Se a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou uma redução de 2% a 20% na conta de luz, esse valor precisa ser bastante convivente para fazer os capixabas esquecerem a “facada” que tomaram no bolso com os últimos boletos. Não são poucas as reclamações e tem que amargue uma fatura três vezes mais cara, de um mês para o outro.
Moradores da Grande Vitória que abriram a fatura de luz em março levaram um susto. Vários consumidores relatam valores que de R$ 90 a conta passou para R$ 350. Outras chegaram a R$ 600 entre janeiro e março. A aposentada Élida Ricardo é um exemplo. Ela mora com três netos em um apartamento alugado no bairro Jockey de Itaparica, em Vila Velha. A conta, que em média vinha entre R$ 200 a R$ 250 até novembro do ano passado, com o uso de televisão, dois ventiladores e outros aparelhos, veio R$ 393,24 em março.
“Tenho quatro protocolos de atendimento na Escelsa e como não estavam resolvendo, a atendente pediu que eu ligasse para o 0800 da ouvidoria, o que gerou outro protocolo. Me disseram estar em análise e seria descontado nas outras contas”, afirmou. A aposentada Ela diz que não recebe visitas; a casa é clara e as luzes ficam apagadas. “Aqui venta bem, por isso não há ar condicionado e os ventiladores ficam desligados. Não me incomodo de pagar o que consumo. Mas o justo, não a mais”, afirmou.
A supervisora Talita Batista também é morada de Vila Velha e percebeu um aumento de R$ 70,00 entre janeiro e março. “R$ 110,00 em janeiro, R$ 130,00 em fevereiro, R$ 148,00 em março e em abril R$ 180,00”. Já Jéssica Silva, moradora do bairro Castelo Branco, em Cariacica diz que na rua onde mora todos perceberam o aumento. “Nos outros meses veio até R$ 100, mas em março veio R$ 300,00!”, reclama ela que está desempregada.
Gabriel Perroud, que mora com a mãe em Vila Nova, Vila Velha, relatou que a conta antes entre R$ 50,00 e R$ 70,00, em março veio R$ 169,00. “Começou a aumentar em janeiro. Nos trabalhamos, passamos o dia fora de casa. Não usamos água quente, ferro ligado e as luzes são de LED”, comentou.
A mesma situação viveu o Soldador William Domingos na casa em que aluga, no bairro Riviera da Barra, em Vila Velha. A residência ficou vazia no mês de março, e mesmo assim o aumento foi em mais de 100%. “Em janeiro veio R$ 81,00; fevereiro R$ 60,00 e março R$ 189,00. E foi descontado no débito automático”, afirmou.
Por meio de nota, A EDP Escelsa informou o aumento foi devido à crise na segurança ocorrida entre os dias 04 a 12 de fevereiro de 2017. Isso afetou a leitura do consumo de energia de alguns clientes da Grande Vitória e o faturamento do mês de fevereiro foi realizado pela média dos últimos 12 meses.
A distribuidora esclareceu que no mês de março a operação de leitura dos medidores foi normalizada e a eventual diferença de consumo não cobrada em fevereiro. Devido ao faturamento por média, foi faturada em março. Informou ainda que atuação está totalmente alinhada com o definido no artigo 111, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por meio da resolução n° 414, que estabelece os procedimentos a adotar quando não é possível efetuar a leitura por motivo de força maior.
A concessionária informou também que disponibilizou atendimento exclusivo, via Call Center, no número 0800 721 0708, para esclarecer e resolver eventuais questões relacionadas à fatura de energia, e que reforçou o atendimento nas agências da Grande Vitória.
O Procon ES disse que a empresa concessionária de energia elétrica deverá solucionar a questão. Orientou que caso isso não aconteça, o consumidor pode buscar o órgão em seu município para retificação da conta, e eventual parcelamento, sem ônus adicionais.
Thais Rossi
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