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Caixa bancário, analista financeiro e diversas outras profissões começam a ser extistas pela tecnologia

Call center employees sitting in line in a workplace

Se a tecnologia já foi vista como o grande avanço do século, beneficiando a todos e para quase tudo, há quem esteja sofrendo com ela. No mercado de trabalho há setores que correm sérios riscos de serem extintos, sendo substituídas pela automação e pela inteligência artificial. É unânime entre os especialistas que a profissão de caixa de banco vai acabar. O diretor da seccional capixaba da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-ES) Sidcley Gabriel da Silva, afirma que os aplicativos bancários, amplamente utilizados pelos clientes, já estão decretando o fim da função.

“A velocidade da transformação é rápida. Caixa de banco é um exemplo de profissão que não existirá mais. Quantas pessoas vão ao banco para resolver os problemas? Hoje temos os apps que facilitaram a vida”, afirmou o diretor. Jefferson Cabral, diretor executivo UVV Business School, concorda: “A área bancária vai ser terra arrasada, porque os apps estão vindo pulverizando tudo. Quem trabalha em caixa de banco, tem que ter a noção do impacto da tecnologia na atividade dele, que não vai existir mais. Se não tiver, vai estar fora, sem imaginar que o jogo mudou”.

Incluem-se nessa ameaça, outras profissões que lidam com contas, como a de analistas financeiros e fiscais, e mesmo a de contador. Numa era ditada pela big data (grande volume de dados) e cujo desafio é decifrar esses dados para uma maior assertividade de decisões, inteligência artificial, blockchains (base de dados distribuída que guarda um registo de transações permanente) e criptomoedas (moedas digitais) têm exigido outras habilidades, além das corriqueiras desses profissionais.

caixa“Analistas humanos não conseguem mais competir com softwares de análise financeira que usam inteligência artificial e que podem ler e reconhecer tendências em dados históricos para prever movimentos futuros de mercados. Com as criptomoedas e registro de operações em Blockchain, o conceito de contabilidade desaparece, visto que todas as transações são públicas e tecnicamente impossíveis de serem fraudadas. O mesmo vale para auditores”, afirma Arthur Igreja, especialista da AAA, plataforma especializada em inovação, negócios e tecnologia.

Direito
O ramo do direito também já está sendo impactado pela inteligência artificial. De acordo com Jefferson Cabral, softwares, como o Watson, da IBM, já estão sendo utilizado em escritórios de advocacia, excluindo a necessidade de assistentes jurídicos. “Esse software lê sentenças, decisões, pesquisa jurisprudência e faz petições, isso tudo em nano segundos. Se o advogado não se reinventar para incorporar outras competências do perfil dele, a máquina vai fazer de maneira muito mais rápida, mais barata, acessível e com nível de assertividade muito maior”, explica Cabral.

Na última edição ESHOJE publicou reportagem sobre o sumiço crescente de oportunidades para porteiros. A adesão dos condomínios da Grande Vitória às portarias eletrônicas ou virtuais é o grande causador. Relembre

digital-1024x469Telemarketing, motorista e até medicina
O telemarketing também é uma área na qual os especialistas também apontam para extinção de empregos humanos. Sidcley Gabriel da Silva, diretor da ABRH-ES afirma que todos os serviços e produtos que hoje são oferecidos de forma padronizada e que exige interação maçante e repetitiva serão substituídos pela tecnologia. “Muitos já receberam ligação como inteligência artificial, um robô falando com você para uma pesquisa ou atendimento. Essa é a tendência para a área de operação de telemarketing”, afirma ele, alertando também o bibliotecários. “O acesso às informações de forma digital está mais eminente do que da forma física”.

Jefferson Cabral também enxerga na automação de automóveis o fim dos dias da profissão de motorista. “Motorista de táxi, de caminhão… essas funções estão cada vez mais se aproximando dos modelos autônomos. Já existem vários carros autônomos”.

Até mesmo médicos precisarão buscar atualização e novas habilidades. “Existem programas de inteligência artificial na área de oncologia, por exemplo, que fazem o diagnóstico com uma precisão muito maior que a do homem. Vão ter que se reinventar, entender muito de dados, lógica para esses segmentos”, afirma Cabral.

Habilidades relacionais e análise de dados
Para o diretor da ABRH-ES a principal dica para quem quiser sobreviver no mercado de trabalho é estar sempre conectado e atualizado das tendências e procurar o diferencial. Para ele, desenvolvedores de softwares, analistas de sistemas e áreas ligadas ao comportamento humano continuarão a ser demandadas pelas empresas.

“Em função da automação teremos demanda crescente na engenharia de sistemas, sobre essas novas produções. A área de vendas exigirá profissionais que têm bom relacionamento e conexão com as pessoas. Áreas ligadas ao comportamento humano, psicólogos, analistas de RH, diretores, continuarão a ser valorizados, pois alguém tem que dirigir e orquestrar toda essa mudança. Há uma grande demanda em conhecimento nessas esferas, principalmente porque precisaremos entender mais sobre habilidades comportamentais e tecnológicas”, explica.

Jefferson Cabral afirma que existem três competências essenciais para o profissional do futuro em qualquer carreira: cultura de dados; pensamento crítico e resolução de problemas complexos. “No mundo com transformações digitais, os dados são meu ativo estratégico mais importante para maior assertividade nas decisões”, conclui.

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