Após oito anos foragido, homem é preso por sequestro de empresário do ramo imobiliário

Um homem de 31 anos foi preso na manhã desta segunda-feira (12), em casa, no bairro Jardim Camburi, por envolvimento em um sequestro no ano de 2009. Leone Pagotto Simões estava foragido há oito anos e é acusado de ceder a casa onde morava, no bairro Horto, para que um empresário do ramo imobiliário fosse mantido em cativeiro por seis horas. Outras três pessoas são acusadas pelo crime.

Segundo o delegado Júlio César Oliveira, Leone Simões chegou a ficar preso durante um ano e oito meses, mas foi solto e estava foragido desde então. No dia 5 de maio, a juíza da 4ª Vara Criminal do Espírito Santo, Gisele Souza de Oliveira, condenou o empresário há oito anos e seis meses de prisão em regime fechado por extorsão mediante sequestro.

Informou ainda que o acusado tinha 23 anos na época do crime e devia dinheiro a traficantes do Bairro da Penha, em Vitória. Para quitar a dívida, aceitou participar do sequestro no dia 23 de junho de 2009 com uma quadrilha formada por Ronaldo Bento de Jesus, o Nego, então com 27 anos e acusado de chefiar o tráfico na região; Geraldino José dos Santos, o Pelé, que tinha 36 anos e seria o chefe nos bairros Jabour e Maria Ortiz; e Paulo Gonçalves de Souza, o Paulinho Peruca, 27, apontado como traficante.

Ainda segundo o delegado, por volta das 14h, o empresário saia de um restaurante no bairro Goiabeiras. Quando seguia para o carro particular, uma GM Montana cor prata, foi abordado por dois homens que se apresentaram como policiais. Eles seguiram para o local do cativeiro, onde torturam física e psicologicamente a vítima.

De acordo com a polícia civil, os acusados pediram U$ 150 mil a familiares para libertar o empresário. O dinheiro serviria para o tráfico de drogas nos bairros Jabour e da Penha. Eles tiveram acesso ao valor por meio de um amigo da vítima. Paulo César do Amaral Torres, 52, conhecia a rotina, situação financeira, e entregou o dinheiro aos acusados. Ele também teria indicado onde ficava o restaurante, para que a ação tivesse início.

Oliveira informou ainda que mesmo após receber o valor e liberar a vítima, os acusados exigiriam mais U$ 250 mil e a delegacia Anti-Sequestro foi acionada. O empresário pediu para não ter o nome divulgado e só procurou a polícia um mês depois.

Leone Simões foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana. Disse que ganhou o direito de responder ao processo em liberdade. Casou, teve uma filha, conseguiu residência fixa e abriu uma empresa do ramo desentupidor. Disse ainda que era usuário de cocaína desde os 12 anos na época do crime, e foi internado quatro vezes para tratamento.

Ele confirmou que para quitar a divida com traficantes cedeu a casa para cativeiro, mas que sua participação no crime se limitou a isso. “Eu conhecia dois integrantes da quadrilha e devia dinheiro a um deles. Como aceitei participar, minha dívida foi perdoada. Não levei dinheiro disso tudo. Sei que devo e tenho que pagar. Mas o único que sustenta a casa sou eu, tenho uma filha de um ano e nove meses”, afirmou.

A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que Ronaldo Bento de Jesus está preso por homicídio e tráfico de drogas na Penitenciária de Segurança Máxima II, em Viana. Paulo Gonçalves de Souza cumpriu pena por tráfico de drogas e foi liberado, por decisão da justiça, em 7 de maio de 2015.

Geraldino José dos Santos também cumpria pena por tráfico de drogas na Penitenciária Semiaberta de Vila Velha, mas fugiu no dia 29 de setembro de 2016. Ele é considerado foragido. Paulo César do Amaral Torres também cumpriu pena por tráfico e foi liberado, por decisão da justiça, em 13 de outubro de 2014.