Ele viveu a alegria de se tornar pai há quase cinco anos. Dias depois ele perderia sua esposa e mãe da sua filha para um câncer implacável. O nome escolhido para a menina? Vitória. Pois é isso que ela representa, a vitória da vida, do amor, da fé e da superação.
A história do Fagundes e da Foquinha, apelido da mamãe, ficou conhecida nacionalmente e até hoje é lembrada. A menina, apelidada carinhosamente de Foquinha Baby, nasceu aos seis meses, medindo 37 centímetros, e hoje esbanja saúde e é a alegria da família.
Resolvi relembrar esta passagem emocionante da vida deste pai especialmente para a coluna em homenagem ao Dia deles. Mas o objetivo não é um texto triste, pelo contrário, quero mostrar pra vocês que apesar do passado delicado, a vida precisa seguir em frente e foi isso que eles fizeram. Escolhi este paizão como exemplo, mas o meu respeito e minha admiração vão pra todos que realmente merecem, que cumprem o seu papel junto aos seus filhos. E se eu pudesse falar uma única frase para um pai ausente, esta seria: “Você não sabe o que você está perdendo!”. Acompanhe a entrevista a seguir:
Coluna Jeito de Mãe: Como você avalia a vida de vocês nestes cinco anos?
Fagundes: “Eu penso que nestes 5 anos, as coisas têm se encaixado aos poucos. Eu vou entendendo ela e ela me entendendo. As coisas têm se acertado. Digo que hoje está mais fácil e cada dia melhora, mas há uns 2 anos estava mais difícil, por conta da idade, eu acredito.”
Coluna Jeito de Mãe: Como é a relação de vocês?
Fagundes: “A nossa relação é normal, por mais que não seja um caso normal, e também ela é bem resolvida com isso. Um detalhe que aconteceu ontem (quinta-feira) foi ela já contar o que vou ganhar no Dia dos Pais. Sem a mãe ficou mais difícil, com certeza, mas a minha família supriu tudo e supre até hoje esse buraco que poderia acontecer.”
Coluna Jeito de Mãe: Qual sua opinião sobre o termo “pãe”?
Fagundes: “O termo pãe eu entendo mais como uma forma de carinho, pois não acredito muito na “substituição” da mãe, mas é necessário aprender fazer de tudo, e de certo modo deveria ser obrigatório, mas nós os homens somos mais limitados. Por exemplo: penteado de cabelo. Geralmente temos cabelos curtos, então aprender fazer um “rabo de cavalo” é uma tarefa muito difícil.”
Coluna Jeito de Mãe: Como a Vitória lida com essas datas comemorativas (dia dos pais, mães)? E como passarão o Dia dos Pais?
Fagundes: “Ela fica empolgadíssima com datas festivas. Por ela teria comemoração todos os dias. Nós iremos passar o dia com a minha família, ela comigo, eu com meu pai (do coração) e ela com o avô.”
Coluna Jeito de Mãe: Na escola da sua filha, que também é a do meu mais novo, comemora-se o dia da família e não o dia dos pais, mães, avós. Qual sua opinião sobre isso?
Fagundes: “Eu acho muito válido não ter os dias categóricos e sim os dias especiais da família, por mais que eu entenda a cultura da data, mas como fiz parte da estatística de ser criado sem pai (biológico), eu sei bem como é ficar no vácuo.”
Coluna Jeito de Mãe: O que pode causar a falta de um pai presente na sua opinião?
Fagundes: “Eu digo que uma grande razão dos nossos dias de violência nas ruas e nesse universo de corrupção, a falta de paternidade tem sua parcela de culpa. Muitos homens violentos se revoltaram por serem esquecidos ou maltratados, e cresceram com essa realidade de que pessoas não tem valor. Precisamos adotar nossos filhos para crescerem com valor. Vamos comemorar e mudar nosso comportamento.”
E se você tem um paizão desses aí pertinho, presente, mesmo que distante, participativo, mesmo que limitado, um pai real, não deixe de dar um abraço nele hoje e falar o quanto o ama. Não perca esta oportunidade! Feliz Dia dos Pais!
Créditos:
Foto 1: Tatiana Pezzin e Foto 2: Divulgação
Que bom seria se todos os sites fossem tão bons quanto esse. Eu não perderia tanto tempo procurando por informações. Abraço e sucesso