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Após vazamento de gás, navio da Petrobrás explodiu por negligência, aponta inquérito

Por  Pedro Permuy

fpso_cid_de_s_mateus__petrobras-114590 (1)O inquérito finalizado pela comissão mista que incluiu participação da Polícia Federal (PF), Capitania dos Portos e Agência Nacional de Petróleo (ANP), aponta que a explosão que aconteceu na plataforma da Petrobrás arrendada para a empresa BW Offshore, no dia 11 de fevereiro deste ano, foi por negligência e imperícia dos responsáveis. Quatro cargos executivos da empresa foram indiciados. Estima-se que cerca de cinco mil litros de gás, com composição química semelhante à da gasolina, tenham vazado antes da explosão.
Nesta quinta-feira (17),  o documento deve ser enviado ao Ministério Público Federal, que irá analisar as mais de 50 páginas do inquérito e julgar se fará ou não a denúncia à empresa responsável pelo navio plataforma. Nove pessoas morreram e 26 tripulantes ficaram feridos em decorrência da explosão.
petrobras_pf1_min_cfde-158818De acordo com o delegado da Polícia Federal, Leonardo Rabello, uma série de situações irregulares foi considerada causadora da explosão. Entre elas, está o fato de a permissão de trabalho não estava concluída. Essa autorização é responsável por analisar o risco e o fator de segurança. Além disso, a empresa não possuía um plano de emergência caso houvesse explosão do tipo como aconteceu.
Rabello aponta que o navio era apenas para o transporte de petróleo, e mais tarde foi transformado para que fosse explorado petróleo e gás, na mesma embarcação. Para isso, deveria ter sido executado um documento de Gestão de Mudança (MOC), que também é inexistente. “A embarcação tampouco possuía diagnóstico e desrespeitava as normas de segurança”, diz.
Segundo o delegado, as constatações foram realizadas e só foram possíveis porque em um corpo foi encontrado um detector portátil, que permitiu algumas medições. A análise do objeto foi feita pela BW Offshore sob a fiscalização de um agente da PF.
Vedação irregular
petrobras_pf_min_ccbafc-158814De acordo com o delegado da Polícia Federal, Leonardo Rabello, entre o dia 05 e 09 de fevereiro, foram iniciadas as operações de transferência de um fluído de um tanque para outro, por meio de uma bomba chama bomba de stripping. Em seguida, o delegado diz que no dia 10 do mesmo mês foi observada uma redução na eficiência da transferência, tendo apenas 8% da capacidade estimada transportada.
Rabello completa dizendo que já no dia 11 de fevereiro, os responsáveis perceberam uma elevação na pressão de descarga da bomba de stripping e às 11h46 foi enviada equipe no local das tubulações. De acordo com o delegado, os dutos estavam com as borrachas de vedação ressecadas. Dessa forma, os profissionais drenaram uma poça de um líquido que estava na sala e acoplaram uma espécie de tampão na junta das tubulações.
“No mesmo dia, pouco mais de meio dia, o que nos causa estranheza quanto aos responsáveis não saberem que o vazamento continuava, é que o contingente de trabalhadores foi dispensado para o almoço um minuto antes de acontecer a explosão”, diz o delegado.
Ele explica que às 12h32 do dia 11 de fevereiro foi anunciado o horário de almoço para a maior parte dos trabalhadores da embarcação, e só ficaram a bordo aqueles que eram indispensáveis. Exatamente às 12h33 aconteceu a explosão, que causou a morte de nove pessoas e deixou 26 tripulantes feridos. O delegado diz que após análises, foi constatado que o líquido que estava no chão possuía composição química semelhante à da gasolina.

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