Dólar Em alta
5,148
24 de abril de 2024
quarta-feira, 24 de abril de 2024

Vitória
24ºC

Dólar Em alta
5,148

Após fiscalização, empresas capixabas devolvem 12% mais impostos aos cofres públicos

A fiscalização de micro e pequenas empresas do Espírito Santo, realizada por auditores fiscais da Receita Estadual, fez a arrecadação de tributos crescer 11,86% nesse segmento. A constatação é de um estudo desenvolvido pelo auditor fiscal Florentino Dalfior Júnior, apresentado no VI Congresso da ANPCONT (Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis) na última terça-feira (6) em Belo Horizonte (MG).

Para chegar ao percentual, Dalfior avaliou 147 contribuintes cadastrados no Simples Nacional – regime que permite tratamento tributário diferenciado e vantajoso para micro e pequenas empresas – cujos negócios valiam juntos R$ 9,28 milhões no momento de abertura (o capital social). Desse montante, 73 foram autuados pela Receita no segundo trimestre de 2013.

Para o estudo (disponível neste link) foram analisados o período de 18 meses antes da autuação (agosto de 2011) e 18 meses depois (janeiro de 2015). Anteriormente aos autos de infração, 73 empresas arrecadaram juntas R$ 173,4 mil para os cofres públicos. Já depois da autuação, o montante subiu para R$ 193,79 mil, o que representa 11,86% de crescimento na arrecadação. Em contrapartida, as 74 empresas que não foram autuadas geraram R$ 130,39 mil para os cofres públicos em agosto de 2011. Em janeiro de 2015, esse total cresceu somente 1,9%, ficando em R$ 132,86 mil.

A partir dos números, que confrontam contribuintes autuados com não autuados pela Receita Estadual, o estudo conclui que a atuação fiscal impacta de forma positiva no cumprimento das obrigações do contribuinte.

“Como provedor de serviços públicos à sociedade, nas áreas de Saúde, Educação, Segurança e Infraestrutura, o Estado precisa de recursos. Então o tributo tem um papel muito importante neste sentido. E o Fisco tem a função de contribuir para a arrecadação, influenciando na equidade entre os contribuintes para que o sonegador não leve vantagem ao concorrer deslealmente”, afirma o auditor.

Refis do governo do Espírito Santo privilegia sonegadores
O recente estudo é apenas mais uma das ferramentas que apontam que o Espírito Santo está na contramão quando os assuntos são ampliação das receitas a serem investidas em políticas públicas para a população e combate à sonegação, que fomenta a prática de “caixa dois” e financia a corrupção.

O Refis 2017 (Programa de Parcelamento Incentivado de Débitos Fiscais), iniciado em abril pelo governo do Estado por meio da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), reduz em até 100% dívidas com IPVA, ITCMD, ICM ou ICMS. Os pagamentos podem ainda ser divididos em 12 vezes.

Somente nesta gestão, o governo estadual já criou dois Refis, sendo que o atual foi prorrogado de 31 de maio para até 31 de agosto. Para o Sindifiscal (Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual do Espírito Santo), o programa fomenta um ciclo vicioso, uma vez que os contribuintes em conformidade com a lei acabam penalizados e a concorrência de mercado sofre um desequilíbrio.

É mais vantajoso para o mau contribuinte utilizar os recursos – que seriam devolvidos à sociedade em forma de serviços e investimentos públicos – com advogados do que cumprir com a obrigação tributária. Com a infinidade de recursos protelatórios e a falta de tradição do judiciário em punir litigantes de má-fé, esses maus contribuintes utilizam os tributos sonegados como capital de giro, postergando o processo ao máximo que podem, na certeza do perdão da dívida em forma de Refis.

Você por dentro

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Escolha onde deseja receber nossas notícias em primeira mão e fique por dentro de tudo que está acontecendo!

Comentários

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Mais Lidas

Notícias Relacionadas