Dólar Em baixa
5,204
20 de abril de 2024
sábado, 20 de abril de 2024

Vitória
23ºC

Dólar Em baixa
5,204

Baile do Mandela fecha rua na Grande Vitória para comércio de drogas e prejuízo à vizinhança

bK_mandelaSexo, droga, funk e muita confusão. Esses são elementos garantidos nos chamados Baile do Mandela, realizados todas as semanas em bairros da Grande Vitória. São bailes realizados no meio de ruas cobertas por uma lona. Debaixo dela, acontece de tudo. Diversão para uns, desespero para outros. Só para se ter uma ideia, nos dias 11 e 12 de maio foram realizadas festas ao som do funk – “proibidão” – nos bairros Alagoano, Cobi de Baixo e Flexal, localizados nos municípios de Vitória, Vila Velha e Cariacica, respectivamente. Constantemente acontece em Bela Vista e Morro da Garrafa, na capital.

Segundo os moradores da região, não seria um problema se não acontecessem com tanta frequência e não atraísse tanta insegurança para toda população do bairro. Além de muito barulho, cujos equipamentos de som provocam até rachadura nas casas, o tráfico de drogas e a troca de tiros causam desesperos. Para alguns frequentadores é local de diversão, mas eles reconhecem o perigo.

“É massa, mas tem que te coragem. Eu não levo uma prima minha para o baile, porque ali é barra pesada de verdade. É sempre arriscado ter guerra de facções, porque tem droga liberada. Na verdade não chegam a acontecer “guerras”, porque os grandes quase nunca aparecem nas festas. Mas tem uns comédias que se acham grande, vendem e fico revoltadinhos, sacam arma e fazem confusão.  Isso tem quase sempre”, revela F.R., um frequentador que preferiu ter apenas as iniciais de seu nome revelado, por medida de segurança.

Um dos pontos onde, constantemente acontece o Baile do Mandela é a Buraka, como é conhecida a rua 7 de julho, no bairro Bela Vista. Por lá a cada 15 dias a população se prepara para a noite de medo. “Na sexta-feira (5) teve baile. No próximo final de semana (dia 12/05) será no Cabral, no morro do Quadro, em Vitória. O baile começa entre 23h e 00h e vai até às 7h do sábado. Quando o baile começa, o morador que tem carro fica impedido de sair ou passar pela rua, uma vez que fica tomada por frequentadores. São homens e mulheres de várias idades, principalmente menores de diversos bairros não só de Vitória, mas também de Cariacica, Serra”, detalhou um morador da região que preferiu o anonimato.

Ainda segundo ele, são comuns as cenas de sexo explícito, consumo de droga, e gente andando com armas de fogo na mão ou cintura. “Eles querem mostrar tudo mesmo”, informa o morador. Pelas redes sociais são comuns os anúncios das festas e as drogas que serão livremente comercializadas, como lança-perfume, “balinha” (como chamam o ecstasy), maconha, cocaína e crack.

carro de som baile mandelaSom destruidor: nem polícia intimida
Se o barulho que o Baile do Mandela faz causasse menos uma noite de sono, já estaria ruim. Mas é pior: ele causa prejuízos à saúde e às casas. De acordo com as pessoas que falaram com a reportagem, o equipamento de som é tão potente que já causou estouro em vidros das janelas das casas próximas aos locais escolhidos por quem promove a festa funk. “O som é tão alto que estremece vidros dentro de casa. Tem morador que já se mudou do lugar por causa desse baile”.

A população até tenta barrar o evento ou controlar a situação fazendo denúncias à polícia. Mas nem isso intimida. “A PM até vai ao local, mas fica em uma rua distante com o giroflex desligado. Às vezes, o pessoal do baile abaixa o som, mas quando os policiais vão embora o volume é aumentado novamente”.

Por meio de nota a Polícia Militar do Espírito Santo (PMES) informou que “é sempre a principal instituição pública a ser acionada nas regiões onde ocorrem festas irregulares. Participam das ações, as prefeituras municipais, na fiscalização de postura (comércio clandestino), ambiental (disque-silêncio), vigilância sanitária (condições de higiene de alimentos/bebidas e ambientes), entre outras. O Conselho Tutelar também é solicitado a participar nesses eventos, pois menores desacompanhados frequentam tais espaços, sujeitos ao envolvimento com álcool, drogas e suspeitos de crimes diversos. As comunidades que têm eventos irregulares programados devem manter contato com a fiscalização municipal, com a Polícia Civil (Delegacia de Costumes e Diversões, Deacle, Deten, DHPP), com o Ciodes (190) e com o Disque-Denúncia (181)”.

Você por dentro

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Escolha onde deseja receber nossas notícias em primeira mão e fique por dentro de tudo que está acontecendo!

Comentários
  1. Os moradores sofrem demais com isso. Não dormem e sentem medo por a qualquer momento ter tiroteio e bala perdida. Liga para o CIODES e ninguém aparece. Estamos a mercer dos bandidos, da criminalidade. Esses mandelas acontecem de 15 em 15 dias.

  2. Passou um ano dessa reportagem e continua tudo a mesma coisa e ninguém faz nada. Um enfrentamento total da bandidagem e a polícia não faz nada. Parece até que estão esperando a população se armar, como prometido pelo presidente eleito, e fazer alguma coisa por seus próprios meios. O bom que os impostos vão ter que baixar, conforme também prometido, porque manter os atuais e exorbitantes gastos com segurança pública não vão mais ser necessários. Acho até que o soldo/vencimento dos policiais podem ser congelados, porque, com os contribuintes fazendo o serviço deles não vão mais ser necessários.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Mais Lidas

Notícias Relacionadas