhoneiros. A nota destaca a legitimidade da paralisação, visto que “nem mesmo no auge da hiperinflação dos anos de 1980 vivemos uma situação parecida com esta”, diz o texto.
Confira a nota na íntegra:
O TRANSCARES – Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas & Logística no Estado do Espírito Santo, está acompanhando a movimentação nas redes sociais acerca da paralisação das atividades
do transportes rodoviário de cargas a partir desta segunda-feira, 21 de maio, que pode ser explicada como um gesto de total insatisfação causada pela política inusitada de reajustes praticamente diários dos preços dos derivados de petróleo.
Sim, somos a favor das reivindicações, pois nem mesmo no auge da hiperinflação dos anos de 1980 vivemos uma situação parecida com esta.
Entendemos e apoiamos o movimento pacífico, ou seja, desde que NÃO fira o direito de ir e vir do cidadão, com bloqueio de rodovias.
O TRANSCARES recomenda a todos os empresários do transporte rodoviário de cargas do ESPÍRITO SANTO que apoiem o movimento que deixem seus veículos nas garagens, evitando que os mesmos possam ficar parados em bloqueios nas rodovias.
Deixamos bem claro que não apoiamos, nem organizamos qualquer manifestação que limite o ir e vir das pessoas, pois este é um direito constitucional.
A solução para esse impasse perpassa obrigatoriamente pelo Governo Federal. Só ele pode evitar que o movimento de paralisação prospere, gerando um possível – e – preocupante – desabastecimento das cidades.
Cariacica-ES, 20 de maio de 2018.
Liemar J. Pretti
Presidente
(Com informações do Estadão Conteúdo)