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Boris ameaça dificultar financiamento e licença de TVs no Reino Unido

LONDRES, REINO UNIDO (FOLHAPRESS) – Às vésperas das eleições para o Parlamento britânico, que serão realizadas nesta quinta (12), o primeiro-ministro Boris Johnson afirmou que pode acabar no longo prazo com a taxa de licença, que hoje financia a BBC (British Broadcasting Corporation).
Desde que se tornou primeiro-ministro, Boris tem adotado um discurso mais ácido em relação à empresa de TV, rádio e internet, à qual em julho chamou de “Brexit Bashing Corporation” (companhia de ataques ao brexit).
Há alguns dias, ele também ameaçou não renovar a licença do Channel 4 -em debate sobre aquecimento climático, a emissora colocou um bloco de gelo derretendo no lugar destinado a Boris, que não compareceu.
O discurso mais duro contra a mídia foi comparado ao do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, pela colunista do jornal britânico The Guardian, Polly Toynbee.
Segundo ela, Boris vai se vingar “dos que se opõem ao brexit, da mídia, dos que defendem direitos humanos e de qualquer instituição democrática que se coloque em seu caminho”.
“O velho script funcionou para Mussolini e para o brasileiro Bolsonaro. Para Donald Trump e, na Europa, Silvio Berlusconi, Matteo Salvini, Viktor Orbán e Jaroslaw Kaczynski. Não importa se o discurso vem de bilionários ou elitistas: o truque funciona porque eles usam a fórmula de eficácia comprovada do nós ou eles”, escreveu ela.
Polly também afirmou que as declarações do conservador sobre estrangeiros soam “sinistras”.
No Brasil, Bolsonaro excluiu a Folha de S.Paulo (e depois revogou a decisão) da relação de veículos exigidos em um processo de licitação da Presidência para fornecimento de acesso digital ao noticiário da imprensa, e ameaçou não renovar a concessão da TV Globo.
Também patrocinou medida provisória (expirada no Congresso, mas que ele ameaça reeditar) que acabava com a obrigatoriedade de empresas publicarem balanços em diários impressos e disse boicotar anunciantes de veículos que lhe fazem oposição.
No Reino Unido, o Guardian é um dos jornais mais críticos à política dos conservadores e, na noite desta terça (10), defendeu o voto nos trabalhistas como forma de impedir o brexit. No final de semana, publicou uma reportagem mostrando como votar útil para barrar a eleição de conservadores no Parlamento.
Como em outras áreas, a relação entre o Reino Unido e a União Europeia também afetou a posição da mídia nessas eleições. Veículos que apoiam as políticas de livre mercado conservadoras, mas são contra o brexit, publicaram editoriais desincentivando o voto no partido de Boris Johnson. O Financial Times declarou que não há nenhuma opção aceitável nessas eleições, e a revista Economist declarou apoio ao partido Liberal Democrata.
Em relação à BBC, Boris afirmou nesta segunda (9) que “seguramente está questionando” se a rede nacional de televisão, rádio e internet deveria ser financiada com dinheiro público.
A cobrança, de 154,50 libras por ano (perto de R$ 850), é feita a todos os domicílios que possuem televisor e garantiu no ano passado 3,7 bilhões de libras (mais de R$ 20 bilhões) à empresa, criada há 97 anos. O total representa cerca de três quartos de seu faturamento.

Autor: ANA ESTELA DE SOUSA PINTO

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