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sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Anistia- negocio sério

Não foi a primeira e certamente não será a última, que PMs, fortemente armados, agora sob a batuta do governador Renato Casagrande, tomam conta da saída da Ilha do Boi, importante bairro da ilha de Vitória, onde não tem favela, apenas moradores, o único hotel cinco estrelas da capital e o clube Italo – Brasileiro, onde raramente tem festas, para revistar veículos que por ali passam, a partir de 7 horas da manhã, obrigando motoristas a soprar bafômetro.

Nunca é bom discutir com policiais. Eles pensam que todos cidadãos são iguais e que o dinheiro para pagar seus salários cai do céu, tamanho o desprezo com que tratam as pessoas. Como, um morador que sai de casa às 7h30 para ir trabalhar, praticamente na porta de sua casa, é obstaculado pela polícia que lhe impõe 20, 30 minutos de aporrinhações, as mais diversas, até de soprar um bafômetro, mesmo sob alegação de que acabou de tomar o café para ir trabalhar.

Vejam o contraste. Os morros de Vitória estão infestados de bandidos os mais perigosos. No último dia 14 a região do Parque Moscoso, área central de Vitória, virou praça de guerra e, a história é que três pessoas morreram e dois ficaram feridos. Dizem, teve quem morreu porque estava no lugar errado e na hora errada, mas não dizem quem matou. Dizem mais, que as escaramuças, com rajadas de metralhadoras foram entre bandidos dos Morros do Moscoso e Piedade. Um forte esquema de segurança, por outro lado, cercava moradores à saída da Ilha do Boi. A troco de quê?

Vai para dois anos que mulheres dos policiais militares trancaram os portões dos quarteis e batalhões para que seus maridos não saíssem para prestar serviço. Despoliciadas, ruas e praças, ocorreu uma tragédia na chamada Grande Vitória, onde 219 pessoas foram mortas a tiro. Um mistério, ninguém foi acusado de tais crimes. O governo anterior tomou todas providências para punir os responsáveis pela greve mas, agora, o governador Renato Casagrande quer uma anistia para os “grevistas”, sob alegação de alguns que houve um excesso de punição aos responsáveis, sendo que os mais exaltados já foram despedidos. O novo governador, na campanha, prometeu anistiar os passíveis de punição, um trato político, ou meio ingênuo ou meio burro, porque de uma coisa estou certo, não se brinca com polícia, muito menos discuta com ela. Você não sabe o que pode lhe acontecer.

Não sei realmente em que lugar estamos vivendo. Paga-se caro para se ter um sistema de segurança pública, mas ela, ao invés de nos transmitir segurança, firmeza, respeito, nos inspira medo.

Estamos irremediavelmente perdidos com essa gente e ainda vamos engolir uma anistia. Lembrai-vos da anistia para os bandidos que queriam derrubar o movimento militar de 64. Acabaram nos postos chaves da política e quase destruíam o país, com suas roubalheiras.

Uchôa de Mendonça
Uchôa de Mendonça
A partir de hoje, aqueles que desejarem perder seu tempo e conhecer melhor as idéias de Uchôa de Mendonça, irá encontrá-lo por aqui, direto e franco, sempre pela direita e pela frente. Uchôa de Mendonça começou a trabalhar em jornal aos 5 anos de idade, em São Mateus, vendendo o Jornal O Norte, de propriedade do seu pai e, aos sete anos, já trabalhava como impressor e, com dez anos, já escrevia tópicos para a página policial.

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Comentários
  1. Por não ter entendido o que o nobre jornalista quis dizer ao revelar que policiais “pensam que todos cidadãos são iguais, ao ler esse editorial passou pela minha memória o livro “SABE COM QUEM ESTA FALANDO? UM ENSAIO SOBRE A DISTINÇÃO ENTRE INDIVÍDUO E PESSOA NO BRASIL” de Roberto Damatta. Vale a leitura…. Segue abaixo um trecho:
    Nos casos de súbita revelação de superioridade social, quando a situação
    inicial é ambígua ou aparentemente definida pela superioridade da autoridade
    impessoal (o policial, o agente alfandegário, o guarda de trânsito, o guardador de
    automóveis, o vigia, o servente, o balconista, o garçom, o caixa, a secretária etc.),
    o “sabe com quem está falando?” opera como um mecanismo de devolução das
    pessoas aos seus lugares, revelando, em conseqüência, o paradoxo da aplicação
    de uma lei universalizante que passa a ter um nível de realidade, digamos, mais
    apagado. Mas nos casos em que a ambigüidade parece patente, como numa
    confusão entre indivíduos aparentemente iguais (que deveriam teoricamente gozar
    dos mesmos direitos perante a lei), a mesma expressão serve para dividir as
    águas e as posições sociais. Um dos denominadores comuns de todas as
    situações, porém, é a separação ou diferenciação social, quando se estabelecem
    as posições das pessoas no sistema social.

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