A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), maior entidade representativa da magistratura brasileira, publicou manifesto em apoio ao juiz Marcos Pereira Sanches, responsável pelo julgamento dos seis envolvidos no caso Milena Gottardi. A nota foi motivada pelas declarações do advogado de defesa do policial civil Hilário Frasson, Homero Mafra, que questionam a imparcialidade do magistrado e a capacidade dele de conduzir o julgamento.
Segundo Mafra, o magistrado aplicou a este processo uma “celeridade excessiva” que não é adotada em relação a outros processos. “O processo está caminhando rápido, o que é sempre bom. Mas o problema é que ele caminha rápido, porém de forma diferente dos demais processos. Esse juiz não faz audiência de instrução em situações padrões da Vara e está fazendo; não faz audiências no salão do júri e as duas últimas lá foram feitas. Está claro que a imparcialidade não está sendo a marca desse juiz e ela é essencial para o julgamento”, disse a defesa dos réus.
“A AMB registra o desagravo ao magistrado em razão de declarações à imprensa denegrindo a sua função judicante. Marcos Pereira Sanches sempre demonstrou ser um juiz digno, probo, honrado, exemplo de magistrado não apenas para o estado do Espírito Santo, mas para o Brasil. A AMB se coloca à disposição para dar suporte ao juiz nas medidas que se julgar necessárias”, diz o documento assinado por Nelson Missias Morais, presidente em exercício da AMB.
Na avaliação do advogado Renan Sales, que atua como assistente da acusação e defende a família da médica Milena Gottardi, nada justifica o posicionamento da defesa de Hiolário Frasson, ex-marido e mandante do asassinato de Milena.
“Muito embora a gente respeite eventuais posicionamentos jurídicos, a gente não pode concordar com a postura da defesa do acusado Hilário uma vez que não há justificativa nenhuma para essa arguição de suspeição do magistrado. O magistrado vem conduzindo os trabalhos de forma serena, tranquila, proba, isonômica e íntegra. A gente acredita que, inclusive, essa postura da defesa, seja uma postura desesperada de quem não vê saídas jurídicas eficientes para demonstrar a inocência do seu cliente. Os indícios de autoria e materialidade contidos nos autos são robustos no sentido de que os seis acusados que estão presos tramaram e executaram a Dra Milena. Não há, portanto, razão de ser para nenhum pedido de afastamento do magistrado”, avaliou Sales.
É isto que dá quando um bandido defende bandido. Alguém dúvida disso!?