Cada vez mais jovens são vítimas de AVC em Vitória

Ao contrário do que muitos pensam, a violência, que cresce a cada dia no Brasil, não é a principal causadora de mortes no País. Quem detém este título é o AVC (Acidente Vascular Cerebral), popularmente conhecido como derrame, que mata mais de 100 mil brasileiros a cada ano.

E o que antes era uma preocupação apenas para a população idosa, começa a modificar a vida de adultos e também de jovens. A tendência já tem sido observada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), e em Vitória não é diferente. Além dos dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) terem registrado um aumento avassalador nos casos de internações por AVC nos hospitais da Capital, esses números têm mostrado que a incidência do AVC em jovens e adultos já atinge 42%.

Os últimos dados do SIH/SUS datam do ano de 2012 e demonstram que, dos 128 casos de Acidente Vascular Cerebral não especificado hemorrágico ou isquêmico, 55 foram registrados em pessoas com idades entre 20 e 59 anos e 73 atingiram pessoas acima de 60 anos. É importante citar que o AVC foi a principal doença causadora de internações no ano de 2012 e também a principal causadora de mortes.

Para os especialistas, os principais motivos do aumento do AVC entre jovens estão ligados à incidência de doenças como a hipertensão, que está atingindo cada vez mais jovens; ao consumo maior de sal, ao sedentarismo e ao aumento da obesidade. Ainda podem aumentar o risco de derrame em jovens o tabagismo, a diabetes, doenças cardíacas, estresse e o uso de drogas.

Portanto, a maioria desses fatores de risco para a incidência do AVC podem ser modificados, sendo possível fazer um tratamento preventivo para cada. Em todos os casos, o alerta dos especialistas é que a prevenção da doença começa com a adoção de hábitos saudáveis no decorrer da vida, como a prática saudável de exercícios.

O neurocirurgião Eduardo Barreto, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, afirmou que o principal problema das mortes por AVC é ainda é o desconhecimento dos sintomas da doença, como fraqueza ou dormência súbita em um lado do corpo, dificuldade para falar, entender o interlocutor ou enxergar, tontura repentina e dor der cabeça muito forte sem motivo aparente.

“Eles servem como sinal de alerta e se forem identificados adequadamente, podem evitar catástrofes provocadas pelo AVC. Assim que algum dessas situações for percebida, é preciso buscar imediatamente assistência médica de urgência”, avisou o médico.

Quando o atendimento ocorre em tempo hábil é possível submeter o paciente a exames para determinar o tipo de AVC e a área do cérebro atingida e fazer os procedimentos necessários, como a injeção de medicamentos que dissolvem o coágulo.

O AVC poder ser provocado por um coágulo de sangue que reduz a circulação sanguínea cerebral (AVC Isquêmico), ou pela ruptura de um vaso sanguíneo dentro do cérebro (AVC Hemorrágico). A pessoa que possui AVC pode desenvolver diversas sequelas motoras (perda dos movimentos) neurológicas (boca torta, dificuldade em falar, perda de memória) e emocionais (depressão).