As vésperas de completar um ano do maior acidente ambiental da história do Brasil, pessoas refazem o caminho da lama de minério que matou o Rio Doce, de Minas Gerais ao Espírito Santo. O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) iniciou uma marcha iniciada de Regência, em Linhares, onde a lama concluiu seu percurso até de onde ela saiu, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana Minas Gerais.
O caminho inverso ao da lama foi iniciado nesta segunda-feira e deverá ser concluído no dia 3 de novembro, dois dias antes de completar um ano que a barragem da minerado Samarco se rompeu destruindo todo distrito, matando 19 pessoas e contaminado o Doce. A ação faz parte da Jornada de Lutas do MAB. De acordo com o Franscico Kelvin Nobre da Silva, 20, da organização da marcha, o objetivo é fazer ecoar a denúncia da irresponsabilidade da Samarco e das suas controladoras.
Além disso, segundo ele, a jornada quer reforçar que a esperança de nova vida está na união e no empenho coletivo e organizado. “Nós estamos em oito ônibus, por volta de 400 pessoas. Mas a ideia é que quanto mais nós vamos avançando, mais pessoas se juntem a nós. Pretendemos chegar dia 03 de novembro”, explica.
Ele ainda explicou que em Mariana será realizado um encontro estadual dos atingidos por barragens. “Vamos fazer esse encontro dia 03 e será declarado luto. Haverá assembleias, debates e outras atividades. Também vai ter avaliações da dimensão do estrago causado pelo crime ambiental, mas mesmo assim não podemos esquecer das conquistas alcançadas por meio da organização popular”, conclui.
O encontro vai terminar no dia 05, no qual será realizado o evento “Um Minuto de Sirene” dentro de Bento Rodrigues.