Os seis acusados pela morte da médica Milena Gottardi vão a júri popular. Dessa forma, sentarão no banco dos réus: Hilário Frasson, Esperidião Frasson, Valcir da Silva Dias, Hermenegildo Palauro Filho, o “judinho”, Dionathas Alves Vieira e Bruno Rodrigues Broetto. A decisão é do juiz da 1ª Vara Criminal de Vitória, Marcos Pereira Sanches.
O crime aconteceu no dia 14 de setembro de 2017, quando a médica saia do plantão médico, as 19h, no Hospital das Clínicas, em Vitória. Os de acusados serem os mandantes da execução, Hilário Frasson (ex-marido), Esperidião Frasson (ex-sogro); os intermediários Valcir da Silva Dias e Hermenegildo Palauro Filho, além do atirador, Dionathas Alves Vieira, foram denunciados por feminicídio, pelo fato de a vítima ser mulher, e também por fraude processual.
Bruno Broetto Rodrigues, que teria roubado a moto usada no crime, foi denunciado por homicídio, no Art. 121, § 2 (quando à traição, emboscada, mediante dissimulação, outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido).
Na decisão, o juiz diz que “os denunciados Hilário, Esperidião, Valcir, Hermenegildo e Dionathas praticaram o crime por motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima, bem como pelo motivo da vítima ser do sexo feminino, no contexto da violência doméstica e familiar contra a mulher, ao passo que o acusado Bruno praticou tal crime mediante recurso que dificultou a defesa da vítima”.
O juiz também nega, na decisão, o pedido de liberdade provisória de Hilário e Esperidião Frasson. “Mesmo porque o processo ainda não se encerrou, mas apenas a primeira fase do procedimento caminha para o fim, reputando necessária a manutenção das segregações cautelares para assegurar a lisura dos depoimentos a serem oportunamente prestados e manutenção da ordem pública”;.
Marcos Pereira Sanches sustenta também que Esperidião responde a outros dois processos da mesma natureza. Além disso, junto com Hilário, teria alterado a cena do crime, “o que exige maior cautela, apuro e precaução na análise do pleito, a fim de preservar a futura produção de prova e aquela já levada a efeito”. O juiz diz também que “as filhas do acusado Hilário, a carreira pública e o patrimônio imobiliário não servem de pretexto para autorizar a liberação do postulante”.
O advogado da família de Milena Gottardi, Renan Salles, disse que ainda não há data para que o júri aconteça, mas acredita que isso não deve demorar.
